A banda apresentará o novo disco, Paraíso Portátil, em show em São Paulo dia 5 de março
Camilla Millan Publicado em 02/03/2020, às 15h49 - Atualizado às 16h00
Gabriel Aragão, vocalista dos Selvagens à Procura de Lei, conversou com a Rolling Stone Brasil em uma tarde de quinta-feira. O músico falou sobre o disco Paraíso Portátil, lançado no final de 2019.
Atualmente, o grupo, formado por Rafael Martins(vocal e guitarra), Caio Evangelista(vocal e baixo), Nicholas Magalhães(vocal e bateria) e Gabriel Aragão(vocal e guitarra), está em turnê com Paraíso Portátil, um disco-desabafo sobre a vida adulta e o 4º álbum dos Selvagens à Procura de Lei.
Após 10 anos de formação, o grupo passou por diversos momentos. A banda de Fortaleza lançou hits de sucesso, como "Despedida" e "Brasileiro", ambos do álbum Selvagens a Procura de Lei (2013). Em 2016, os leitores da Rolling Stone Brasil elegeram o single "Tarde Livre" como uma das melhores músicas do ano. Em 2018, a Revista Exame elencou os Selvagens como uma das cinco bandas que estão mudando a música brasileira.
Paraíso Portátil, assim como os outros álbuns da banda, é feito em um processo de mudança, para “sair da zona de conforto”. “Ficar no lugar comum é cruel”, explicou Gabriel Aragão sobre o disco. A frase é bem representativa de todas as épocas vividas pelo grupo e espelhadas nos álbuns.
“Praieiro (2019) é extrovertido, o que fazer agora? O contrário”, falou Aragão sobre o processo criativo do disco.
Fugindo da mesmice e do disco anterior (Praieiro), Paraíso Portátil chega como um desabafo, uma reflexão dos Selvagens. Segundo Aragão, é justamente esse o intuito do álbum: “É um mergulho para dentro de si mesmo com temas realmente difíceis”.
Desde a criação da banda, em 2009, muita coisa mudou. O grupo saiu do Ceará rumo à São Paulo e compartilhou uma casa, mas, atualmente, os integrantes se separaram fisicamente para continuar a criação musical juntos. Além disso, o álbum mais recente remete à cidade na qual agora vivem.
“A sonoridade me lembra São Paulo, apesar de termos gravado no Rio de Janeiro. Esse disco quando escuto, lembro, na composição, muito de São Paulo, mas óbvio que lembro muito do Rio. Então vamos falar logo o Sudeste... Me lembra muito o Sudeste,” disse o cantor.
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Além da mudança física de cidade e de casa, Aragão agora é casado, é pai - tema que é tratado na canção “Ponto e Vírgula” - e o novo trabalho da banda representa essa transformação. “Um disco adulto”, reflete Aragão.
“Não é mais uma coisa de 4 moleques que moram juntos e estão desbravando o mundo da música. Está todo mundo na sua, adulto. É uma fase nova da banda, a gente falando sobre paternidade e coisas assim... É bem diferente,” explica o músico.
Mais do que temas maduros e integrantes adultos, Paraíso Portátil representa o auto-conhecimento. Aragão incluiu a nova fase própria - próxima da espiritualidade - ao disco. “Compor essas músicas me salvou de muita coisa. Consegui botar para fora. A faixa-título fala justamente disso, como é difícil mudar, às vezes”, explicou Aragão.
O nome do álbum foi pensado pelo músico a partir da frase de um guru sobre meditação, a qual fala sobre ter uma conexão maior com si mesmo e perceber uma paz interior, um “paraíso portátil dentro de si”.
Segundo o músico, a busca pela espiritualidade e por ser uma pessoa melhor não é fácil: “A galera começa a achar ruim. Nada é fácil nessa vida, mudar também não é fácil. Algumas pessoas ao seu redor não vão te acompanhar nessa mudança, outras ficarão contigo”.
A mudança no estilo musical de Paraíso Portátil foi sentida por quem segue os Selvagens. Segundo Aragão, quando os seguidores escutaram os dois primeiros singles tiveram um "baque enorme porque 'nossa, mudou demais a banda, o que aconteceu?'”
Apesar disso, o músico reflete: "Já lembro da música 'Paraíso Portátil', que fala logo no começo: ‘Ouvi dizer/ Que eu tinha mudado tanto/ Que eu não sou mais quem eu era/ Quem é essa nova pessoa?’ O disco inteiro é sobre isso, sobre ser você mesmo”.
Desde a criação da banda, Gabriel Aragão percebeu as mudanças no mercado musical. Segundo o músico, os Selvagens vivenciaram a vinda do Spotify para o Brasil, em 2013, quando estavam no segundo disco. Era um momento em que a gravadora os cobrava “para vender disco nas lojas e tudo mais”.
Caracterizando os Selvagens como uma “banda de transição”, Aragão acredita que as bandas mais recentes, conhecedoras do streaming, têm facilidade para entender mais o mercado: “Acho que a molecada que está começando agora, entre 18 e 19 anos e está montando banda, gravando coisa, já tem outra cabeça, já sabe mais onde está pisando”.
Em turnê com o disco novo, o grupo passará por São Paulo em 5 de março de 2020, na Casa Natura Musical. A casa de shows fica na Rua Artur de Azevedo, 213. Telefone: (11) 3031-4143
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