Peso e bom humor

Twisted Sister juntou técnica, humor e clássicos na noite de sábado, 14, em São Paulo

Por Paulo Cavalcanti

Publicado em 16/11/2009, às 13h37
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Dee Snider mostrou que é um frontman de primeira em show na Via Funchal - Stephan Solon/Divulgação/Via Funchal

"It's fucking hot here!". Dee Snider, o frontman do Twister Sister, não podia deixar de mandar essa frase a certa altura do show da banda na noite de sábado, 14, em São Paulo. No caso, o calor era nos sentidos literal e figurado. A Via Funchal estava praticamente lotada - o mormaço não era para fracos e o show foi realmente incendiário.

Existe uma certa verdade quando falam que o Brasil é o porto seguro de bandas de heavy metal. A maior parte delas já veio aqui inúmeras vezes, mas esta foi a primeira vez do Twisted Sister. E o melhor: com a formação clássica intacta, como Snider fez questão de ressaltar em alguns momentos do show. O grupo de glam metal, que além de Snider tem em sua formação Eddie Ojeda (guitarra), Jay Jay French (guitarra), Mark Mendoza (baixo) e A.J. Pero (bateria), fez muito sucesso em meados do anos 80, especialmente depois que seu hilariantes vídeos apareceram na MTV. Vinte e cinco anos depois de seu auge, o quinteto de Nova York correspondeu à altura em sua estreia em palcos brasileiros.

O Twisted Sister, com sua maquiagem pesada, senso de humor e postura bizarra, nunca levou a "atitude metal" muito a sério. Assim, foi uma escolha acertada colocar a banda Massacration para abrir o show. O grupo, formado por integrantes do programa Hermes & Renato, já deixou todo mundo no clima para o Twisted, que surgiu às 22h30.

Snider e seus companheiros tocaram por uma hora e meia, juntando energia, técnica, peso, humor autodepreciativo e uma penca de clássicos como "You Can't Stop Rock 'n' Roll", "The Kids Are Back", "Stay Hungry", "The Fire Still Burns" e "Come Out and Play". O grande hino "We're Not Gonna Take it" foi executado no meio do show e causou um alvoroço. Quando a banda veio com "I Wanna Rock", música que definiu o metal dos anos 80, a balbúrdia - no bom sentido - estava formada.

Dee Snider continua com a voz tão potente quanto há duas décadas - e se mantém um frontman de primeira, comandando a farra com maestria. O publico até cantou "Happy Birthday" para a filha do guitarrista e fundador Jay Jay enquanto ele filmava tudo para enviar para a garota na Europa. Snider também arrancou risos, vaias e aplausos quando exibiu bandeiras da Argentina e do Corinthians, e foi sacaneado por Jay Jay, quando este falou que Lady Gaga copiou o visual do cantor. O final da apresentação ficou com a emblemática "S.M.F.". A banda ficou realmente empolgada com a recepção brasileira: "Até o inverno!", bradou Snider, dando a dica de que o grupo pode retornar ao país.

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