Elenco da primeira temporada de <i>Fear the Walking Dead</i> - Divulgação

Saiba o que esperar de Fear the Walking Dead, spin-off da franquia sobre zumbis mais assustadora da televisão

O apocalipse de The Walking Dead se arrasta para a costa oeste dos Estados Unidos a partir deste domingo, 23

Rob Sheffield - Tradução Ana Ban Publicado em 22/08/2015, às 13h45 - Atualizado às 14h22

Uma cena típica em Fear the Walking Dead: dois policiais em volta de uma cama de hospital em Los Angeles. Um garoto drogado qualquer foi atingido por um carro enquanto corria pela rua berrando os horrores mortos-vivos que ele tinha acabado de presenciar – um antro de drogas em que uma garota-zumbi seminua está se refestelando com carne humana. Um policial diz: “Você estava falando de carne, sangue e vísceras”. O sujeito balbucia: “Não sei o que são vísceras”. Ô-ou – gente comendo gente? Isso pode ser mau sinal. Será que isto são só os devaneios de um junkie alterado? Ou será que a nação está às vésperas de um apocalipse-zumbi completo?

A história tortuosa e a ascensão sem limites de The Walking Dead, o programa mais sangrento da TV.

Você provavelmente já adivinhou a resposta, com uma ajudinha do título. Fear the Walking Dead, que chega às telinhas neste domingo, 23, pelo canal pago AMC Brasil, às 22h, é uma das estreias da TV mais esperadas do ano. Se você não sabe o que são vísceras, certamente vai ficar sabendo. The Walking Dead, baseado na HQ de Robert Kirkman, é um sucesso de zumbis comedores de carne que não para de crescer. Enquanto isso, esta prequel supervisionada por Kirkman expande a franquia de um jeito bem esperto, levando a gente de volta ao início do surto, quando os cidadãos de bem só podem observar apavorados enquanto os amigos e vizinhos de repente se transformam em monstros. Como um personagem coloca: “Quando a civilização acaba, acaba rápido.”

Fear the Walking Dead começa com uma família disfuncional normal de Los Angeles. O pai, Cliff Curtis, é um professor de inglês do ensino médio que leciona sobre Jack London e a batalha eterna da civilização contra a natureza. (O spoiler dele: “A natureza sempre vence!”) A namorada dele, Kim Dickens, é a orientadora da escola, com sua própria prole de adolescentes alienados: seu filho Nick é viciado em heroína e tem um jeitão de James Franco com sua jaquetinha de náilon puída à anos 1980, e a filha estudiosa, Alicia, que está a caminho da universidade de Berkeley. Quer dizer, a menos que algo dê muito errado. Como talvez uma epidemia de gripe misteriosa que acaba se revelando ser algo muito, muito pior.

Galeria: os dez melhores episódios de The Walking Dead.

Os zumbis não têm exatamente personalidade de destaque, mas parte do apelo da saga toda é que não há pressão para se envolver emocionalmente com qualquer pessoa da tela – só tem quem mastiga e quem é mastigado. (Ou os que ainda não foram exatamente mastigados.) Os humanos não são heróis que deram zebra, principalmente porque a maior parte deles têm menos instinto de sobrevivência do que um esquilo médio. Então, você não torce para nenhum deles; só tenta adivinhar quem vai ser a próxima vítima. E depois de assistir ao pessoal pavoroso em discussões sem fim a respeito de seus sentimentos, você vai estar mais do que pronto para que alguns zumbis cheguem para instalar o caos.

Mas a melhor coisa a respeito de Fear the Walking Dead – e a razão por que adiciona algo novo de verdade à receita – é a maneira como transforma Los Angeles no personagem principal, brincando com lugares que todos reconhecem. A certa altura, dois sujeitos desprezíveis se encontram em uma lanchonete que parece ser exatamente a mesma onde John Travolta e Samuel L. Jackson discutem sobre bacon em Pulp Fiction: Tempo de Violência. Só que, em vez de debater se é nojento comer porco ou não, estão falando sobre zumbis que enchem a cara de cérebro humano.

Twin Peaks,The Walking Dead, Breaking Bad e outras séries são "simpsonizadas" por ilustrador belga.

Há um elemento sádico de querer ver Hollywood pegar fogo por trás de toda a violência urbana. Fear the Walking Dead tem o clima de que Los Angeles sofre porque acaba levando a culpa de tudo que está errado na nossa sociedade doente. Isso já guiou melodramas de Terremoto a O Demolidor, de Helter Skelter ao infame episódio de punk rock de Quincy. Los Angeles é a cidade que fica bonita quando chora – por isso serve tão bem como estrela para histórias de desastres. Como o próprio George A. Romero percebeu na época de Dia dos Mortos, só há uma coisa mais assustadora do que zumbis no mato: zumbis no shopping center. Este é o verdadeiro declínio da civilização ocidental, ainda mais pavoroso devido ao fato de que os mortos-vivos vão mastigar tudo que sobrar. Los Angeles: é o que temos para o jantar.

Veja um teaser de Fear the Walking Dead

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