Trio fez sua segunda apresentação no Brasil para platéia vestida como os fãs de Strokes e cantando como os fãs de Los Hermanos
Por Paulo Terron Publicado em 29/01/2009, às 15h57
Depois de rodar os EUA em uma turnê independente, deve ter sido um alívio para o Little Joy a recepção dos mais de 500 fãs no primeiro show paulistano da passagem do trio pelo Brasil, que ocorreu na Clash, na última quarta-feira. A banda abriu sua temporada brasileira em Porto Alegre (leia aqui).
A platéia foi aquecida pelo Cidadão Instigado, que mostrou músicas de Cidadão Instigado e Método Túfo de Experiências e canções inéditas em uma apresentação competentíssima. Mas a noite era mesmo de Rodrigo Amarante, Fabrizio Moretti e Binki Shapiro (que ao vivo ganharam o reforço do produtor Noah Georgeson, do baterista Matt Romano e do baixista Todd Dahlhoff).
Recebidos aos gritos, os três líderes se posicionaram à direita do palco, formando uma linha de frente homogênea, raramente vista em grupos de rock. A primeira a se comunicar com o público foi Binki, com um tímido "hi". O namorado Moretti já emendou um "E aí, São Paulo? Nosso grupo é chamado Little Joy", e a banda partiu para o ataque com a lenta "Play The Part", seguida de "The Next Time Around". Vestida como os fãs de Strokes, a platéia cantou como os fãs de Los Hermanos.
Amarante e Moretti vestiam blazers, contrastando com a informalidade da camisa xadrez de Dahlhoff e da regata de Romano (que, aliás, é da banda de Albert Hammond Jr. e já substituiu temporariamente Moretti nos Strokes, quando o titular machucou uma das mãos) . Já Binki transformava em vestido uma longa camiseta com a estampa do escritor brasileiro Paulo Leminski, a mesma com a qual o Hermano foi fotografado recentemente.
Entre "How to Hang a Warhol" e "No One's Better Sake", Rodrigo Amarante confessa - sem esconder a alegria - que "é bom estar de volta". Mais tarde ele ainda diria que se espantou com a venda rápida das entradas para os shows em solo nacional. "Eu estava lá longe, sem saber o que ia acontecer...", explicou, agradecendo.
Quando a voz feminina do trio finalmente cantou, em "Unattainable", não decepcionou: confiante, a novata Binki mostrou competência entre os veteranos. Durante a apresentação, ela ainda encantou os fãs como "Don't Watch Me Dancing" e "Walkin' Back to Happiness" (sucesso britânico da cantora Helen Shapiro - "que não é tia da Binki!", frisou Amarante -, lançado em 1961).
A platéia, no auge da empolgação, puxa um coro de "Uh, Amarante!" e Moretti imediatamente improvisa uma musiquinha para o amigo de banda, que revida com um empurrão (de brincadeira, claro). Na seqüência o grupo encara mais uma versão, desta vez com "This Time Tomorrow", single do Kinks originalmente lançado em 1970 (e ressuscitado na trilha sonora de Viagem a Darjeeling, de 2007), e cantada por Moretti. Assim que a música termina, Binki corre e dá um beijo na boca do vocalista, que explica o motivo da comemoração: "Conseguimos, porra! Eu num sei cantar!"
O Little Joy ainda mostrou uma faixa nova, sem nome, com um clima sessentista. Segundo Amarante, eles colocaram a composição no repertório porque Little Joy é muito curto. "Tem de aproveitar bem cada música...", disse, sorrindo.
A volta para o bis é com Rodrigo Amarante sozinho, cantando e tocando a triste e introspectiva "Evaporar" - que curiosamente estreou em palcos brasileiros, durante a passagem de Devendra Banhart pelo Brasil, em 2006. O grupo todo volta para o encerramento, "Brand New Start" - ou "brêndi níu ixtárrrti", como o Hermano e o Stroke a apresentaram, fazendo uma brincadeira com a pronúncia acariocada.
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