Filme protagonizado por Taron Egerton sobre o músico inglês estreia no Brasil em 30 maio
Pedro Antunes
Publicado em 11/04/2019, às 11h22Em 15 minutos de Rocketman, exibidos em uma sessão especial para a imprensa na manhã desta quinta-feira, 11, o filme que reconta a vida de Elton John mostra a que veio. E, principalmente, aponta o potencial para aproveitar a onda de cinebiografias com sucesso de público e crítica puxada pelo estouro de Bohemian Rhapsody, do Queen.
Surreal, beirando a psicodelia e com intensidade na atuação de Taron Egerton, o longa dirigido por Dexter Fletcher parece brincar com o real e o imaginário, ao, por exemplo, mostrar Elton John flutuando no palco, assim como o público diante dele, em sua primeira apresentação nos Estados Unidos.
Em outro momento, o filme se aproxima de um musical mais clássico, com ares do premiado filme Moulin Rouge!, quando o elenco canta "Goodbye Yellow Brick Road", em uma bonita cena de despedida.
O trabalho de Taron Egerton, pelo que foi possível notar em 15 minutos de filme, é elogiável. O ator galês de 29 anos mostra ser capaz de encenar os nuances de um personagem tão explosivo quanto Elton John. É quase palpável o desespero mostrado pelo personagem prestes a subir ao palco.
Sem precisar se preocupar em manter tudo no plano da realidade, Rocketman, com estreia prevista para 30 de maio, parece ter a leveza de adaptar a trajetória de transformação de Reggie Dwight em Elton John, ascensão e queda de um dos mais importantes artistas do mundo pop.
O elenco conta também com Jamie Bell e Bryce Dallas Howard, e tem direção assinada por Dexter Fletcher (o mesmo, aliás, a assumir o cargo de diretor em Bohemian Rapsody após a saída de Bryan Singer) e produção do próprio Elton John.
Rocketman, filme sobre a vida de Elton John, já recebeu algumas críticas após boatos - posteriormente negados - de que as cenas de sexo gay seriam cortadas.
Ainda sobre controvérsias da sexuliadade do astro, surgiram dúvidas sobre a escolha de Taron Egerton para o papel principal. Algumas críticas se perguntavam se um homem heterossexual seria a melhor opção para viver John, que é gay.
Em entrevista à GQ, o ator falou sobre a aceitação que teve pela comunidade LGBT+. “Eu me aproximei [do papel] de coração aberto, e espero que esse tenha sido o motivo que as pessoas me aceitaram. A comunidade LGBT sempre foi sobre inclusão, não? Não é como ‘eu estou aqui e você está ai’. De fato, se você quiser entrar, entre”, comentou.
Egerton também afirmou que se sente “mais em casa em uma balada gay do que em um jogo de futebol.”
Dexter Fletcher, diretor de Rocketman e de Bohemian Rhapsody, vai abordar desde o casamento de Elton com Renate Blauel até a época em que o músico se assumiu gay, em 1988.
Para Egerton, John foi um pioneiro. “Foi muito revolucionário para a época. Os homens eram mais excluídos. A gente não tinha modelos como esse quando estávamos crescendo. Às vezes, eu acho que sou de uma época que já passou, que nasci tarde demais”, comentou.
Olly Richards, do NME, afirmou que Egerton foi a escolha certa para o papel. “Ele parece com [Elton John] o bastante para dar para ver porque ele foi escolhido. Mas ele também soa como [o músico]. Ele gravou todos os vocais do filme, e as vezes fica difícil de dizer se era ele ou John cantando”, escreveu.
O Oscar 2019 consagrou Bohemian Rhapsody, filme que recontou a trajetória de Freddie Mercury e o Queen, lançado em 2018. O longa recebeu quatro estatuetas: três em categorias técnicas (Melhor Mixagem de Som, Montagem e Edição de Som) e uma para Rami Malek, escolhido como Melhor Ator.
Bohemian Rhapsody é a maior cinebiografia de todos os tempos, em termos de bilheteria. O longa arrecadou até o momento US$ 900 milhões e ultrapassou Straight Outta Compton, de 2015.
Bem aceito pelos fãs, o filme gerou uma onda de cinebiografias. A mais recente é The Dirt, longa sobre a história do Motley Crue. O filme lançado exclusivamente na Netflix foi muito bem aceito pelos fãs de Nikki Sixx e companhia, embora tenha dividido a crítica.