Paulo Borges, no Fashion Rio, em 2009: diretor dos dois maiores eventos de moda do país acredita que é "o Brasil deve se livrar de seus antigos pilares" - Lucas Landau

SPFW começa nesta quarta, 9, com a temática da valorização dos brasileiros

Semana de moda no Pavilhão da Bienal também contará com a presença dos pré-canditados à Presidência

Por Patrícia Colombo Publicado em 10/06/2010, às 23h43

A São Paulo Fashion Week começa nesta quarta, 9, com as novas tendências para o guarda-roupa na temporada primavera-verão 2011. A 29ª edição da semana de moda traz o tema Anima (alma, em latim) que, em ano de Copa do Mundo, visa retratar o espírito alegre do brasileiro e o que significa fazer parte deste que é visto como um dos povos mais amistosos do globo. Além da questão, o evento novamente demonstra o interesse em convocar agentes políticos em benefício da moda no país.

Na segunda edição de 2010, de acordo com o diretor Paulo Borges, foram investidos cerca de R$ 13 milhões. Para ele, a semana paulistana - que figura como o principal evento de moda no país ao lado do Fashion Rio - posiciona-se atualmente como uma espécie de plataforma de divulgação do segmento no Brasil e no exterior. Em busca de um maior desenvolvimento, Borges há tempos tem convocado representantes da política nacional como maneira de obter os incentivos necessários tanto para a realização da própria SPFW quanto para a discussão da moda. "Ela deve ser vista não como um modismo, mas como um processo", disse, durante entrevista coletiva de imprensa realizada no Museu de Arte Moderna, nesta terça, 8, em São Paulo. Borges afirmou que a própria quantia financeira movimentada em decorrência do evento (em torno de R$ 2,2 bilhões, segundo o diretor) é de grande importância para a economia nacional e que é necessária ainda uma série de mudanças para o benefício do setor no país. "Antes de falar em incentivo fiscal é necessária uma reforma fiscal", declarou. "O Brasil deve se livrar de seus antigos pilares." Visando possíveis alterações a partir da aproximação com a classe política, Paulo Borges comentou que os pré-candidatos à presidência José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) estarão presentes em alguns dos desfiles a serem realizados nesta semana.

Sobre a SPFW em si, Paulo Borges disse que 2010 marca o momento de virada na execução do evento (que completa 15 anos), em prol de uma evolução maior. "Digo isto no sentido de desapego mesmo", revelou. "É necessário deixar para trás o que já foi construído para que possamos crescer." De acordo com Borges, as estruturas sólidas que foram instituídas durante esta década e meia precisam ser deixadas no passado para dar espaço a novas conquistas. "Temos em mente a visão de futuro, de novos patamares", falou, sem detalhar as mudanças e os passos a serem dados.

Como em todas as edições, o tema chega com o objetivo de trazer uma discussão a respeito do país no período. "Queremos deixar registrada a alegria, a nossa maneira de viver - muitas vezes desorganizada, mas nossa", comentou, sobre a escolha do Anima. O evento, que contará com decoração de cata-ventos (representando o "sopro da alegria brasileira") e grafismos de artistas dos blocos afro de Salvador, ocorre entre os dias 9 e 14 de junho, no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera.

Moda e Música

O foco é a moda, mas é quase impossível não citar música quando se fala da SPFW. Presente desde o processo de criação, no iPod do estilista, até o produto final no que diz respeito aos desfiles - compondo as trilhas sonoras das passarelas e proporcionando às modelos a cadência nos passos com suas vestimentas luxuosas -, as mais diversas sonoridades se fazem presentes em um evento grandioso com este.

"Eu duvido que qualquer designer de moda ou qualquer pessoa que trabalha com criação não faça isso com uma música ligada do lado", afirmou Paulo Borges, em entrevista ao site da Rolling Stone Brasil. "A moda tem o privilégio de ser um processo criativo que se inspira e se espelha em todo tipo de arte e movimento cultural. Ela é uma parabólica desesperada tentando sugar tudo que existe ao redor dela, ouvir tudo, sentir tudo, projetar e aí vomitar de um jeito novo." Partilhando do mesmo pensamento a respeito da importância da música no meio fashion, Borges sustenta que a relação se trata praticamente de uma simbiose. "O desfile é feito com música. Quando o silêncio está na passarela é porque ele quer dizer alguma coisa."

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