Show do headliner foi o que atraiu mais público; parceria de Ney Matogrosso e Nação Zumbi dividiu opiniões
Lucas Brêda, do Rio de Janeiro Publicado em 23/09/2017, às 04h13 - Atualizado às 05h04
O segundo fim de semana do Rock in Rio segue intenso - nesta sexta, 22, o festival teve um dos dias mais cheios até agora. O público chegou cedo (especialmente em comparação ao dia anterior, quinta-feira) e ficou até os fogos anunciarem que, para a tristeza geral, o Bon Jovi não voltaria para um segundo bis.
A montanha-russa voltou a funcionar, a tirolesa continuou a todo vapor e o dia ensolarado ajudou o ambiente. O Baiana System, uma das atrações mais urgentes e interessantes de todo o Rock in Rio, carregou uma multidão logo cedo, depois das 16h, para o palco Sunset. A energia da apresentação foi tanta que nem parecia dia - e nem palco Sunset.
O palco secundário do festival, aliás, hoje era temático do Nordeste. Depois do furacão Baiana System, O Grande Encontro reuniu Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo para uma visita bem guiada aos hits "folk" da música nordestina. Foi um estardalhaço incomum para o festival, com menção ao ausente Zé Ramalho, "fora, Temer" e discurso de Valença. Já o encontro pouco entrosado - se não decepcionante, devido à grande espera - de Ney Matogrosso e Nação Zumbi não foi tão animado, ainda que tenha mantido o espaço interessante pelo ineditismo.
O palco Mundo foi do pop rock e do classic rock mais reconhecível. Primeiro, o Jota Quest emendou covers de Lulu Santos e Roberto Carlos em um repertório que deveu às antigas (e mais funkeadas) e abraçou as baladas (e singles recentes). Ainda teve o rock genérico do Alter Bridge antes de um show bastante digno do Tears For Fears, que mostrou ter hits de sobra em uma apresentação calcada na performance de palco, com direito a uma cover de "Creep" (Radiohead).
O Bon Jovi fez certamente o show mais cheio do palco Mundo até agora. Em comparação com o headliner do dia anterior, o Aerosmith, contudo, não foi o mais celebrado. O volume assustador de gente deu tons épicos a hits máximos como "It's My Life" e "Livin On a Prayer", mas o miolo do set list não segurou tanto o gás quanto a banda de Steven Tyler. Ao fim, o público não arredou o pé pedindo a esnobada "Always", até se conformar que o show havia acabado sem a inclusão da faixa.
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