De whitewashing a abuso de bebês - esses filmes não são aqueles que você veria em uma tarde agradável
Redação Publicado em 19/12/2019, às 17h49
2010 foi uma era experimental para o cinema. Os nomes dos cartões de premiação passaram de blockbusters para filmes com assuntos delicados, chocantes, controversos - e a própria narrativa de câmeras mudou, também. Se antes grandes estúdios apostavam no certeiro, agora houve experimentação para além da tecnologia e do clássico.
No meio disso tudo, as novas temáticas também chegaram. No cinema mainstream, começamos a falar de sexo, problemas psicológicos, injustiça, horrores, estupro e tragédia.
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O choque começou com Terror Sem Limites (talvez mais conhecido pelo seu nome original, A Serbian Movie) e as cenas pornográficas envolvendo o abuso sexual de um bebê. Fechamos com o assunto delicado da loucura de Coringa - uma visão deturpada da Gotham e de filmes de heróis.
Ao longo desses anos, todas as polêmicas foram levadas em conta. E, com a ascensão das mídias sociais e da conscientização popular, uma coisa ficou certa: os estúdios não podem mais tratar de assuntos controversos levianamente - se o fizerem, receberão um boicote merecido.
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Zack Sharf, crítico do IndieWire, compilou uma lista dos filmes mais controversos que saíram nos últimos dez anos. Veja abaixo:
Porque é polêmico: Emma Stone, uma atriz branca, interpretou Allison Ng, personagem que é descendente do povo havaiano e chineses. Foram acusados - com razão - de Whitewashing. Stone se desculpou pelo papel no Golden Globe de 2019.
Porque é polêmico: Foi considerado durante muito tempo “O” filme do ano - ganhou o maior prêmio do Sundance Film Festival 2016 e era o favorito na corrida do Oscar. Mas nada disso aconteceu após virem à tona acusações de que Nate Parker, ator-diretor-escritor do filme e Jean McGianni, co-autor, estupraram uma estudante na Faculdade da Pensilvânia. O público não engoliu - e cancelou o filme, hoje escondido debaixo dos panos da Fox.
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Porque é polêmico: O filme foi um estouro na crítica - em 2013, o diretor Abdellatif Kechiche e as atrizes Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos ganharam a Palma de Ouro do Cannes. A inovação e o escândalo vieram pois o filme explorou extensamente sexo lésbico, não ligando de ser explícito. Os mais conservadores - principalmente o público norte-americano - ficaram horrorizados. A maior polêmica veio alguns anos depois, porém, quando as atrizes disseram que foram pressionadas a gravar as cenas.
Porque é polêmico: Outra polêmica sobre brancos interpretando personagens que estão longe de serem brancos: o filme de Ridley Scott mostrava Christian Bale e Sigourney Weaver no bíblico êxodo, uma história protagonizada por egípcios (pessoas negras). Mas atores negros apareceram apenas como escravos, negros e civis. Da onde veio a melanina errante? Não sabemos. Mas sabemos que a escalação descaracterizada abriu a discussão de whitewashing na mídia.
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Porque é polêmico: Esta é uma adaptação de um mangá (e de um anime em 1995), e traz a ciborgue japonesa Motoko Kusanagi. Mas quem a interpretou foi Scarlett Johansson. A produção tentou se justificar dizendo que a personagem é um robô, então não tem etnia. Não colou.
Porque é polêmico: Há boatos de que a exibição do filme no Cannes fez muita gente abandonar a sala - negada por críticos. Mas não seria uma surpresa tão grande: o longa de Lars von Trier mostra a perna de um pato sendo serrada fora (nenhum animal foi ferido durante as filmagens) e, depois, um sniper atira e mata duas crianças. Isso sem contar os atos de violência contra a mulher retratados (um seio cortado fora).
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Porque é polêmico: O original já é bizarro e embrulha estômago. A continuação faz isso em dobro. Nela, um homem fica obcecado com a criatura que viu no Centopeia Humana - e decide fazer isso, também. O filme acabou censurado em muitos locais.
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Porque é polêmico: O filme de Craig Zobel nunca estreou nos cinemas - a Universal cancelou as exibições alguns dias antes. Um dos motivos foi por causa do tiroteios em massa em Ohio e Texas - não cairia bem retratar nas telonas um filme com violência armada pesada. Outro motivo foi a temática: mostrava a elite dos EUA “caçando” pessoas descritas como “deploráveis” - palavra usada por Hillary Clinton para se referir a eleitores de Trump.
Porque é polêmico: Começamos pela temática: uma garota de 17 anos apaixonada por um diretor bem mais velho que ela. Já não agrada, e virou escândalo quando Louis C.K., diretor do filme, foi acusado pela mídia de pedofilia.
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Porque é polêmico: Era para ser uma “comédia de ação” na qual dois jornalistas dos EUA fariam uma entrevista com Kim Jong Un, líder da Coreia do Norte - e foram contratados para matá-lo no meio disso. Polêmico em si, e mais ainda quando a Sony foi hackeada por causa do conteúdo controverso.
Porque é polêmico: O filme graficamente violento foi bem recebido pelo público e pela crítica, mas levantou um debate sobre problemas psicológicos e respostas violentas a dificuldades sociais. Alguns acreditam que o filme pode influenciar pessoas deslocadas a cometer atos violentos iguais - o diretor Todd Phillips nega profusamente a possibilidade.
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Porque é polêmico: Gaspar Noé não é um diretor conhecido por ser pudico. Em Irreversible, 2002, mostrou dez minutos de uma cena de estupro. E em Love, mostrou cenas de sexo… Nem um pouco simuladas. E ainda por cima, em 3D. Com um pênis ejaculando (em 3D) na câmera.
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Porque é polêmico: Do diretor de Azul é a Cor Mais Quente, este também é um filme com cenas de sexo lésbico explícitas. Mas ao contrario do primeiro, este ofendeu ao mostrar quase 15 minutos direto de sexo oral - o que fez com que quase metade da sala de Cannes abandonasse a sessão.
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Porque é polêmico: Não tem como ter lista de filmes polêmicos sem este. Do mesmo diretor de A Casa Que Jack Construiu, Ninfomaníaca mostrou cenas de sexo não-simulado e um aborto de modo bem gráfico - houve até desmaios no Festival de Berlim.
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Porque é polêmico: estreando a década, o diretor Srđan Spasojević apresentou um drama extremamente controverso. A história mostra um ator pornô fazendo um filme (pornô, claramente)... Mas com bebês e cadáveres. Como diz o nome, não há limites - estupro de menores, abuso sexual, necrofilia. A cena de um recém-nascido sendo estuprado é facilmente a mais maligna da história do cinema.
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