Um retrato do artista por quem o conheceu de perto
Guilherme Bryan* Publicado em 06/02/2019, às 08h58
O dia 6 de fevereiro será sempre um dia para sorrir. Celebraria, nesta data, aniversário Jair Rodrigues, o dono do sorriso mais contagiante da música popular brasileira. Em 2019, Jairzão festejaria seu 80º aniversário.
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Familiares, amigos e admiradores lembram, a seguir, momentos com Jair Rodrigues de Oliveira, o paulistano que se tornou um dos principais parcerios de Elis Regina, o primeiro rapper do País e muito mais.
O artista morreu aos 75 anos, em decorrência, de um infarto agudo no miocárdio, sofrido na sauna da sua casa, em Cotia, também em São Paulo.
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“Conheci ele superficialmente num festival da Record. Também combinamos de jogar uma bola no time do Agostinho dos Santos. Eu joguei, mas ele não compareceu. Mas sempre foi uma grande figura. Espero que a nova geração procure saber quem era Jair Rodrigues, um grande artista nacional”, Paulo Sérgio Valle, compositor.
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“Jair Rodrigues tinha uma grande força de vontade e, sem qualquer pretensão, imagino que ele sempre será reconhecido como um grande cantor paulista de samba”, Regina Echeverria, jornalista.
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“A família conta que ele dizia que, se não fosse o homem mais feliz do mundo, era um deles. Qualquer pessoa que pesquisar um pouco sobre sua carreira, vai entender a importância da obra e competência artística. É inquestionável, ao conversar com alguém que conheça um pouco sobre técnicas de canto, a potência, afinação e extensão vocal do intérprete. Um ou outro também vai lembrar a imagem das famosas bananeiras como marca dessa figura divertidíssima. Mas Jairzão era muito mais que isso, um homem de família, com valores profundos. A palavra valia mais do que qualquer assinatura em um papel. Sua generosidade era infinita. O grande homem que, além de tudo, foi um grande artista. Salve Jairzão!”, Alexandre Sorriso, cineasta.
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“Absolutamente todo mundo abre um sorrisão ao falar do Jair. Como ele era querido! Um cantor excepcional e um ser humano fora de série! Um cara humilde, simples, que fazia questão de cumprimentar todo mundo, não se negava a tirar uma foto ou dar um autógrafo para os fãs. Os músicos de sua banda me disseram que, nas viagens, quando a van parava num restaurante de estrada ou posto de gasolina, o Jair fazia questão de ir até a cozinha cumprimentar o cozinheiro, o pessoal que trabalhava na cozinha, elogiar a comida. Era espontâneo. Era o jeitão do Jair mesmo, um cara feliz, de uma alegria inabalável e contagiante”, Rubens Rewald, cineasta.
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“Quando eu nasci, em 1975, meu pai já tinha pelo menos 11 anos de muito sucesso. Então ele viajava muito e nem sempre podia estar presente nos eventos da escola. Claro que a gente sentia falta, mas entendia que era pela profissão e ele compensava isso com muita alegria e carinho quando estava em casa. Era um pai engraçado. Sempre foi um pai figura (risos). Depois de um tempo, a gente começou a jogar bola e pescar junto. Tinha esses momentos de pai e filho. Não tenho do que reclamar. Ele cumpriu seu papel bem, não só na área musical, mas na área pessoal também. E viveu plenamente. Sempre abraçou a vida. Isso para mim é uma grande lição”, Jair Oliveira, cantor, compositor e filho de Jair Rodrigues.
“Temos sorte dos pais (Jair e Clodine) que sempre nos prepararam e nos apoiaram em todas as decisões! Eles sempre deram conselhos em relação a tudo, mas faziam questão de dizer que a decisão do que fazer e que rumo tomar seria o dos nossos corações. Os dois também sempre foram muito pé no chão e sem papas na língua para nos falar tudo que achavam (risos). Também fica a imagem de um homem batalhador, talentoso, família, cheio de sorrisos e amor para dar! Para ele não tinha ‘tempo ruim’ para ir à luta e viver da sua arte! Um dos maiores artistas que o Brasil já teve!”, Luciana Mello, cantora e filha de Jair Rodrigues.
“O Jair é uma das grandes vozes e um dos expoentes do samba no Brasil. Tinha todo o domínio da linguagem, o suingue, a alegria e também a tristeza. Sabia interpretar e transmitir o que aquilo queria dizer. Para mim, é um dos maiores. O que eu quero que fique para o futuro e para as próximas gerações é o sorriso do Jair, a emoção que ele colocava na música e a verdade absoluta e cristalina que tinha como artista”, Swami Junior.
*Guilherme Bryan é professor do Centro Universitário Belas Artes e autor dos livros Quem Tem um Sonho Não Dança - Cultura Jovem Brasileira dos Anos 80, e Teletema - Uma História da Música Popular pela Teledramaturgia (com Vincent Villari).
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