Com fãs histéricas e chuva de papel picado, cantor teen fez de tudo no Estádio do Morumbi neste sábado, 8
Bruno Raphael Publicado em 09/10/2011, às 01h20 - Atualizado às 13h42
O público que foi ao Estádio do Morumbi neste sábado, 9, para ver o primeiro show de Justin Bieber em São Paulo teve de enfrentar bem mais do que uma fila para chegar ao evento. Um blecaute na região devido à chuva tornou o trânsito caótico e, dentro do local, locomover-se era difícil.
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Mas isso não desmotivou as inúmeras crianças e adolescentes que, munidas de faixas na testa, camisetas e cartazes com declarações de amor eterno ao cantor teen, gritavam desde às 18h dentro do Estádio, que teve sua abertura com a banda brasileira Cine e os norte-americanos Wanted e Cobra Starship. A bem da verdade, é muito possível que, dos 58 mil ingressos vendidos para a apresentação, metade tenha sido destinada aos pais que acompanhavam as filhas na empreitada de ver o seu ídolo um pouco mais de perto. Não que os meninos não tenham lugar em um show de Justin Bieber, mas o destaque ficar por conta do fanatismo e gritos histéricos que vinham até mesmo da arquibancada mais distante do palco.
Eram pouco mais de 20h quando o DJ Tay James, espécie de mestre de cerimônias de Bieber, começou uma contagem regressiva de 15 minutos para o show. Com uma discotecagem que reciclava os sucessos radiofônicos de diferentes artistas norte-americanos, tudo que James pôde fazer foi deixar ainda mais apreensivos os fãs do cantor, o que acontece, aparentemente, de propósito. Enquanto isso, com bastões de luz coloridos, os fãs gritavam a cada minuto que passava no cronômetro que era exibido no telão.
Com setlist que varia pouco (ou nada) entre um show e outro, Justin Bieber começou seu show em São Paulo às 20h20, com “Love Me”, que tem o refrão parecido com “Lovefool”, do Cardigans. Com um playback de apoio, o cantor fazia uma dança coreografada junto com seus dançarinos. A voz ao vivo de Bieber só começou a ser ouvida em “U Smile”, terceira canção do show que foi cantada em uníssono pelas fãs que não se decidiam entre gritar de emoção ou cantar a música. “Obrigado por terem vindo me ver e aguentado a chuva”, disse o cantor, que se comunicou com a plateia em inúmeros momentos do show. “Porque, se eu tivesse que encarar a chuva por vocês, eu encararia. Porque eu faria qualquer coisa para ver vocês sorrindo.”
Com um violão em mãos, Justin abriu mão do playback e emendou “Never Let You Go” com “Favorite Girl”, dando espaço ainda para um trecho do refrão de “Heartless”, de Kanye West. Ao fim, ele sorriu e fez um coração com as mãos. Para “One Less Lonely Girl”, Bieber chamou uma fã ao palco e, ao fim da canção, entregou-lhe um imenso buquê de rosas, que elevou o número de choro e suspiros na pista e arquibancada, já que o público na área VIP parecia animado apenas próximo ao palco. “Somebody to Love” foi uma das poucas canções que mudou esse cenário, fazendo com que absolutamente todos no recinto levantassem suas mãos.
Após isso, um momento enfadonho de vídeos desnecessários se seguiu no show. De imagens de Justin dirigindo um carro a momentos de sua infância, tocando um violão desafinado ou dizendo que “gostaria de aparecer na TV”, a apresentação perdeu pelo menos 20 minutos de sua fluidez. Quando voltou ao palco, ele fez um breve discurso sobre não desistir dos seus sonhos e cantou “Never Say Never”, que dá nome ao seu filme lançado este ano. Depois, mais momentos desnecessários: um vídeo de seus vocais de apoio cantando “Baby” e em seguida um medley dos músicos com que envolveu de “Rolling in the Deep”, da cantora Adele, a “Last Friday Night (T.G.I.F.)”, de Katy Perry.
Justin voltou ao palco triunfante para o hit “One Time”, seguido de “That Should Be Me”. Depois, um novo medley, agora com Bieber no palco, de “Wanna Be Startin’ Something”, de Michael Jackson, com “Walk This Way”, do Aerosmith, confundiu as fãs presentes no Morumbi, já que quase todas elas, incluindo Justin, não eram nascidas quando tais músicas foram lançadas. Ao fim, ele ainda ousou com um solo de bateria, instrumento com o qual tem afinidade, além do violão. Chegando perto do fim da apresentação, um piano de cauda branco emergiu do palco e o jovem cantor cantou “Down to Earth”, antes de sair pela penúltima vez do palco.
Prevista como a última música, “Baby” foi cantada apenas depois de quase dez minutos de diálogo, danças e brincadeiras no palco entre Bieber e seus companheiros de banda e produção. “Vocês querem ouvir ‘Somebody to Love’?”, brincava o cantor com sua plateia, que gritava “Baby” cada vez mais alto, para que o músico pudesse então, finalmente, cantar o maior hit de sua ainda curta carreira. O público, satisfeito, foi gratificado ao final com uma chuva de papel picado, que deixou um pouco mais belo o céu paulistano que anoiteceu nublado.
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