- Hungria Hip Hop (Foto: Gabriel Brasil)

Rapper sem preconceitos, Hungria Hip Hop canta sobre o que aprendeu na vida: 'Minha influência é a vivência' [ENTREVISTA]

Hungria Hip Hop lançou recentemente a música autobiográfica 'Primeiro Milhão' e reflete sobre o início da carreira

Isabela Guiduci Publicado em 09/12/2019, às 17h48

A luta da mãe que trabalha em casas de família fazendo faxinas diariamente para dar melhores condições aos filhos foi a realidade do rapper brasileiro de 28 anos Gustavo da Hungria Neves, conhecido pelo nome artístico, Hungria Hip Hop. Desde o início da carreira do brasiliense, aos 14 anos, uma das motivações dele foi dar melhores condições à mãe, Raquel da Hungria

E, é exatamente sobre isso que reflete "Primeiro Milhão", mais novo single do cantor, com clipe lançado recentemente. Uma mensagem de resistência. Hungria Hip Hop colocou a própria vida dentro da composição a partir da dificuldade financeira vivida quando mais novo. 

+++LEIA MAIS: Os 100 melhores discos da década de 2010, segundo a Rolling Stone EUA [LISTA COMPLETA]

Lançado em 22 de novembro, o clipe de "Primeiro Milhão" ultrapassou os 8 milhões de visualizações no Youtube

O single anterior do rapper, "Um Pedido", segue a mesma temática de "Primeiro Milhão": "Acho que todas as minhas canções são baseadas em tudo que vivo e vejo. E, essas músicas [Primeiro Milhão e Um Pedido] são totalmente autobiográficas. Acho que quando a gente escreve verdades, a possibilidade de atingir um número de pessoas que se identifica com isso é bem maior",  contou Hungria em uma entrevista à Rolling Stone Brasil.

Para ele, a "influência é a vivência". 

A carreira do músico começou bem cedo. Aos 14 anos, lançou "Hoje tá embaçado": "Estava no estúdio com o grupo de funk Bonde Tesão e aí cheguei lá, falaram: ‘Cê sabe cantar, canta aí’. Aí a gente pegou um beat da internet e eu cantei. E, criamos essa música aí, mas foi muito da hora. Parecia que estourava uma bomba de um misto de sentimentos dentro de mim."

+++LEIA MAIS: Os 25 melhores discos brasileiros do 2º semestre de 2019, segundo a APCA [LISTA]

Mas cantar rap não foi bem uma opção: "Naquela época, o rap era estouro na quebrada onde eu morava. Os carros que passavam lá já tocavam rap pra cima e pra baixo. Não tinha a projeção nacional que tem hoje. Então eu não tive outra opção, porque o rap é o estilo que eu fui criado e eu me apaixonei."

Em 2009, lançou a mixtape Hip-Hop Tuning com 16 músicas com hits como "Paga Pau" e "Um Ciclo Foda". O disco de estúdio Meu Carona teve a estreia em julho de 2015. Nele, integram os sucessos "Carruagem", "O Playboy Rodou" e "Zorro do Asfalto" que juntos somam mais de 167 milhões de visualizações no Youtube. 

O rapper conquistou números altíssimos com os singles e também com colaborações como "Quebra-Cabeça" com Lucas Lucco que conta com mais de 111 milhões de visualizações no Youtube. O músico também colaborou com Gusttavo Lima em "Vou te buscar" com 123 milhões de streams na plataforma. No início deste ano, fez uma parceria com Claudia Leitte em "Saudade".

+++LEIA MAIS: Beatles, Led Zeppelin e Black Sabbath: as 11 músicas de abertura de discos mais incríveis do rock

"Quando gravei com eles as pessoas começaram a conhecer o meu trabalho tipo: ‘Quem é esse moleque aí?’. Acho algo incrível. As pessoas que não me conheciam passaram a conhecer e me acompanhar. Também acho que a gente não pode ficar preso em um gênero, sou um moleque totalmente desprendido de gêneros musicais. Tudo é música e o rap é o que mais se encaixa em qualquer outro gênero musical", revelou.

O rapper foi muito criticado por essas escolhas de mistura de gênero: "O rap é música e diversidade também. Ele prega uma parada de não preconceito, de política social e os cara tinha preconceito comigo: ‘E esse playboy cantando rap aí?’. Os mesmos caras que pregavam sobre direito, tiravam o meu direito. E na real era esse cara que não tava fazendo po*** nenhuma pela história do rap", explicou. 

+++LEIA MAIS: The Strokes, Ramones e Guns N' Roses: Os 15 melhores discos de estreia de todos os tempos

Atualmente, com 28 anos e com uma carreira iniciada na adolescência, o músico acredita que evoluiu bastante durante esse período. A maneira de escrever e de enxergar a vida "mudaram para car*****" e isso influenciou diretamente nas músicas dele. 

Hungria tem uma relação bem direta com Deus e tem muita fé. Segundo o rapper, ele conversa todos os dias com Deus e "Ele sabe dos desejos do meu coração", por isso o músico acredita fielmente que esse é só o começo da carreira e o melhor ainda está por vir. 

Assista ao clipe de "Primeiro Milhão":


+++ SCALENE SOBRE RESPIRO: 'UM PASSO PARA TRÁS, RESPIRAR E VER AS COISAS DE UMA FORMA NOVA'

música notícia rapper lucas lucco Zorro do Asfalto Primeiro Milhão Hip-Hop Tuning Um Pedido Claudia Leite Hungria Hip Hop

Leia também

Alfa Anderson, vocalista principal do Chic, morre aos 78 anos


Blake Lively se pronuncia sobre acusação de assédio contra Justin Baldoni


Luigi Mangione enfrenta acusações federais de assassinato e perseguição


Prince e The Clash receberão o Grammy pelo conjunto da obra na edição de 2025


Música de Robbie Williams é desqualificada do Oscar por supostas semelhanças com outras canções


Detonautas divulga agenda de shows de 2025; veja