Antes de show em São Paulo, guitarrista comenta a recepção do disco Nheengatu
Thiago Neves Publicado em 23/04/2015, às 15h30 - Atualizado em 24/04/2015, às 16h19
Na próxima sexta-feira, 24, o Titãs sobe ao palco do Audio, em São Paulo, para gravar o DVD de Nheengatu, registro ao vivo do mais recente disco da banda, lançado em 2014. Antes de subir ao palco, Tony Bellotto conversou com o site da Rolling Stone e falou sobre o novo trabalho e sobre como o álbum dialoga com o atual cenário político do Brasil.
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Intenso do início ao fim, Nheengatu trouxe aos fãs uma sonoridade próxima à versão mais celebrada da banda, da década de 1980, quando Cabeça de Dinossauro chegou às lojas, em 1986. “A gente se surpreendeu com a recepção que o disco teve, os fãs abraçaram a proposta. Acertamos!”, comemora Bellotto. Seguro do repertório, o grupo, inclusive, baniu os sucessos de Cabeça de Dinossauro do novo show. “É uma provocação, gostamos das músicas e sabemos a importância delas para a nossa história, mas é uma maneira interessante de brincar com nosso repertório”.
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Apesar de aclamado, o caráter político de Nheengatu afastou o Titãs dos grandes veículos. “Nós entendemos os motivos, mas é uma sensação paradoxal. A aceitação foi tremenda, mas ninguém quer tocar as músicas”. Entre os temas abordados por Nheengatu estão questões de delicadeza latente, como a violência policial, pedofilia e estupro, fator que, para Bellotto, distanciou o álbum de rádios e emissoras de televisão. “Nosso cenário político é absolutamente histérico. É importante que as pessoas se posicionem, mas não há a menor intenção de debater os problemas”.
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Propositalmente conflituoso, Nheengatu é tido pelos integrantes do Titãs como um momento muito importante na longa carreira da banda. “A vontade de registrar a turnê foi nossa. Achamos que as performances tem uma carga visual muito forte e que dialoga de maneira muito interessante com as letras. Queremos registrar isso”.
Contemporâneo, mas capaz de relembrar os melhores momentos do grupo, o show de Nheengatu, segundo o guitarrista, possibilitou uma revisão de toda a trajetória do Titãs. “Fizemos questão de encontrar faixas que pudessem dialogar com o álbum, coisas que não tocávamos há muito tempo, como ‘Desordem’ e ‘Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas’”. Claramente seguro, Bellotto ainda protesta sobre a despolitização da música, “não é saudosismo, mas já houve um maior espaço para o debate político na música, isso se tornou uma exclusividade do rap, enquanto os outros gêneros se distanciaram dessa proposta. Acho que conseguimos dar nossa contribuição nesse novo álbum”.
Nheengatu
24 de abril, sexta-feira, às 22h
Audio - Av. Francisco Matarazzo, 694 - Barra Funda - São Paulo
Ingressos: R$ 250
Informações: www.ticket360.com.br
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