Após 20 dias de buscas, Lázaro Barbosa, conhecido como 'serial killer do DF,' foi morto após confronto com policiais
Redação Publicado em 29/06/2021, às 21h14
Em 2020, o Distrito Federal se destacou na diminuição das taxas de criminalidade. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), registraram 11,4 homicídios por 100 mil habitantes - menor índice desde 1980. A capital também teve o menor número de mortes por esse motivo em 28 anos.
Segundo pesquisa, 92% dos casos de homicídio são solucionados na cidade no período de até dois anos. No entanto, o mesmo não se repete nos outros estados, pois dados divulgados pelo Instituto Sou da Paz apontam que sete a cada 10 homicídios ficam sem solução em 11 estados brasileiros.
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Apesar das altas taxas de resolução, nem todos os culpados são responsabilizados pelos crimes cometidos, como foi o caso de Lázaro Barbosa de Souza, de 32 anos. Nas últimas semanas, a história de Lázaro ganhou repercussão no Brasil. Condenado por estupros e assassinatos, era procurado desde 9 de junho, quando foi apontado como suspeito do assassinato de uma família em Ceilândia, no Distrito Federal (DF).
Lázaro acumulava passagens pela polícia desde 2007. Foi preso pela primeira vez por duplo homicídio em Barra dos Mendes, na Bahia, após se entregar por estar ferido, mas fugiu 10 dias depois. Em 2009, estuprou uma mulher e foi encontrado no dia seguinte com uma arma de fogo ilegal - tentou mentir o nome para polícia, mas foi fichado e considerado culpado em 2011
Em 2016, saiu no indulto de Páscoa e não retornou ao presídio. Em 2018, foi preso mais uma vez. Tinha três mandados para prisão. No mesmo ano, s fugiu por um buraco no teto da cela com quatro outros detentos (e foi o único não encontrado). Durante meses, foi procurado - sem sucesso.
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De acordo com fontes ouvidas pelo G1, ele seria um "mateiro experiente," andava sempre sozinho, trabalhava como carroceiro e dormia na mata, onde também tinha esconderijos. Os policiais apontaram um comportamento de psicopata e investigadores diziam que ele tinha atitudes imprevisíveis.
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Em 26 de abril de 2021, invadiu uma casa em Sol Nascente; em 17 de maio, fez uma família refém, ameaçando-os com faca e arma de fogo. Segundo a Polícia Civil, Lázaro mandou todos ficarem nus enquanto as mulheres serviam comida para ele e os homens ficavam presos em um quarto. A partir de então, o criminoso começou a atrair mais ainda a atenção dos policiais.
As buscas por Lázaro começaram em 9 de junho de 2021, quando foi apontado como principal suspeito do assassinato de Cláudio Vidal, de 48 anos e dos dois filhos, Carlos Eduardo Vidal, de 15, e Gustavo Vidal, de 21 anos. A família foi encontrada morta, no mesmo dia, dentro de casa com marcas de tiro e facadas. O caso foi registrado como "triplo homicídio," sequestro e cárcere privado.
Em 12 de junho, o corpo de Cleonice Marques de Andrade, esposa de Cláudio Vidal, foi encontrado dentro de um córrego também em Ceilândia, no Distrito Federal. De acordo com as investigações, Lázaro teria invadido a casa da família por volta das 2h da madrugada do dia 8 de junho, com a intenção de roubar, mas matou as vítimas após elas reagirem.
A polícia também encontrou esconderijos na mata com com colchões, garrafas d'água, roupas e lonas a 10 minutos a pé de onde estava o corpo de Cleonice. Ele se escondia no local após cometer os crimes nas chácaras do Incra 9.
"Identificamos que esses esconderijos foram utilizados por ele em tempos anteriores aos crimes. Como ele vivia muito nessa região de mata, eram locais utilizados por ele," explicou o delegado Leandro Ritt, chefe da DRS, ao G1.
Após matar a família, Lázaro cometeu uma série de crimes e passou a ser chamado de "serial killer do DF." Um dia após assassinar a família, invadiu mais uma chácara próxima e rendeu o dono, a filha dele e o caseiro. Segundo o G1, as vítimas disseram que ele pediu à mulher para fazer o almoço, assistiu televisão, comentou sobre o caso e depois fugiu, de acordo com informações divulgadas pela Polícia Militar.
Dois dias depois, em 11 de junho, invadiu outra chácara e fugiu com o carro da família, mas o abandonou em Cocalzinho, Goiás, de acordo com a PM. Uma força-tarefa de mais de 200 policiais foi enviada para procurá-lo na região.
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Na noite do dia 12 de junho, Lázaro trocou tiros com policiais e deixou três pessoas feridas ao tentar fugir de um cerco policial. As vítimas foram levadas ao hospital em estado de saúde estável. Durante a fuga, também colocou fogo em uma casa.
Em 13 de junho, Lázaro abandonou um carro na BR-070 e fugiu para a mata. No dia seguinte, 14, um caseiro afirmou ter atirado nele em Cocalzinho. "Ouvi barulho e gritei para o meu cunhado chamar a polícia. Aí o Lázaro já gritou: 'Eu vou entrar'. E nisso eu já atirei para cima dele. Ele disse: 'Você me acertou, vou te matar'. Ele atirou e depois fugiu," disse o homem ao G1.
Durante as buscas, dois policiais foram baleados por Lázaro. O primeiro foi atingido de raspão, enquanto o segundo foi levou um tiro no rosto. O caso aconteceu em Edilândia, também em Cocalzinho. No mesmo dia, fez uma família refém na região e foi avistado em uma área rural no dia seguinte.
Houve um novo confronto com policiais os quais acreditavam que Lázaro teria se ferido durante o tiroteio. No entanto, ele conseguiu fugir novamente.
Após ser visto em um chiqueiro, a polícia montou uma barreira na BR-070, na qual todos os veículos foram parados e revistados.
A força-tarefa iniciou uma intensa movimentação em Águas Lindas de Goiás, com ajuda de cadelas usadas em Brumadinho e outros cães farejadores. De acordo com morador, Lázaro foi visto se escondendo em uma gruta na região.
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Em 21 de junho, uma mulher afirmou avistar Lázaro e informou aos policiais. No dia seguinte, durante as buscas, foram encontrados um carro queimado, um lençol e um serrote os quais foram levados para perícia.
Um fazendeiro atirou em um invasor na região próxima de onde ocorriam as buscas, no entanto, informou que não sabia se era Lázaro ou se ele ficou ferido. As buscas se concentravam na área da BR-070 e os policiais utilizaram drones de visão térmica e imagens de satélites.
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Somente em 28 de junho Lázaro foi detido e morto por policiais após troca de tiros no 20º dia das buscas com força-tarefa com mais de 270 agentes. De acordo com boletim de ocorrências, a polícia diz ter atirado 125 vezes. Segundo a Secretaria de Saúde de Águas Lindas, o criminoso foio atingido 38 vezes; ainda aguardam confirmação da perícia.
Lázaro estaria indo encontrar a ex-mulher e sogra quando foi avistado por policiais na mata e tentou se esconder. Em seguida, a equipe foi alvo de tiros até avistá-lo em um arbusto. A corporação diz que pediu para ele se entregar, mas os disparos não pararam e os policiais revidaram.
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Após ser atingido, foi socorrido com vida e levado para o Hospital Municipal Bom Jesus por uma viatura do Corpo de Bombeiros. No entanto, chegou morto ao local. Agora, vão investigar se ele recebeu algum tipo de cobertura ou se era jagunço de fazendeiros enquanto estava sendo procurado.
Todas as informações são do G1.
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