“Tivemos que crescer rápido”, diz o guitarrista Sam Halliday
Lucas Reginato Publicado em 27/03/2013, às 16h36 - Atualizado em 28/03/2013, às 13h52
É notável a diferença apresentada pelos irlandeses do Two Door Cinema Club em Beacon, do ano passado, em relação ao disco de estreia, Tourist History, de dois anos antes. Os temas são mais abrangentes, há uma preocupação reflexiva e, goste ou não, as músicas têm menos o clima juvenil do primeiro álbum. A pouca idade dos integrantes (o vocalista Alex Trimble, por exemplo, tem 24 anos recém-completados) pode ajudar a entender a razão da mudança, mas os motivos vão além disto.
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“Tivemos que crescer rápido”, explica o guitarrista Sam Halliday, que já há cinco anos viaja o mundo com a banda. “É impossível fazer o mesmo disco de novo, porque crescemos, conhecemos muita coisa nova, fomos expostos a muita coisa nova.” E um dos principais temas de Beacon é a saudade. O próprio nome do disco, que quer dizer “farol”, parece sugerir isto. “O farol está me chamando, a luz que nunca apaga, reflexões atiradas ao mar lançam sombras no céu”, diz a faixa-título.
“É estranho. É difícil definir nosso estilo de vida. Temos um grupo de pessoas muito legal que viaja conosco e criamos uma espécie de pequena família. Então às vezes isso parece que é mesmo nossa casa. Mas faz falta a relação com pessoas fora deste círculo, com antigos amigos”, lamenta Halliday, que tenta em meio a isto programar seu casamento para o ano que vem. O próprio processo de gravação de Beacon, lançado em setembro do ano passado, exigiu do trio meses longe de casa para que pudessem ficar em Los Angeles, onde gravaram com o produtor Jacknife Lee.
As mudanças, lembra Halliday, foram também naturais agora que trabalham com outro nível de seriedade e são muito mais requisitados do que antes. “Expandimos nossos gostos. Não escutamos mais só dance music e guitarra. Escutamos hip-hop, pop, folk, drum 'n' bass, qualquer coisa. Também vasculhamos coisas mais antigas, como os Beatles ou o Talking Heads, que não eram tão importantes para nós quando tínhamos 17 anos.”
Não bastasse a contínua vida compartilhada na estrada, toda composição do Two Door Cinema Club é feita em conjunto pelos três integrantes. “É um processo muito colaborativo, cada um faz sua parte. Isso leva a muitas discussões também, porque embora tenhamos gostos em comum, discordamos em muitos momentos. Mas acho que isso é parte do processo.” E talvez por esse motivo Halliday confessa que gostaria que a banda trabalhasse mais com outros artistas. Mais do que isto, ele afirma que colaborações vão fazer parte do terceiro disco, do qual revela muito pouco, mas prevê já para este ano pelo menos o início das gravações.
Talvez as parcerias possam ajudar o Two Door Cinema Club a buscar novos temas. Porque nada parece que vai frear o ritmo de shows nos próximos meses, embora o guitarrista admita que gostaria de “balancear mais as coisas”. Desde o lançamento de Beacon, a banda fez dezenas de apresentações pelo mundo e a agenda está bastante cheia até o início de julho. Aí inclusa está a passagem pelo Brasil, onde a popularidade do trio surpreende o músico: “Não sei de onde vem isso. Nunca investimos muito tempo no Brasil”.
Além de se apresentar no Lollapalooza, em São Paulo, no sábado, 30, o Two Door Cinema Club também é atração da programação de Side Shows do evento, no Rio de Janeiro. Eles tocam no Circo Voador na sexta, 29.
Two Door Cinema Club no Lollapalooza
Sábado, 30, às 16:30, no Palco Cidade Jardim.
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