Repórter venceu o desafio e completou a corrida de rua da Rolling Stone Brasil, realizada neste sábado, 12
Pedro Antunes Publicado em 13/10/2013, às 02h37 - Atualizado em 18/10/2013, às 17h43
Pouco antes da chegada da placa que avisava o fim do primeiro quilômetro de corrida, um pensamento veio à cabeça. “Pois é, esta ideia está longe de ser a mais brilhante que já tive.” Talvez isso fosse fruto de “Where’s My Mind”, do Pixies, que chegava pelos fones de ouvido com uma cadência lenta demais para as duas duras subidas logo no início da Music & Run, corrida de rua organizada pela Rolling Stone Brasil para comemorar seu sétimo aniversário.
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De frente para o computador, confortavelmente sentado, a proposta de percorrer os sete quilômetros parecia ser fácil. Tudo é bem diferente quando se coloca o tênis, um número no peito e começa a corrida. É preciso confessar: a proposta foi minha, logo, não tinha outra saída que não fosse colocar as pernas para trabalhar.
O circuito montado saía da Rua Tagipuru (próximo da casa de shows Espaço das Américas e do Memorial da América Latina). A minimaratona incluía ainda uma volta sobre o Minhocão, até a chegada. Depois da corrida, o RPM comandaria a festa no espaço montado exclusivamente para receber os corredores na noite deste sábado, 12.
Fumante e com pouca atividade física diária – no máximo, uma corrida atrás do ônibus matinal -, era preciso tomar as devidas precauções. Afinal, correr é coisa séria. Com a ajuda de um personal trainer "emprestado", alonguei músculos dos quais desconhecia a existência. Foi como um aviso ao corpo: “Prepare-se, meu amigo, porque vamos precisar trabalhar juntos daqui para frente”.
O grande segredo das corridas de rua é não se desesperar. Corra no seu tempo e não se abale caso pareça que está sendo deixado para trás. Relaxe, curta a sua música e divirta-se. Ser competitivo, em momentos como este, só vai atrapalhar o desempenho.
A chegada do segundo quilômetro pareceu mais rápida. Uau! O duo MGMT cantava “Time To Pretend” e as batidas ajudavam no ritmo das passadas. Um rapaz senta no chão e estica a perna esquerda, fazendo careta. “Câimbra?”, questionou outro corredor, um pouco acima do peso, mas com disposição de sobra, sem parar de correr. “Vamos lá, pessoal!”, continuou ele, animado.
Este é o grande barato da corrida – há uma boa energia fluindo entre os corredores. Afinal, estamos todos no mesmo barco e queremos sorrir com nossas medalhas penduradas no pescoço ao final da prova.
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Depois que o corpo se acostuma, a respiração se acerta. Lembra-se do professor de educação física dos tempos de colégio, que insistia em dizer para “inspirar pelo nariz e expirar pela boca” durante aquelas maçantes voltas pela quadra, na primeira aula do dia? Pois é, ele estava certo e isso vai fazer toda a diferença.
A chegada na metade do Minhocão foi comemorada. Agora é só voltar! Smiths começou a tocar e, definitivamente, a música da banda não funciona para correr – ter Morrissey se lamuriando na cabeça não ajuda a entrar no ritmo. É importante ter uma batida marcante, ritmada, para seguir em frente. “We Are Your Friends”, um remix do Justice para uma música do Simian, por sua vez, encaixou-se perfeitamente ao momento. Tum! Tum! Tum! As pernas seguiam e os quilômetros foram ficando para trás. “I Love It”, da dupla sueca Icona Pop, também pareceu recarregar as energias.
Tentei beber água durante a prova, em um posto de distribuição, mas protagonizei a cena mais patética da noite, ao não conseguir engolir, respirar e correr. É melhor fingir que nada aconteceu e seguir em frente, não é mesmo? Foi o que eu disse a mim mesmo, pelo menos.
Em contrapartida, o fim do Minhocão foi comemorado. Crianças na rua gritavam, pulavam, gesticulavam. Elas, na verdade, pediam pelas pulseiras florescentes entregadas pela organização da prova aos corredores. Ainda assim, não pude deixar de me imaginar como um corredor profissional completando a maratona nas Olimpíadas. Calma, Pedro, ainda falta um quilômetro para chegar ao fim da corrida.
Um rapaz segurava uma placa que dizia: “Tá pensando em parar? Falta pouco”. Era o incentivo necessário para as últimas passadas. O pulmão poluído já se mostrava combalido e as pernas pediam por descanso. Avistar o fim da prova, ainda que lá distante, foi o que precisava para o sprint final, aquela última aceleração – mesmo que fosse para sair bem na foto.
Sid Vicious cantava uma versão de “My Way”, eternizada na voz de Frank Sinatra, no momento em que a linha de chegada foi cruzada. Só percebi depois. A euforia e a satisfação de completar o desafio pareciam deixar qualquer um surdo por alguns segundos. Recobrada a consciência e após bons goles d'água, ouço um senhor de cabelos grisalhos, com o rosto vermelho após o exercício físico, sugerir a moça que estava ao seu lado. “Ufa, foi ótimo. Agora, vamos tomar uma cervejinha?”. Sorri. Não poderia concordar mais.
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