No novo documentário da Netflix, Miss Americana, a artista explica "o quão prejudicial" era o relacionamento dela com a comida
Redação Publicado em 24/01/2020, às 09h28
No novo documentário de Taylor Swift, Miss Americana, que estreou no Sundance Film Festival na noite da última quinta, 23, nos é mostrado uma série de comentários depreciativos do público sobre a cantora, e uma das observações menos desagradáveis é "Ela é muito magra. Me incomoda."
Eventualmente, tal pensamento passou a incomodar Swift também. Tanto que uma das cenas de Miss Americana acompanha a artista de 30 anos dizendo: "Não é bom para mim ver fotos minhas todos os dias."
Embora ela afirme que não se orgulha disso, Swift confessa ter lutado contra o distúrbio alimentar no passado. "Eu não sabia se me sentiria confortável falando sobre imagem corporal e as coisas pelas quais eu passei - meu relacionamento com comida e tudo mais", revela.
"Mas a maneira como Lana [Wilson, diretora do documentário] conta a história realmente faz sentido", continuou. "Não sou tão articulada sobre esse tópico; há muitas pessoas que poderiam falar melhor sobre isso. Tudo que sei é minha própria experiência. E meu relacionamento com comida era a mesma psicologia que eu aplicava em todas as áreas da minha vida."
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A estrela pop entra em mais detalhes sobre o efeito formativo que os jornais e revistas tiveram sobre ela: “Lembro que, aos 18 anos, eu estive na capa de uma revista pela primeira vez e a manchete era: 'Grávida aos 18 anos?' Só porque eu usava uma roupa que não fazia meu estômago parecer plano - eu associava isso à uma punição. E então eu entrava nas sessões de foto e alguém que trabalhava lá dizia: 'Uau, é incrível que você se encaixa nos tamanhos das amostras. Geralmente temos que ajustar os vestidos, mas podemos tirá-los da passarela e colocá-los em você' - e eu via isso como um elogio. Assim, eu passei a me moldar a partir de elogios ou punições."
Wilson, a cineasta, admira Swift por ter abordado o assunto com tanta sinceridade. "Essa é uma das minhas partes favoritas do filme", diz ela. “Fiquei surpresa, é claro. Mas eu amo como ela está pensando alto sobre isso. E toda mulher se verá nessa sequência. Não tenho dúvidas."
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A diretora ainda ressalta que "a mídia normalizou" o padrão de magreza a que estamos acostumados. "É incessante, e posso dizer isso como mulher: é incrível para mim como as pessoas constantemente comentam sobre o seu peso. Pessoas que você mal conhece. É horrível, e você não pode vencer de nenhuma maneira."
Swift pode ser vista como uma referência para falar sobre o assunto, mas ela também tem uma inspiração quando se trata de autoaceitação. “Eu amo pessoas como [a atriz e ativista] Jameela Jamil, porque ela diz as coisas de uma maneira muito articulada”, diz a cantora. "Se você ler as citações dela sobre mulheres, imagem corporal e envelhecimento e a maneira como as mulheres são tratadas na indústria e retratadas na mídia (...) As mulheres são submetidas a um padrão ridículo de beleza. Vemos tantas coisas nas redes sociais que nos fazem sentir inferior ou insuficiente. Você precisa de um mantra para repetir na cabeça quando começa a ter pensamentos prejudiciais."
“Eu estava assistindo um especial de Brené Brown na Netflix”, conta Swift à Variety. "Ela estava dizendo que 'É ridículo dizer: 'Eu não me importo com o que as pessoas pensam de mim, porque é impossível. Mas você pode, sim, decidir quais opiniões são mais importantes e para quais você dá mais peso.' E acho que isso realmente faz parte do crescimento."
Ela conclui: "Eu não espero que ninguém com uma carreira pop aprenda a fazer isso nos primeiros dez anos. É um processo. Muitas coisas ruins aconteceram recentemente, minha família está passando por momentos difíceis, com tanta oposição, pressão ou supressão, de um jeito ou de outro. Mas estou realmente muito feliz. Porque eu escolho, na maioria das vezes, com o que devo me abalar. E isso tem feito uma enorme diferença."
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