Slayer fez apresentação excelente em São Paulo, mas casa de shows apresentou problemas técnicos e lotação excessiva
Por Paulo Cavalcanti Publicado em 10/06/2011, às 13h40
O quarteto norte-americano de thrash metal Slayer tocou na noite de quinta, 9, na Via Funchal, em São Paulo, como se fosse a primeira vez no Brasil. Isso não só pela fúria, volume e velocidade que demonstraram em cima do palco. Os fãs que literalmente entupiram a casa de shows receberam a banda como verdadeiros heróis conquistadores. Mas isso teve um preço: a lotação excessiva da casa, um público marrento muito excitado pelo consumo de cerveja e os problemas técnicos não ajudaram muito quem queria prestar atenção na performance da banda.
Depois da aberta do Korzus, o Slayer subiu ao palco precisamente às 22h05 ao som de "World Painted Blood", música que dá nome ao mais recente disco de estúdio do quarteto. Aliás, um quarteto improvisado, já que ao lado dos titulares Tom Araya (baixo, vocal), Kerry King (guitarra) e Dave Lombardo (bateria), veio o guitarrista Gary Holt (Exodus), substituindo Jeff Hanneman, que se recupera de problemas de saúde. Tudo ia bem, mas no final de "War Ensemble" as caixas de som pifaram e o silêncio inesperadamente tomou conta da casa de shows. O Slayer completou a música fazendo mímica e simplesmente sumiu do palco sem dizer nada. O povo já xingava a plenos pulmões e parecia que vinha um grande tumulto pela frente. Felizmente, cinco minutos depois, a banda voltou, emendando "Postmortem", "Temptation", "Dittohead", "Stain of Mind" e "Disciple".
Um show do Slayer não tem intervalo entre as músicas ou papo furado com a plateia. Porém, a certa altura, Tom Araya achou necessário agradecer a paciência do público com os problemas de som que emperravam o show.
A segunda metade da apresentação teve "Blood Rain", "Dead Skin Mask", "Hallowed Point", "The Antichrist", "Americon", "Payback", "Suicide Mandatory", "Chemical Warfare" e "Season in the Abyss", canções que falam de guerra, doenças, caos e destruição, bem adequado ao clima que reinava na Via Funchal. Não houve pista premium e quem tentava ver o show mais de perto tomava banho de cerveja e safanões dos malucos que abriam rodas de mosh. Araya chegou a chamar os roadies do grupo, alertando para a bagunça em frente ao palco.
O bis foi apoteótico com "South of Heaven", "Raining Blood", "Black Magic" e "Angel of Death". No final, Araya agradeceu novamente aos fieis fãs brasileiros e prestou um tributo ao discreto Gary Holt, que vem acompanhando a banda com muita eficiência.
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