- Mulheres afegãs (Foto: Paula Bronstein/Equipe)

Sem estudo, trabalho, dirigir e sendo apedrejadas: a vida da mulher governada pelo Talibã

Com a tomada do Afeganistão, direitos das mulheres começaram a regredir no país por conta do grupo extremista

Redação Publicado em 17/08/2021, às 09h14 - Atualizado às 09h30

O grupo extremista Talibã voltou ao poder do Afeganistão após tomar o palácio presidencial em Cabul, capital do país, no último domingo, 15. O retorno do regime autoritário significa um retrocesso enorme para as mulheres afegãs, que não tinham estudo e trabalho, não eram permitidas a dirigir e corriam risco de apedrejamento quando o grupo governou o país entre 1996 e 2001.

Segundo informações do G1, Aisha Khurram, ex-embaixadora da Juventude da ONU, fez uma publicação no Twitter a respeito da situação na Universidade de Cabul no domingo. "Alguns professores se despediram das alunas quando todos foram evacuados da Universidade nesta manhã... Talvez não tenhamos nossa formatura assim como milhares de alunos em todo país..."

Some teachers said goodbyes to their female students as everyone was evacuated from Kabul University this morning... and we might not see our graduation like thousands of students around the country.

Taliban are placed all over the city, just waiting for the right time...

— Aisha Khurram (@AishaKHM) August 15, 2021

+++LEIA MAIS: Lula acredita que Bolsonaro não tem força para dar golpe militar, diz jornal

Na tarde do mesmo dia, Lotfullah Najafizada, chefe do serviço de notícias afegão Tolo News, tuítou uma foto na qual um homem cobre fotografias de mulheres em muros de Cabul. Como G1 relatou, algumas das pessoas que conseguiram fugir das áreas controladas pelo Talibã explicaram como os extremistas exigiram entrega de meninas e mulheres solteiras para se tornarem esposas dos combatentes.

Kabul. pic.twitter.com/RyZcA7pktj

— Lotfullah Najafizada (@LNajafizada) August 15, 2021

No período entre 1996 e 2001 no regime Talibã, além de não ter estudo e trabalho, as mulheres eram autorizadas a sair nas ruas acompanhadas por um homem, segundo UOL. Também eram obrigadas a usar burcas, responsáveis por cobrir todo corpo, e podiam ser apedrejadas por adultério.

+++LEIA MAIS: Bolsonaro culpa governadores por alta na inflação: 'Política de fique em casa e economia vemos depois’

"O que vai acontecer com mulheres e meninas será uma tragédia gigantesca. Alunas se despediam dos professores, famílias começaram a esconder as filhas," afirmou a ativista Kety Shapazian ao UOL. "Mulheres precisarão voltar a usar burca, serão açoitadas, apedrejadas. Com Talibã no poder, 20 anos de conquistas femininas foram embora, sumiram."

Segundo G1, mulheres de áreas controladas pelo Talibã também descreveram como foram forçadas a usar burcas - e integrantes dos extremistas espancaram pessoas por infringirem as regras sociais. À BBC, militantes do grupo disseram como possuem determinação de impor novamente a versão deles da sharia (lei islâmica), a qual consiste em proibir meninas com mais de 12 anos em ir à escola, amputação de membros do corpo por roubo e apedrejamento por adultério.

+++LEIA MAIS: Bolsonaro convoca 'contragolpe' em mensagem no WhatsApp, diz site


+++ CONFIRA TUDO SOBRE A BANDA 5 SECONDS OF SUMMER!

notícia política vida sendo mulher trabalho dirigir direitos afeganistão talibã extremistas governada Aisha Khurram burca Sem estudo apedrejadas

Leia também

Morre Andy Paley, compositor da trilha sonora de Bob Esponja, aos 72 anos


Viola Davis receberá o prêmio Cecil B. DeMille do Globo de Ouro


Jeff Goldblum toca música de Wicked no piano em estação de trem de Londres


Jaqueta de couro usada por Olivia Newton-John em Grease será leiloada


Anne Hathaway estrelará adaptação cinematográfica de Verity de Colleen Hoover


Selena Gomez fala sobre esconder sua identidade antes das audições