Senador disse que mulheres ‘não fazem questão de estar’ na CPI da Covid, responsável por investigar governo durante pandemia
Redação Publicado em 27/04/2021, às 17h41
Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi acusado de machismo nesta terça, 27, após dizer que mulheres “não fazem questão de estar” na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). A senadora Eliziane Gama criticou declaração do filho de Jair Bolsonaro (sem partido) : 'Não vamos admitir'. As informações são do UOL.
Durante sessão, senador criticou a investigação sobre governo durante a pandemia, e falou sobre a falta das mulheres na comissão: “Em primeiro lugar, acho que as mulheres já foram mais respeitadas e mais indignadas, né? Estão fora da CPI e não fazem questão de estar nela. Se conformam em acompanhar os trabalhos à distância." Nenhuma senadora foi indicada pelos líderes partidários para compor a CPI da Covid dentre os 18 titulares e suplentes.
Após a declaração, Eliziane Gama (Cidadania-MA), líder do bloco Senado Independente, não concordou com a fala do senador: "Quero dizer que eu, Eliziane Gama, e nenhuma das senadoras vamos admitir ironia machista em relação às mulheres. Estamos aqui, vamos participar ativamente e teremos nosso protagonismo nesta Casa.” A senadora explicou que acompanhará as reuniões da CPI mesmo não integrando a comissão.
Em seguida, Flávio Bolsonaro reclamou por ser acusado de machismo, e disse querer ver “essa energia” para a inclusão das senadoras na CPI. Eliziane Gama argumentou que a defesa pelas mulheres na comissão foi realizada com ironia.
Além da fala sobre as senadoras, Flávio Bolsonaro reclamou da “irresponsabilidade” da instauração CPI, que, segundo ele, pode causar aglomeração. Desde o início da pandemia, o senador foi contrário ao isolamento social - e chegou a argumentar sobre a ineficácia da medida nas redes sociais, conforme noticiado pelo O Globo.
Nesta terça, 27, Flávio Bolsonaro disse: "O presidente Rodrigo Pacheco está errando, está sendo irresponsável, porque está assumindo a possibilidade de, durante os trabalhos dessa CPI, acontecerem mortes de senadores, mortes de assessores, mortes de funcionários aqui desta Casa, em função da covid, porque, em algum momento, as audiências, as reuniões vão ter que ser presenciais, no momento em que nem todos estão vacinados."
O senador ainda reclamou sobre a “insistência” em relação à instauração da CPI, que irá atropelar “todos os protocolos, ignorando a questão sanitária”: "O governo é a favor de se investigar. Vai ser importantíssimo passar a limpo tudo o que está acontecendo no Brasil, mas não agora, até porque é o seguinte: essa CPI pode acabar, e a pandemia ainda não ter acabado. Aí fazemos o quê? Abrimos outra CPI depois, para investigar o que ficou de fora? Para que o açodamento?"
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