Nesta segunda, 20, cientistas da Universidade de Oxford divulgaram os resultados dos testes
Redação Publicado em 20/07/2020, às 15h55
Nesta segunda, 20, cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciaram que a vacina desenvolvida contra o coronavírus é segura e promoveu uma resposta imunológica nos voluntários. As informações são do UOL.
A vacina foi criada em conjunto a farmacêutica AstraZeneca. Os resultados do estudo foram divulgados na revista científica The Lancet. No total, cerca de 1.077 pessoas se tornaram voluntárias do ensaio.
A imunização foi disponibilizada para os voluntários entre os dias 23 de abril e 21 de maio. Segundo o estudo, o organismo deles conseguiu produzir anticorpos e células T (tipos de glóbulos brancos) necessários para combater o coronavírus. Além disso, os resultados mostram como a vacina não trouxe efeitos colaterais graves aos voluntários.
Esses resultados foram vistos nas fases 1 e 2 do processo. Atualmente, a vacina está na terceira - e última - fase dos testes clínicos, como relembra o site. Esse último processo ocorre simultaneamente no Reino Unido, no Brasil e na África do Sul, onde a vacina é testada em 50 mil pessoas (5 mil brasileiros).
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Como nota o site, o progresso é promissor, mas o caminho é complexo e ainda é cedo para ter certeza da proteção. O UOL separou mais pontos importantes sobre a vacina de Oxford. Confira:
A vacina é chamada ChAdOx1 nCoV-19. Ela é produzida a partir de um vírus geneticamente modificado (associado ao resfriado em chimpanzés).
O vírus é modificado exatamente para evitar infecções nas pessoas. Além disso, a vacina é desenvolvida para se 'assemelhar' ao coronavírus. Dessa forma, nosso sistema imunológico consegue identificar o vírus e combatê-lo.
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A vacina promoveu a produção de anticorpos (que conseguem desativar o coronavírus) e células T (responsáveis por coordenar o sistema imunológico e identificar células infectadas).
O site, no entanto, relembra como ainda não se sabe exatamente quanto tempo essa resposta imunológica dura. Isso porque o estudo não foi desenvolvido por tempo suficiente.
O ensaio divulgado revelou como 90% das pessoas conseguiram produzir, depois de apenas uma dose, anticorpos neutralizantes. Enquanto isso, 10 pessoas, depois de receberem a segunda dose, atingiram a produção.
Em entrevista à BBC, Andrew Pollard, do grupo de pesquisa de Oxford, comentou: "Estamos muito satisfeitos com os resultados publicados hoje, pois estamos vendo anticorpos neutralizantes e células T. Mas as questões-chave para a qual todo mundo quer uma resposta é se a vacina funciona, qual dose oferece proteção... E nós ainda estamos em um jogo de espera [...] Não sabemos qual é o nível necessário para a proteção, mas somos capazes de maximizar as respostas com uma segunda dose".
Os resultados mostram como a vacina não trouxe efeitos colaterais graves aos voluntários. Mesmo assim, 70% das pessoas apresentaram queixas como dor de cabeça e febre. Para esses sintomas, os cientistas dizem que podem ser tratados com paracetamol.
"Ainda há muito trabalho a ser feito antes que possamos confirmar se nossa vacina ajudará a gerenciar a pandemia da covid-19, mas esses primeiros resultados são promissores", disse Sarah Gilbert, de Oxford.
A eficácia da vacina pode ser confirmada antes do ano de 2020 acabar, no Reino Unido. No entanto, ela não será disponibilizada de forma ampla. Isso porque profissionais da saúde e pessoas de alto risco devem ser priorizados no processo de imunização. É possível que a vacinação generalizada passe a ser administrada no início de 2021, se os resultados forem positivos.
Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, falou: "Obviamente, estou esperançoso, estou com os dedos cruzados, mas dizer que estou 100% confiante de que vamos receber uma vacina este ano, ou mesmo no próximo ano, é um exagero". Ele continuou: "Nós não chegamos lá ainda".
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