Brad Pitt - Divulgação

Sem a complexidade do livro original, Guerra Mundial Z apenas diverte

Filme com Brad Pitt transforma o complexo livro de Max Brooks em história de ação frenética

Paulo Terron Publicado em 28/06/2013, às 12h44 - Atualizado às 12h55

Poderia ter sido uma tragédia, mas não foi: o processo de adaptação do livro Guerra Mundial Z para o cinema foi tão problemática quanto poderia ser, com refilmagens, vários roteiristas, desenvolvimento de um novo final... Todos os sinais de que um filme está afundando antes mesmo de estrear. Mas para sorte do ator e produtor Brad Pitt – e espanto geral dos especialistas –, foi extremamente bem no fim de semana de estreia, garantindo inclusive uma continuação.

No longa-metragem do diretor Marc Forster, Gerry (Pitt) é um investigador aposentado da ONU, convocado de volta ao trabalho em meio ao caos de um planeta dominado por um vírus que transforma as pessoas em zumbis. Com a ajuda dos militares, ele vai de país em país tentando descobrir a cura para a rápida e implacável pandemia: Coreia do Sul, Israel e País de Gales estão no roteiro.

Esse elemento multicultural é uma referência – mesmo que indireta e vaga – ao texto original de Max Brooks, escrito em forma de relatórios que explicam com os zumbis dominaram o mundo (no livro há até um capítulo incrivelmente detalhado que se passa no Brasil, em São Paulo). Na telona, Pitt troca de país como se mudasse de bairro, em sequências que chegam a causar mais incredulidade do que uma dominação de mortos-vivos. É entretenimento ao estilo máximo de Hollywood e, exatamente por isso, perde completamente os elementos ácidos e socialmente críticos do livro de Brooks.

Guerra Mundial Z acaba funcionando como um bom e frenético filme de ação – as hordas de zumbi quase sempre são um exército que funciona em massa, como um elemento da natureza, não muito diferente dos tsunamis ou furacões. Só não espere algo mais reflexivo ao estilo de George Romero (o cineasta que transformou os zumbis em alegorias sociais) ou do livro – Brad Pitt e companhia reestruturaram tudo de forma simples, direta e eficiente. E, por consequência, inócua e vazia.

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