'Não é sobre [Allen]", disse o escritor. "O que me preocupa é quem será o próximo..."
Redação Publicado em 09/03/2020, às 12h22
O escritor Stephen King ficou descontente ao descobrir que a autobiografia de Woody Allen teve a publicação cancelada.
Na última semana, a revista Far Out informou que a editora Hachette Book Group se desassociou do livro de memórias de Woody Allen, que foram consideradas "impublicáveis" durante a era #MeToo, depois que os funcionários saíram em protesto.
+++LEIA MAIS: Woody Allen: 'Fiz tudo o que o movimento #MeToo gostaria de alcançar'
A obra Apropos of Nothing deveria ser publicada em 7 de abril pela Grand Central Publishing, uma divisão do Hachette Book Group. No entanto, após as acusações de que o cineasta teria abusado sexualmente da filha adotiva, Dylan Farrow, a editora optou por devolver todos os direitos do autor.
"A decisão da Hachette de abandonar o livro de Woody Allen de deixa muito desconfortável", escreveu King no Twitter. "Não é sobre ele; Não dou a mínima para o Sr. Allen. O que me preocupa é quem será o próximo."
"Uma vez que você começa [a censurar], o próximo [livro] é sempre mais fácil", acrescentou King.
The Hachette decision to drop the Woody Allen book makes me very uneasy. It's not him; I don't give a damn about Mr. Allen. It's who gets muzzled next that worries me.
— Stephen King (@StephenKing) March 6, 2020
Once you start, the next one is always easier.
— Stephen King (@StephenKing) March 6, 2020
"A decisão de cancelar o livro de Allen foi difícil", comunicou a vice-presidente sênior de comunicação Sophie Cottrell. "Como empresa, estamos comprometidos em oferecer um ambiente de trabalho estimulante, solidário e aberto para todos os nossos funcionários", acrescentou Cottrell. "Nos últimos dias, a liderança da HBG teve extensas conversas com nossa equipe e outras pessoas. Depois de ouvir, chegamos à conclusão de que avançar com a publicação não seria viável para a HBG."
Allen, 84 anos, foi acusado de abusar sexualmente de Dylan Farrow quando ela tinha sete anos. O cineasta nega todas as acusações e declarou anteriormente: "Eu trabalhei com centenas de atrizes e nenhuma delas se queixou de mim, nem uma única reclamação. Trabalhei com mulheres, empreguei-as nas melhores posições, em todas as posições há anos. E sempre pagamos a elas exatamente o mesmo que aos homens. Fiz tudo o que o movimento #MeToo gostaria de alcançar."
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