Roman Polanski terminará filme de dentro da cadeia

The Ghost Writer, que conta com Ewan McGregor e Kim Cattrall, poderá estrear no Festival de Berlim, segundo roteirista

Da redação Publicado em 21/01/2010, às 12h31

Atualizada em 21 de janeiro, às 12h32

O confinamento de Roman Polanski - preso no mês passado, na Suíça, por conta de uma acusação, feita em 1977, de abuso sexual contra uma adolescente de 13 anos - não o impedirá de terminar seu mais recente filme, The Ghost Writer.

É o que afirma Robert Harris, roteirista do thriller político (baseado em seu próprio livro) sobre um ghost-writer convocado para ajudar a escrever as memórias de um ex-primeiro ministro britânico - até que segredos do político vêm à tona, o que põe a vida do escritor por encomenda em perigo.

Polanski espera completar a produção a tempo do próximo Festival de Berlim, em fevereiro, contou o autor ao jornal britânico The Times. "Ele pode expressar seus desejos da cela. Não acho que ele possa fazer ligações, mas pode se comunicar."

Ao site The Hollywood Reporter, o coprodutor Henning Molfenter, à frente do estúdio Babelsberg, garantiu que a obra será finalizada até o fim do ano. "Nós cumpriremos todos os prazos e obrigações com os distribuidores."

Para fugir da garra da justiça, o cineasta, consagrado por filmes como O Bebê de Rosemary e Chinatown, abandonou os Estados Unidos para nunca mais voltar, em 1978. Nem mesmo para buscar o Oscar de melhor diretor, em 2002, por O Pianista. Curiosamente, ele foi apreendido enquanto recebia homenagem em outra cerimônia voltada à indústria cinematográfica - no caso, um festival em Zurique, capital da Suíça, que tem acordo de extradição com os EUA.

Na semana passada, o Ministério da Justiça suíço rejeitou pedido de liberdade sob fiança para o diretor, com medo que o acusado escapasse mais uma vez.

The Ghost Writer tem no elenco Ewan McGregor, Pierce Brosnan, Kim Cattrall, Olivia Williams, James Belushi e Tom Wilkinson, entre outros. Na verdade, não falta muito a ser feito no filme: as filmagens ocorreram na Alemanha, entre fevereiro e maio, e a edição terminou no exato dia em que Polanski foi enquadrado pela justiça suíça, segundo a BBC.

De acordo com o Times, o diretor, diretamente da cadeia, deu ao compositor Alexandre Desplat (O Curioso Caso de Benjamin Button, A Rainha) diretrizes para a trilha sonora do filme.

Harris admitiu que a recepção ao filme pode ser prejudicada pelos recentes acontecimentos. "Vamos testar ao máximo a noção de que não existe algo como 'má publicidade'."

Os dois já trabalharam juntos na adaptação do romance histórico Pompeei, sobre Pompeia, cidade sob domínio do império romano que foi devastada pelo vulcão Vesúvio, em 79 d.C..

Harris afirmou que, embora não exima a culpa do amigo pelo crime contra Samantha Geimer, a situação é mais complexa do que aparenta à primeira vista. "Ele teve pouca escolha a não ser fugir. Efetivamente, está interditado há 32 anos", disse o escritor. "Para isso acontecer com ele agora... Parece, a mim, mau tratamento, especialmente quando a própria vítima diz não desejar vê-lo perseguido por mais tempo."

Em setembro, noticiou-se que Brett Ratner (X-Men - O Confronto Final) vai dirigir documentário sobre Polanski. Amigo do cineasta, ele dará continuidade a Wanted and Desired, filme de Marina Zenovich sobre a condição de acusado do cineasta.

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