Brendan Benson - Reid Rolls / Divulgação

“Ser pai coloca mais pressão em você”, diz o cantor e guitarrista Brendan Benson

Parceiro de Jack White no The Raconteurs, músico chega ao Brasil pela primeira vez neste mês para quatro shows

Pedro Antunes Publicado em 15/05/2013, às 11h40 - Atualizado às 17h50

Atualizada às 17h48

Aos 42 anos, Brendan Benson sabe que não é mais o mesmo. O quinto disco solo do músico é a fotografia de alguém mais introspectivo. “O nascimento dos meus filhos me afetou”, diz o pai de um garoto e que há cerca de quatro meses teve uma menina. What Kind of World (2012) traz reflexos desta maturidade de Benson, agora dono do próprio selo e estúdio, o Readymade Records, em Nashville.

É da cidade do estado Tennessee que o músico fala à Rolling Stone Brasil. Hoje, Nashville é um ponto turístico para os fãs de música, do passado e do presente, mas quando Brendan chegou por lá “em 2005, 2006”, era apenas um lugar pacato para se viver. Lá ele está ao lado de Jack White, amigo com o qual fundou o The Raconteurs. A banda já lançou dois álbuns, Broken Boy Soldiers (2006) e Consolers of the Lonely (2008), mas segue em estado de inanição por enquanto.

Benson e White permanecem atualmente em carreira solo. Ambos, aliás, lançaram seus novos trabalhos no ano passado. “Ainda não temos planos”, diz Benson sobre o Raconteurs. Sacana, ele ainda gosta de envolver a resposta em mistério. “Mas quem sabe? É a minha melhor resposta: talvez sim, talvez não.” A proposta dele, agora, é levar What Kind of World para outros países. E isso inclui o Brasil.

Brendan Benson vem pela primeira ao país para quatro apresentações neste mês: em Goiânia (Festival Bananada, na primeira hora do dia 19), São Paulo (dia 22, no Cine Joia), Presidente Prudente (25) e Marília (26), as duas últimas como atração da Virada Cultural Paulista. “A maioria dos meus amigos já tocou aí”, diz o músico. “O Dean [Fertita, atualmente no Queens of the Stone Age] e o Jack [White] falaram muito bem do país.” Ele conta que só esteve na América do Sul a passeio, quando passou com a esposa pela Colômbia. “Também fomos para a Costa Rica. Acredito que esse possa ser o começo de uma grande amizade entre mim e o Brasil.”

Para o músico, a chegada ao país depois de tanto tempo de estrada – o primeiro disco, One Mississippi, foi lançado em 1997 –, dá a ele uma gama muito maior de canções e possibilidades diferentes de show. “Pensar em um set list... Isso está na minha lista de ‘coisas a fazer’”, diz ele, brincando. “Lembro de quando fiz a turnê com One Mississippi. Tinha que tocá-lo inteiro e pronto. Agora que eu tenho seis, sete discos, tudo fica mais fácil.” A quantidade de projetos é tanta que Brendan até desliza na conta: são cinco discos solo, dois com o Raconteurs e outro par com o The Mood Elevator. “Fui fazer um pocket show no festival South by Southwest, neste ano, e fiz um set que eu chamo de ‘os hits’, mas, claro, eles não eram hits em essência.”

Para os shows, ele virá com uma banda diferente daquela do disco – “é difícil reunir todos para uma viagem”, justifica – e ele contará com o apoio de um guitarrista, um baixista e um baterista. “Formaremos um quarteto básico de rock”, anuncia Benson.

A vinda neste momento também apresenta este novo Brendan Benson, que busca dentro de si, e nos outros, as respostas para a aridez da vida e canta a busca em What Kind of World. O álbum é aberto pela questionadora faixa-título, seguida por “Bad for Me”, uma balada agridoce bowieniana que questiona a ideia de um amor perfeito: “And there's a voice in my head saying ‘no’/ But my mouth says ‘yes’”, canta ele (“e há uma voz na minha cabeça que diz ‘não’/ mas minha boca diz ‘sim’”, em português).

Mas a introspecção tem ligação com a paternidade e o casamento. Ele gosta que esta ligação seja feita. “Adoro ouvir meus artistas favoritos, saber que eles têm filhos e que isso se espelha nas canções!”, conta. “O Paul McCartney, por exemplo, sempre escreveu lindas músicas, mas depois da segunda filha as canções ficaram ainda mais doces.” Até mesmo o ato de ir ao estúdio, mesmo que seja o dele próprio, pede mais planejamento. “Não sou mais um solteiro que pode ir ao estúdio quando quiser”, diz. “Mas eu sempre quis isso. Ser pai coloca mais pressão em você. Nos outros discos, gritava ‘foda-se’. Mas agora, pergunto: ‘Por que sinto essa raiva?’”

Brendan Benson em Goiânia

Dia 19, domingo, às 00h30

Local: Festival Bananada – Centro Cultural Oscar Niemeyer - Av. Jamel Cecílio, Km 01.

Preço: Pague o quanto quiser, de R$ 5 a R$ 100.

Informações: Pelo site oficial do Festival.

Brendan Benson em São Paulo

Dia 22, quarta-feira, às 23h

Local: Cine Joia – Praça Carlos Gomes, 82- Liberdade

Preço: R$60 a R$ 140

Informações: (11) 3231-3705 ou pelo site oficial da casa.

Brendan Benson em Presidente Prudente

Dia 26, sábado, às 0h30

Local: Parque do Povo – Av. 14 de setembro, s/n

Preço: Gratuito

Informações: Site oficial da da Virada Cultural Paulistana .

Brendan Benson em Marília

Dia 26, domingo, às 18h30

Local: Praça Mário Consentino - Av. Sampaio Vidal

Preço: Gratuito

Informações: Site oficial da da Virada Cultural Paulistana .

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