Dirigido por Ron Howard, filme vai além do mero registro de bastidores
Paulo Gadioli, de Toronto Publicado em 08/09/2013, às 22h44 - Atualizado às 23h03
Aconteceu em 2012 na Filadélfia a primeira edição do Made in America, festival capitaneado pelo rapper Jay Z. Nos bastidores, o cineasta Ron Howard registrava entrevistas com alguns dos principais artistas do variado line-up. Inicialmente, o filme, exibido no Festival de Toronto, parece um mero making of de luxo, mas seu desenvolvimento nas mãos do talentoso diretor prova o contrário.
Conhecido por filmes como Apollo 13, O Código Da Vinci e Uma Mente Brilhante, Howard é uma escolha inusitada para documentar um festival centrado em artistas adorados pelo público jovem, como Passion Pit, Odd Future, Miike Snow, Janelle Monáe e Skrillex. O choque cultural, no entanto, proporciona alguns dos melhores momentos.
As partes em que o cineasta se coloca em Made in America, inclusive, representam alguns dos pontos mais inspirados. Seja aprendendo a mixar com Skrillex, ouvindo as reclamações de uma senhora de idade ou não conseguindo acompanhar o ritmo frenético da cabeça do rapper Tyler, The Creator, o diretor viu nessas diferenças uma forma interessante de abordagem e apresenta tudo de maneira orgânica, sem medo de brincar com sua própria imagem.
Embora músicos jovens dominem a programação do festival, veteranos também foram convidados. Separados após a morte de Jam Master Jay, em 2002, os integrantes remanescentes do Run-D.M.C. foram convidados a se apresentar no evento. Nos depoimentos, especialmente os de D.M.C., a importância atribuída por eles ao poder transformador da música é clara e enérgica.
Exatamente esta mentalidade levou Jay Z a criar o Made in America. Segundo o astro, o país passava por um momento difícil então um evento como este poderia ajudar na situação. Ao aproveitar para documentar os lados envolvidos, não apenas os artistas como também a cozinheira em dificuldades, o segurança com grandes ambições, os artistas jovens buscando uma chance ou o assistente de palco apaixonado por seu trabalho, Howard inicia uma discussão sobre o que a geração seguinte pensa e espera do sonho americano. Tudo ao som de boa música.
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