Slash - Thais Azevedo

Slash diz: “Axl Rose tem ódio mortal de mim”

Guitarrista fala dos motivos pelos quais o Guns N' Roses não vai tocar na introdução da banda ao Hall da Fama do Rock

Andy Greene Publicado em 02/04/2012, às 19h27 - Atualizado às 19h41

Quando o Guns N' Roses for introduzido ao Hall da Fama do Rock, em 14 de abril, ninguém sabe exatamente o que mais vai acontecer – e isso inclui Slash. "Esse é um assunto sobre o qual eu estou super de saco cheio de falar", diz o guitarrista. "Todo mundo tem me perguntado o que vai acontecer e eles sabem tanto quanto eu. Eu acho que você é totalmente obrigado a estar presente e eu ia amar poder tocar, mas isso é algo que não vai rolar, por alguma razão.”

Slash, o baixista Duff McKagan e o baterista Steven Adler estão todos comprometidos e irão à cerimônia em Cleveland, mas não se sabe se o guitarrista Izzy Stradlin ou Axl Rose estarão presentes. Um grande problema para Axl pode ser a presença de Slash, quem ele chamou de um "câncer" em 2009.

"Ele tem ódio mortal de mim", diz Slash. “É por causa de muitas coisas diferentes, eu nem sei. Não há nenhuma comunicação entre nós. Eu falo com Duff e Steven, mas quando se trata do velho Guns N' Roses, não tem exatamente alguém que tome decisões."

Slash recentemente fez as pazes com o ex-frontman do Velvet Revolver Scott Weiland ao ponto que o grupo pôde se reunir para um set de quatro músicas em um show beneficente realizado há três meses em Los Angeles. "Foi ótimo ver Scott", diz Slash. "Eu não o via fazia um tempo. Ele cantou muito e depois todos nós demos apertos de mão e fomos embora."

Fora esse show casual, o Velvet Revolver está completamente parado desde que Scott Weiland saiu do grupo em 2008. "A gente tem procurado vocalistas e conversamos regularmente”, diz Slash. "De vez em quando, Duff e eu nos reunimos em bastidores e fazemos testes. Então ainda estamos ativos."

Os ensaios têm sido conduzidos geralmente em segredo, embora o fato de que eles estavam considerando contratar Corey Taylor, do Slipsknot, tenha vazado para a imprensa. “Teve um ensaio com Corey", diz Slash. "Foi uma sessão de composição e não deu em nada, na verdade. Foi mais minha culpa do que qualquer outra coisa, porque fiquei pensando ‘não sei se essa é a coisa certa'. Corey é obviamente um frontman do caralho e um ótimo cantor, mas é um estilo diferente do que eu tinha em mente para o Velvet."

Nesse meio tempo, Slash está focando em seu álbum solo Apocalyptic Love, que chega às lojas em 22 de maio. Diferente do que fez com sua estreia na carreira solo, o disco de 2010 Slash, que foi gravado com um elenco rotativo de estrelas no microfone, Myles Kennedy, do Alter Bridge, canta em todas as faixas deste trabalho. Eles se conheceram há alguns anos, quando Kennedy foi recrutado para cantar em uma das músicas de Slash. O guitarrista ligou para ele quando soube que Kennedy fez teste para cantar na turnê que o Led Zeppelin planejava para 2008 (que acabou nunca acontecendo). "Pensei ‘esse cara deve ser muito bom’", diz Slash. "Jimmy Page estava ligando para ele!"

Em 2010, Slash fez uma intensa turnê mundial com Kennedy, o baixista Todd Kerns e Brent Fitz. "Eu não conhecia nenhum deles naquela época", conta Slash. "Acabou que foi uma daquelas coisas que tem uma chance em um milhão. Eles foram um dos grupos de rock mais fodas com quem já trabalhei. Então pensei ‘vou fazer outro disco, vou fazer com esses caras'. E foi isso que aconteceu." Os músicos compuseram as canções de Apocalyptic Love nos momentos de folga da turnê. "Quando eu tinha ideias, gravava tudo no meio da noite no quarto de hotel ou no ônibus", comenta Slash. "Aí mandava por e-mail para Myles e na passagem de som, no camarim, ou onde fosse, a gente começava a debater essas ideias. No fim da turnê a gente tinha tipo 20 músicas." Eles gravaram o disco no final de 2011 e no começo deste ano, depois de Kennedy terminar a turnê com o Alter Bridge. "Ele tem uma ótima ética de trabalho", afirma Slash. "Ele não sabe o que fazer da vida quando não está ocupado."

O grupo começa uma excursão pelos Estados Unidos em maio e, se a apresentação de aquecimento que fizeram em Toronto no dia 23 de março for um termômetro, espere muitos clássicos no Guns N' Roses misturados a material solo e aparições de materiais da carreira solo, do Velvet Revolver e do Slash's Snakepit. “Algumas coisas são muito marca registrada do Guns, ao ponto de eu não querer mexer nisso. A gente conhece “Welcome To The Jungle”, já tocamos antes, mas não me sinto confortável. Mas há outros clássicos do Guns que me sinto bem tocando toda noite. O mesmo vale para o Velvet Revolver."

Após passar por fins de banda extremamente tumultuados com o Guns N' Roses e o Velvet Revolver, Slash está feliz de estar em um grupo que funciona de maneira pacífica. "Eu não sabia que podia ser tão fácil assim porque nunca tinha sido fácil assim para mim", diz Slash. "A inspiração que eu tinha para tocar e mandar bem toda noite era muito forte com esses caras. É isso que qualquer um quer. Os inconvenientes da vida na estrada são totalmente toleráveis quando não há uma bagagem desnecessária com a qual temos que lidar todo dia.”

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