Banda inglesa foi headliner do Solid Rock, que também teve Tesla e Cheap Trick no line-up
Paulo Cavalcanti Publicado em 14/12/2017, às 13h52 - Atualizado às 16h41
O Festival Solid Rock teve algumas baixas no meio do caminho. O primeiro line-up divulgado incluía ZZ Top, Lynyrd Skynyrd e Deep Purple. O ZZ Top logo cancelou e foi substituído pelo grupo de hard rock Tesla, que nunca havia tocado por aqui. Há cerca de dois meses, foi a vez do Lynyrd Skynyrd anunciar que não viria – o motivo teria sido a doença de um familiar de um dos integrantes. Para o lugar deles foi chamado o Cheap Trick, outra atração inédita no Brasil. Assim, com o line-up final formado por Tesla, Cheap Trick e Deep Purple, o festival estreou em Curitiba, na Pedreira Paulo Leminski, na terça, 12, e seguiu para São Paulo, mais especificamente o Allianz Parque, na noite da última quarta, 13.
O Tesla sempre foi cultuado por aqui e teve gente que compareceu ao festival exclusivamente para vê-lo. O quinteto californiano, que surgiu na segunda metade dos anos 1980, estava bem entusiasmado, talvez por nunca ter se apresentado no país. Como era a atração de abertura, fez set foi bem curto. O vocalista Jeff Keith liderou o Tesla em números como “Edison Medicine (Man out of Time)”, “The Way It’s”, a balada “Signs” (cover do Five Man Electrical Band), “Love Song”, “Little Suzi” (cover do Ph.D) e “Modern Day Cowboy”, o primeiro hit da banda.
Assim como o Tesla, o Cheap Trick nunca havia tocado no Brasil. A pequena, mas fiel legião de fãs do quarteto norte-americano compareceu ao Allianz bem animada para presenciar este debute em solo nacional do grupo que hoje tem na formação Rick Nielson (guitarra solo), Tom Petersson (baixo), Robin Zander (vocais, guitarra base) e Daxx Nielsen (bateria). Os mestres do power pop não decepcionaram. O Cheap Trick é uma daquelas bandas que funcionam tão bem ao vivo quanto no estúdio. Basta observar a entrega dos integrantes em cima do palco na performance do lendário álbum Cheap Trick at Budokan (1979) para perceber isso.
A banda tocou entusiasticamente, a partir das 20h, um repertório que teve canções de todos os 40 anos de carreira do Cheap Trick, incluindo “She’s Tight”, “If You Want My Love”, “I Want You To Want Me”, “Dream Police” e “Surrender”. O show ainda teve covers como “Ain’t That a Shame” (do recém-falecido pioneiro Fats Domino), “California Man” (The Move), “I’m Waiting For The Man” (The Velvet Underground) e “Run Rudolph Run” (de Chuck Berry e incluída no disco de natal Christmas Christmas, que o CT acabou de lançar). O guitarrista Rick Nielsen, além de excelente músico, é uma figura e tanto, Ele funcionou como mestre de cerimônias, pedindo para o pessoal participar do show.
Não houve qualquer grande surpresa em relação à apresentação do Deep Purple. O quinteto britânico já veio ao Brasil tantas vezes que a previsibilidade era inevitável, tanto na performance quanto no repertório. Mas ninguém reclamou – afinal, os hits vieram um atrás do outro. A banda está na estrada com a Long Goodbye Tour, denotando que é uma turnê de despedida, mas sem previsão para que ela termine. Para não dizer que não teve nenhuma surpresa, aliás, os músicos tocaram uma ou outra faixa de Infinite, disco que lançaram neste ano, mas foi só.
O grupo formado por Ian Gillan (vocal), Steve Morse (guitarra), Ian Paice (bateria), Roger Glover (baixo) e Don Airey (teclados) subiu ao palco às 22h, ao som da sempre fabulosa ode automobilística “Highway Star”, de Machine Head (1972), com os músicos emendando na sequência “Pictures of Home”, “Bloodsucker” e “Stranger Kind of Woman”. “Uncommon Man”, de Infinite, foi dedicada ao ex-tecladista e fundador Jon Lord, morto em 2012. O boogie “Lazy” teve um longo solo de teclado e foi seguida por “Birds of Pray”, outra de Infinite – segundo Gillan, “é uma canção sobre a guerra”. “Knocking at Your Back Door”, de Perfect Stranges (1984) agradou bastante. Enquanto os demais quatro integrantes do Deep Purple descansavam, Don Airey veio com seu habitual solo de teclado, durante o qual citou trechos de patrimônios da música brasileira como “Tico Tico no Fubá”, “Aquarela do Brasil” e “Brasileirinho”.
Outros grandes hits seguiram, “Perfect Strangers” e “Space Truckin’”. O final do segmento principal do show ficou, como já é costume, com a marca registrada “Smoke on The Water”, de Machine Head, com Steve Morse revivendo com maestria o incrível riff criado em 1972 por Ritchie Blackmore. Mas ainda tinha o esperado bis, que foi iniciado com “Hush”, da fase psicodélica do Deep Purple (final dos anos 1960), quando o vocalista era Rod Evans. Os músicos aproveitaram para fazer uma jam. Então, fecharam de vez com a célebre “Black Night”, outra canção de riff marcante. Por cerca das 23h40, a banda se despediu. O Solid Rock seguirá com uma apresentação no Rio de Janeiro (Jeunesse Arena Rio de Janeiro Concert, no dia 15/12).
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