A cantora escreveu uma carta aberta sobre a pandemia do coronavírus e o isolamento social que vive desde quando deixou os palcos
Redação Publicado em 01/06/2020, às 07h43
Rita Lee revelou detalhes sobre a rotina durante a quarentena contra o coronavírus. A cantora escreveu um texto inédito para a revista Veja sobre a relação dela com o isolamento social - que não é uma novidade na vida da artista.
Para Rita, ela sempre foi do grupo de risco da sociedade, desde o momento em que lutou “contra os donos do poder” e repudiou “zilhões de outras barbaridades cometidas pela raça humana, que trata animais como objetos”.
“Desde que deixei os palcos, há oito anos, vivo confinada na minha toca, numa casinha no meio do mato cercada de bichos e plantas, só saindo para ir ao dentista, fazer supermercado, comprar ração para meus animais e, eventualmente, visitar meus netos. Hoje, faço tudo pela internet e rezo para não quebrar um dente.”
A cantora completou: “Sou parte de um grupo de risco saudável e esperançoso, por acreditar que esta pandemia faz parte de um propósito Divino para conscientizar a raça humana a respeitar nossa Nave Mãe Terra de toda a destruição que vem sofrendo, em todas as suas formas de vida. E revelando que a humanidade, sim, é que tem sido o grande vírus, fazendo o Jardim do Éden, nossa Mamãe Natureza, virar o maior grupo de risco".
A artista escreveu sobre o ciclo da vida e o processo natural de idosos morrerem antes dos jovens. Contudo, Rita demonstrou estar surpreendida com o número de mortes precoces causadas pela covid-19.
"É sequência natural que velhos morram antes de jovens e crianças, mas não precisava ser nesta situação apocalíptica de fim do mundo, apavorando vovôs e vovós. Os milhares de corpos que temos visto empilhados em cemitérios precários e caminhões frigoríficos expõem os humanos a mais um perigo, contaminando o solo por sei lá quanto tempo com um vírus cuja consequência é desconhecida", declarou Rita.
A cantora também sugeriu que os corpos da vítimas fossem cremados com “o maior respeito”, como fazem na Índia diante de um fogo sagrado que higieniza o planeta. Ela disse: "Não seria melhor uma nova lei para organizar uma cremação desses corpos? Há séculos o fazem na Índia e com o maior respeito, tudo diante de um fogo sagrado que transforma os defuntos em cinzas e higieniza o planeta Terra”.
Rita ainda falou que prefere viver na “chatice” da quarentena do grupo de risco do que morrer de um “vírus vodu”. Além disso, ela revelou que pede ao Universo para ter uma morte tranquila e sem dor.
"Fazer parte do grupo de risco por eu ter 73 anos pode ser uma chatice, mas não para mim. Não vou morrer desse vírus vodu e peço ao Universo que minha morte seja rápida e indolor, de preferência dormindo e sonhando que estou com minha família numa praia do Caribe."
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