A faixa "Meadow", primeiro single da banda com Jeff Gutt, estará no novo disco, previsto para o ano que vem; "Não vamos durar para sempre, mas queremos fazer música. E queremos que Jeff faça parte disso", diz Robert DeLeo
Redação Publicado em 15/11/2017, às 17h25 - Atualizado às 18h38
"É a vez do Stone Temple Pilots de novo", diz Robert DeLeo, e se tivermos como base o show que a banda fez na última terça, 14, no lendário clube de Hollywood Troubadour, realmente dá para dizer que é a hora do STP. O grupo, que ainda inclui o guitarrista (e irmão mais velho de Robert) Dean DeLeo e o baterista Eric Kretz, usou o evento fechado promovido pela SiriusXM como uma oportunidade de anunciar o novo vocalista, Jeff Gutt, que venceu quase 15 mil candidatos. A procura durou quase um ano. Gutt, que tem 41 anos e chegou a ser um dos competidores do The X Factor, tem uma grande missão diante dessa contratação – cantar as músicas que ficaram famosas pelo frontman original do Stone Temple Pilots, Scott Weiland, e que nos últimos anos vinham sendo interpretadas pelo substituto de Weiland, Chester Bennington, do Linkin Park.
"Não estávamos dispostos a aceitar pouca coisa”, diz Dean. “Pensa só no tanto de critérios que tínhamos aqui. Sabe, esse é STP, cara. O fãs mereciam o melhor." Para Dean, eles encontraram isso em Gutt, que apareceu já no final das buscas. "Ele foi um dos últimos caras que testamos, nos dois dias finais. Isso foi em setembro de 2016. E ele nem tinha entrado no concurso. Robert, por acaso, fez um show com o Hollywood Vampires e alguém foi falar com ele no fim da apresentação. ‘Você deveria conhecer esse cara, ele é daqui’. Robert me ligou no dia seguinte todo meio ‘então, cara...’”
Alguns meses depois, Gutt já era o vocalista do Stone Temple Pilots. "Escolhi a música mais difícil primeiro, 'Piece of Pie”, conta ele sobre a audição. Pensei que se eu conseguisse tocar aquela, ia ficar bom."
"Eu tinha tipo 16 ou 17 anos quando saiu Core”, ele continua. “Lembro de como Scott conseguia se adaptar às músicas e criar esses personagens. Isso me deixou embasbacado. Estava estudando vocalistas na época e Scott estava no topo da lista”, diz. “A gente sonha com coisas assim acontecendo.
"Mr. Weiland abriu um caminho muito impressionante”, retoma Dean. “Mas não é todo mundo que consegue cantar esse catálogo. Precisamos de alguém que realmente saiba cantar. E Jeff é o pacote completo. É um barítono, mas consegue entrar no mundo do tenor. É um cantor de verdade."
Mas embora Gutt tenha se provado mais do que capaz de dar conta do material velho, a banda enfatiza que ele não foi chamado somente para uma viagem nostálgica. Aliás, quando o STP deu as boas-vindas a ele, o grupo já tinha preparado várias músicas novas para gravar um disco. E por mais que quisessem um cantor, estavam também buscando um colaborador para ajudar a terminar o trabalho.
"A maior parte do tempo que passamos juntos foi compondo”, diz Kretz. "E Jeff estava absorvendo as coisas novas e criando mais material logo de cara."
Entre essas músicas está "Meadow", que a Rolling Stone EUA estreou em primeira mão nesta quarta, 15. "Essa foi uma das primeiras que fizemos", diz Gutt. Kretz acrescenta: "Soa como STP. Tem todos os elementos. É moderna, mas tem uma sonoridade clássica. Nos pareceu boa para representar [essa nova fase]."
E tem muito mais por vir. A banda acaba de terminar a gravação do novo disco, ainda sem título e que eles mesmos produziram. A previsão de lançamento é para o ano que vem.
O momento é de grande expectativa e traz muitas sensações para os integrantes. Em dezembro de 2015, Scott Weiland, que na época estava afastado da banda, foi encontrado morto, vítima de uma overdose. Em julho deste ano, Chester Bennington, que havia substituído Weiland, tirou a própria vida na Califórnia.
Fica claro ao falar com os integrantes que eles ainda estão sofrendo com as duas perdas. E o processo de testes serviu para intensificar algumas das emoções. Ouvir tanta gente captar o material antigo deles foi um “lembrete do brilhantismo de Scott”, diz Dean. Quando questionado sobre Bennington, ele só consegue dizer: “Aquele sujeito era um anjo, cara. Simplesmente um anjo”.
"Saber que perdemos duas pessoas com quem dividimos tanta coisa íntima é muito triste”, fala Robert. “Não foi como eu imaginei que a vida seria.”
Para Kretz, uma forma de honrar as memórias de Weiland e Bennington é tocando as músicas que eles fizeram juntos. Mas isso é diferente de tocar as músicas que ainda vão fazer. “Acho que é importante para nós ter muito material novo daqui em diante para que tudo seja real novamente. Porque se fosse só para ficar no nosso catálogo atual, esse seria um caminho fácil. Não teria muita substância. O fato de termos gravado todas essas faixas novas é uma ajuda no processo de nos recuperarmos da perda de Scott e Chester. Porque o catálogo sempre estará lá, mas se as canções novas realmente nos empolgar, e empolgar fãs também, isso é algo que tem muito mais significado em termos de homenagear o que Scott e Chester trouxeram para a banda."
Mais do que isso, Robert diz, "acho que ainda há músicas do Stone Temple Pilots para serem feitas. E entre nós três, nos conhecemos tão bem a essa altura que meio que quando estamos longe disso aqui, não pensamos muito a respeito. Mas quando tocamos juntos, logo recuperamos um respeito um pelo outro e o que fazemos individualmente e como trio”.
"Não vamos durar para sempre”, diz, “então só queremos fazer música. E queremos que Jeff faça parte disso.”
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