Nova versão da história épica é protagonizada por Jack Huston
Paulo Cavalcanti Publicado em 17/08/2016, às 13h33 - Atualizado às 13h38
Judah Ben-Hur é comumente encarado como um personagem retirado das páginas das Sagradas Escrituras, quando não se conhece a Bíblia profundamente. Na verdade, ele é uma criação do escritor norte-americano Lew Wallace, que em 1880 escreveu Ben-Hur: Uma História do Cristo. Ao tramar habilmente a história do fictício Ben-Hur com acontecimentos citados na Bíblia, Wallace foi responsável por uma das maiores obras cristãs de todos tempos. Falando de fé, religião e política, a história tinha tudo para ganhar as telas. Em 1925, surgiu uma elogiada versão muda e em preto e branco. Mas em 1959, na época áurea dos grandes épicos religiosos, o diretor Wyliam Wyler elaborou sua versão com quase quatro horas de duração. A obra ganhou 11 prêmios Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator (Charlton Heston, no papel título). Naturalmente, esta ainda é a filmagem definitiva, e tentar reproduzi-la fielmente seria um verdadeiro suicídio artístico e financeiro. Felizmente, não foi o que aconteceu cm Ben-Hur, que chega aos cinemas nesta quinta, 18.
O russo Timur Bekmambetov não correu riscos óbvios e o longa que ele dirigiu não imita o épico de 1959. Claro, a história ainda é a mesma, mas aqui tem muito pouco da grandiosidade ou da pompa do Ben-Hur com o qual estamos acostumados. A versão de Bekmambetov dura apenas duas horas e resume muitos dos acontecimentos abordados longamente no livro e no filme de 1959. Mas, justamente por ser mais pé no chão e espartana, esta refilmagem é convincente. O longa tem um acabamento naturalista. Jerusalém é uma cidade pobre construída sobre pedras. As pessoas não se vestem com togas e nem usam adereços dourados. Não existem templos monumentais e nem legiões com milhares de soldados marchando de forma imponente. Enfim, é um produto mais palatável para o público moderno, fica longe de filmes bíblicos, que muitas vezes são considerados visualmente "bregas" e exagerados.
Judah Ben-Hur (Jack Huston) é um príncipe judeu que vive com a família em Jerusalém. Ele está sempre acompanhado de Messala (Toby Kebbell), um romano que foi adotado pelos Ben-Hur ainda bebê. Mas Messala, que nutre uma paixão pela irmã adotada Tirzah (Sofia Black D'Elia), sente-se menosprezado, acredita que seja bem tratado apenas por caridade e não por merecimento. Um dia, sai de casa e se junta à legião romana. Torna-se, então, um guerreiro temido e uma importante peça no jogo político de Pôncio Pilatos (Pilou Asbæk), que agora é o governador na região da Judeia. Os romanos caçam com crueldade os zelotes, guerrilheiros que realizam atos de sabotagem para provocar o Império. Depois de uma série de mal-entendidos, Ben-Hur é traído e falsamente acusado de estar do lado dos zelotes, conspirando contra o estado. Messala o manda para as galés e lá ele permanece por cinco anos, remando em barcos de guerra romanos e vivendo de forma sub-humana. Depois de uma batalha contra os gregos, ele miraculosamente sobrevive ao naufrágio do barco onde se encontra. É salvo pelo sheik Ilderim (Morgan Freeman), que nota que o misterioso rapaz tem jeito com cavalos. Depois de tomar pé de toda a história, o sheik convence Ben-Hur a voltar para a sua cidade e participar da corrida de bigas, o maior evento organizado pelos romanos. Assim, finalmente, teria chance de se vingar do meio-irmão. Em meio a todos os acontecimentos, há alguns encontros com Jesus de Nazareth (Rodrigo Santoro), que aos poucos consegue angariar seguidores, despertando a ira dos romanos. No final, isso será decisivo para a vida de Ben-Hur. Ele é consumido por ódio e vingança, mas no final aprende a viver com a tolerância e o perdão.
Bekmambetov, que em 2012 fez Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros, evita ser muito solene, sentimental ou grandiloquente. Ele mantém o respeito pelo sentimento cristão da história, mas não existe pregação religiosa ostensiva. No filme de 1959, por exemplo, o papel de Jesus era simbólico: ele só aparecia de costas e não tinha diálogos. Agora, Jesus tem um cara por meio do brasileiro Santoro, que fala e age da maneira que todos esperam. Não é um papel extenso, mas ele surge em momentos-chave do longa. Charlton Heston encarnou Ben-Hur de uma forma "maior que a vida", com uma imponência impossível de ser imitada. Já Huston o interpreta como um rapaz que aos poucos vai amadurecendo, até voltar para casa e reclamar o que é seu. O Messala de Toby Kebbell é um antagonista de respeito e Freeman nem precisa se esforçar muito em seu recorrente papel de velho sábio. A climática e espetacular corrida de bigas exemplifica o conceito de "pão e circo" de forma explícita.
Morre Andy Paley, compositor da trilha sonora de Bob Esponja, aos 72 anos
Viola Davis receberá o prêmio Cecil B. DeMille do Globo de Ouro
Jeff Goldblum toca música de Wicked no piano em estação de trem de Londres
Jaqueta de couro usada por Olivia Newton-John em Grease será leiloada
Anne Hathaway estrelará adaptação cinematográfica de Verity de Colleen Hoover
Selena Gomez fala sobre esconder sua identidade antes das audições