Depois de 92 anos, a composição da cerimônia ainda é formada majoritariamente por homens
Redação Publicado em 14/01/2020, às 13h56
Em toda a história do Oscar, fundado em 1929, somente cinco mulheres concorreram ao troféu de Melhor Direção - e nenhuma delas em 2020. Contudo, a maioria das cerimônias de premiação deste ano - real e infelizmente - apresentou uma lista de indicados formada essencialmente por homens.
Por mais que Greta Gerwig (Adoráveis Mulheres), Lulu Wang (A Despedida), Marielle Heller (Um Lindo Dia na Vizinhança), Lorene Scafaria (As Golpistas), Melina Matsoukas (Queen & Slim) e Kasi Lemmons (Harriet) tenham comandado filmes muito bem aclamados pela crítica, eles não foram reconhecidos pela organização.
Há quatro anos, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas montou uma iniciativa para obrar a participação de mulheres e minorias, mas, ainda assim, a composição do Oscar permanece 68% masculina.
Conheça, abaixo, as cineastas que estavam entre os nomeados dos Prêmios da Academia para Melhor Direção:
(Photo by Mark Von Holden/Invision/AP)
Quarenta e oito edições do Oscar se passaram até que a primeira mulher fosse indicada ao prêmio de direção, em 1977. A italiana Lina Wertmüller entrou para a história com Pasqualino Sete Belezas, que acompanha um desertor italiano capturado por soldados alemães durante a Segunda Guerra Mundial.
Outros trabalhos dela como diretora incluem E Agora Falamos de Homens (1965), Mimi, o Metalúrgico (1972), Amor e Anarquia (1973), Por um Destino Insólito (1974), Amor e Ciúme (1978), Camorra (1985), Sábado, Domingo e Segunda (1990), Ferdinando e Carolina (1999) e A Casa dos Gerânios (2004).
(AP Photo/Reed Saxon)
17 anos se passaram até que outra mulher fosse indicada ao Oscar de melhor direção. A a neozelandesa Jane Campion disputou o troféu com O Piano, em 1994, com a história de uma mulher muda que é enviada à Nova Zelândia para um casamento arranjado em 1850.
Campion não ganhou o troféu de direção, que ficou para Steven Spielberg por A Lista de Schindler. Outros trabalhos dela como diretora incluem Sweetie (1989), Um Anjo em Minha Mesa (1990), Retratos de uma Mulher (1996), Fogo Sagrado! (1999), Em Carne Viva (2003), O Brilho de uma Paixão (2009) e as duas temporadas de Top of the Lake.
(AP Photo/Reed Saxon)
Depois de uma década, em 2004, Sofia Coppola tornou-se a terceira mulher a concorrer ao Oscar de direção, indicada por seu seu segundo filme, Encontros e Desencontros. Nele, um homem de meia-idade e uma jovem mulher veem seus caminhos se cruzarem durante uma viagem a Tóquio, no Japão.
Naquele ano, o Oscar de direção ficou para Peter Jackson por O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei. Mas ela recebeu o prêmio de roteiro adaptado, representando a terceira geração de sua família a ganhar um Oscar, depois de seu pai, o diretor Francis Ford Coppola, e seu avô, o compositor Carmine Coppola.
Outros trabalhos dela como diretora são As Virgens Suicidas (1999), Maria Antonieta (2006), Um Lugar Qualquer (2010), Bling Ring: A Gangue de Hollywood (2003), A Very Murray Christmas (2015) e O Estranho que Nós Amamos (2017).
(AP Photo/Chris Pizzello)
Foi apenas em 2010, na 82ª edição da premiação, que o Oscar de direção foi entregue a uma cineasta. Kathryn Bigelow fez história com Guerra ao Terror, o primeiro longa-metragem dirigido por uma mulher a ganhar a estatueta de melhor filme.
Guerra ao Terror acompanha três soldados norte-americanos com a missão de desarmar bombas durante a Guerra do Iraque. Na categoria de direção, Bigelow concorreu com James Cameron, por Avatar; Lee Daniels, por Preciosa; Jason Reitman, por Amor Sem Escalas; e Quentin Tarantino, por Bastardos Inglórios.
Ela recebeu uma nova indicação ao Oscar em 2013, na categoria melhor filme, como uma das produtoras de A Hora Mais Escura (2012). Outros trabalhos dela como diretora incluem The Loveless (1981), Quando Chega a Escuridão (1987), Jogo Perverso (1989), Caçadores de Emoção (1991), Estranhos Prazeres (1995), O Peso da Água (2000), K-19: The Widowmaker (2002) e Detroit em Rebelião (2017).
(Jordan Strauss/Invision/AP)
Oito anos depois, a norte-americana Greta Gerwig concorreu ao Oscar de direção com Lady Bird: A Hora de Voar. Até então, a cineasta era conhecida principalmente pelo trabalho como atriz e roteirista, tendo trabalhado filmes como Hannah Sobe as Escadas (2007), Frances Ha (2012) e Mistress America (2015).
Lady Bird acompanha a vida de uma adolescente que, como a própria diretora, cresceu em Sacramento, na Califórnia. Além de direção, Gerwig também concorreu na categoria de roteiro adaptado. O filme ainda recebeu indicações aos prêmios de melhor atriz (Saoirse Ronan) e melhor atriz coadjuvante (Laurie Metcalf).
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