Três dias antes de morrer, John Lennon falou por nove horas com a Rolling Stone
Redação Publicado em 26/09/2020, às 14h00
Em 5 de dezembro de 1980, três dias antes de ser assassinado, John Lennon sentou-se com Jonathan Cott, da Rolling Stone, para uma entrevista que durou nove horas. Trechos da entrevista foram publicados na edição-tributo a Lennon, no mês seguinte (janeiro de 1981) - mas Cott nunca transcreveu todas as fitas. Por 30 anos, elas ficaram guardadas em seu armário.
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"No começo de 2010, eu estava arrumando alguns arquivos quando encontrei duas fitas, nas quais estava escrito 'John Lennon, 5 de dezembro, 1980'", revela Cott. "Fazia 30 anos desde que eu as tinha ouvido, e quando eu as coloquei novamente para tocar surgiu essa voz totalmente viva e edificante saindo desta mágica faixa de fita magnética".
A entrevista de Cott com John Lennon - a última entrevista do artista a um veículo impresso - foi revelada na edição 52 da Rolling Stone. No notavelmente franco bate-papo, Lennon atacou fãs e críticos que o perseguiram durante os cinco anos que ficou afastado da música. "As pessoas querem heróis mortos, como Sid Vicious e James Dean", afirmou. "Não estou interessado em ser um herói morto, então deixa pra lá."
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Lennon também falou sobre planos para uma possível grande turnê. "Talvez façamos", ele disse. "Mas não haverá bombas de fumaça, luzes piscando, tem de ser aconchegante. Mas poderíamos fazer uma piada. Somos roqueiros renascidos e estamos recomeçando."
Na época, Yoko Ono também relembrou em artigo extremamente pessoal sobre os últimos dias com John Lennon. "Logo antes de sairmos do estúdio, John olhou para mim", escreveu Yoko.
"Eu olhei para ele. Os olhos dele tinham a intensidade de um sujeito que estava prestes a me dizer algo importante. 'O que é?', eu perguntei. E nunca vou esquecer como ele disse as coisas mais lindas para mim com uma voz profunda e suave, como se quisesse entalhar as palavras na minha mente. 'Ah', eu disse depois de um tempo e desviei o olhar, um pouco acanhada", descreveu.
Texto originalmente publicado na edição 52 da Rolling Stone Brasil
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