Rock of Ages: O Filme leva os excessos oitentistas para a telona; concorra a guitarra assinada pelo elenco do filme
Stella Rodrigues Publicado em 24/08/2012, às 10h58 - Atualizado às 12h33
Com atuações sofríveis, versões musicais ainda mais cafonas do que as já duvidosas originais e muito glitter para encobrir pouco conteúdo e uma história absolutamente manjada, a primeira coisa que se poderia pensar de Rock of Ages: O Filme é que a melhor coisa a se fazer é passar bem longe dele nos cinemas. Mas essa farofa toda resultou em um filme bem divertido sobre todos os aspectos excessivos da época. Isso se o expectador, primeiramente, não for daquelas pessoas totalmente avessas a musicais e, segundo, tiver em mente que tanto musicais quando a cultura oitentista são coisas que, isoladamente, já possuem uma “breguice” inerente. Juntas, então, elas formam uma bomba-karaokê.
Exclusivo: concorra a uma guitarra assinada pelo elenco de Rock of Ages!
O espírito do filme do diretor e coreógrafo Adam Shankman mora na obra que originou o longa, um musical da Broadway extravagante ideal para turistas. Na telona, os ares épicos, com explosões, cores e luzes, lembram uma versão maior e mais bem produzida de Glee – que, apesar de ser uma criação relativamente nova do universo dos musicais, acabou se tornando referência. Tom Cruise e sua característica canastrice dão conta do recado dentro do esperado ao darem vida a Stacee Jaxx, um roqueiro decadente composto a partir das características mais marcantes de gente como Ozzy Osbourne, Alice Cooper e Axl Rose. Ele é a única esperança do personagem de Alec Baldwin, o dono da casa Bourbon Room, prestes a falir. Mas, como bem sabemos, lidar com astros temperamentais é sempre algo arriscado.
Paralelamente, temos a história do casal que, no fim das contas, protagoniza o filme. Sherrie (Julianne Hough), uma típica interiorana inocente. Ela vai para Los Angeles para ser atriz e – claro! – acaba como garçonete do Bourbon. Lá se desenvolve o romance dela com o colega de trabalho Drew (Diego Boneta). Ao longo do filme, o casal basicamente reencena “Don’t Stop Believing”, do Journey, que é a música tema deles – é tudo muito literal e o roteiro toma alguns atalhos bastante batidos. Mas quando a história começa a cansar, equilibra-se com um novo e delicioso hit oitentista de bandas como Def Leppard a Twisted Sister. Note-se que os produtores fizeram questão de escolher o maior sucesso de cada grupo grande da época (ou o único, no caso de “one hit Wonders”), de forma que mesmo quem não for um grande conhecedor do trabalho desses músicos cabeludos saberá cantar junto.
Leia nossa entrevista com o ator Diego Boneta sobre Rock of Ages.
Enquanto o jovem e ingênuo casal tenta se encontrar, tanto no amor quanto na carreira, Stacee tenta se reencontrar. Começa a ver uma luz no fim do túnel ao conhecer a repórter da Rolling Stone encarnada por Malin Akerman, que, ao contrário das filas de sicofantas que querem cair nas graças do roqueiro poderoso, não tem medo de dizer verdades a ele.
O humor fica por conta do personagem do ótimo Russell Brand (Lonny, assistente do personagem de Baldwin), que tem em seu texto as melhores piadas. Mas vale destacar que dupla de atores/comediantes foi incumbida de um número musical tão sem noção que não dá para engolir sem levar às mãos ao rosto de vergonha, nem mesmo estando com o espírito pronto para deitar e rolar na farofa.
Está para nascer uma época em que o rock foi tão deliciosamente cafona como os anos 80. O longa entretém e nos leva a uma versão glamourizada da década que encarou de frente uma das tantas mortes que foram declaradas ao rock. Aqui, ele precisa vencer três grandes obstáculos para sobreviver – o boom das boy bands, os empresários mau caráter e os grupos conservadores, como o que é liderado pela personagem de Catherine Zeta-Jones. Ela faz uma esposa de político que é uma versão clara, embora não declarada, da Tipper Gore, a mulher que instituiu os selos de “aconselhamento aos pais” nas capas de discos (saiba mais aqui).
Assista abaixo ao trailer de Rock of Ages:
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