Amy Winehouse em uma das capas da <i>Rolling Stone Brasil</i> -

Um ano sem Amy Winehouse

Relembre a matéria de capa publicada pela Rolling Stone Brasil após a morte da cantora

Jenny Eliscu Publicado em 23/07/2012, às 10h37 - Atualizado às 12h25

Sentada em uma popular lanchonete em Miami, a chuva caindo lá fora, Amy Winehouse e o novo marido dela, Blake Fielder-Civil, tinham razões de sobra para comemorar. "Rehab" prosseguia em sua escalada rumo ao topo das paradas e o casal havia dado uma escapada, naquela manhã, para se casar. Quando chegou o gigantesco coquetel frozen de morango que ela havia pedido, Winehouse se deleitou com a extravagância do drinque: "Ele se chama Big Pinkarita!"

Eu estava entrevistando Amy para uma matéria de capa da Rolling Stone, em 2007, e a havia encontrado cinco dias antes, em Toronto (Canadá). O casamento foi uma surpresa, já que na primeira ocasião ela estava inconsolável depois de uma briga feia com Fielder-Civil. Na lanchonete, ela levantou a cabeça e apontou para minha bochecha. "Você está com cílio bem ali", disse com doçura. "Tem de fazer um desejo. Eu o teria tirado para você, mas ia ser estranho se eu me esticasse e tocasse seu rosto." Seu gesto meigo foi tão desconcertante quanto seu estado obviamente alterado; e o pó branco visível em suas narinas, derivado de suas frequentes idas ao banheiro, era perturbador. "Eu cuido das pessoas", ela disse mais tarde. "Sou muito leal. Muito defensora. Sempre vou estar apoiando alguém."

As notícias pouco (ou nada) verdadeiras que saíam sobre Amy Winehouse.

Esta era a Amy que amigos e família conheciam: de uma natureza doce e maternal, agregada a um infinito apetite por autodestruição. Tudo terminou tragicamente em seu apartamento, em Londres, no dia 23 de julho, quando Amy Winehouse foi encontrada morta, aos 27 anos. A polícia determinou a morte da cantora como inexplicada enquanto espera o resultado dos exames toxicológicos, mas os pais dela acreditam que o falecimento foi causado por um ataque de convulsão provocado por uma tentativa brusca e radical de abandonar o álcool, depois de uma desastrosa volta às turnês em junho. Há três anos, Amy venceu a dependência das drogas, declarou o pai, Mitch Winehouse, durante o funeral, no dia 26 de julho, em Londres, do qual participaram amigos como Kelly Osbourne e o produtor Mark Ronson. "Os médicos disseram que era impossível, mas ela conseguiu. Ela estava se empenhando muito em lidar com o alcoolismo e tinha acabado de completar três semanas de abstinência." Mitch contou aos presentes que Amy não estava deprimida, e que a filha passou a noite anterior no apartamento dela, feliz, cantando e tocando bateria.

Enquanto Back to Black, o incrível e definitivo segundo álbum da cantora, disparava para o Top 10, multidões se reuniam do lado de fora da casa dela em Camden, criando um memorial improvisado com flores, pinturas, cigarros e garrafas de vodca. "Ela sabia do que era capaz e não precisava nem se esforçar", escreveu Adele, cujo sucesso atual nas paradas dificilmente seria possível se Amy Winehouse não lhe tivesse aberto as portas. "Se ela queria fazer algo, fazia, e, se não queria, mandava se foder. Amy abriu o caminho para artistas como eu."

Uma vítima de seu tempo: com a privacidade escancarada e estimulada a viver sempre nos limites, Amy Winehouse também se viciou em alimentar a própria lenda ao seu redor.

A voz de Amy era rouca, tórrida e triste - como um coração partido marinado em uísque e fumaça de cigarro. Soava como se viesse de outro tempo, ecoando Sarah Vaughan, Billie Holiday e até Janis Joplin, que, como Jimi Hendrix, Jim Morrison, Brian Jones (dos Rolling Stones) e Kurt Cobain, também morreu aos 27. "Nunca vi nenhum outro artista improvisar como se alguém estivesse enfiando uma faca em seu coração", diz o vocalista de apoio de Amy (e amigo íntimo), Zalon Thompson. "Quando ela cantava, era como se saísse de seu diário. Soava muito simples, mas ela conseguia estabelecer uma conexão. Ela era uma verdade ambulante."


Back to Black nasceu clássico, com uma mistura espantosa de R&B moderno e retrô com apelo para uma grande gama de fãs de música, vendendo mais de dez milhões de cópias no mundo todo. A primeira música de trabalho, "Rehab", era Amy Winehouse em sua essência: tiradora de sarro, desafiadora, autodepreciativa e, de certa forma, esperançosa. Ela nunca se desculpou por seus demônios pessoais e, com o sucesso de "Rehab", chegou a fazer deles um cartão de visitas. Era explícita quanto a seus abusos de crack, heroína e álcool, e criava o caos por onde passava, da sua aparição totalmente chapada no quiz show Never Mind the Buzzcocks à ocasião em que protestou contra Bono enquanto ele recebia um prêmio, gritando: "Cala a boca! Estou pouco me fodendo!"

A diva e seus demônios: em meados de 2007, Amy estava no topo das paradas - e lutava para sobreviver a isso

Quando Amy tinha 22 anos, conheceu Fielder-Civil, um assistente de produção de clipes, e o intermitente relacionamento dos dois pareceu aflorar o que já era uma personalidade frágil. Fazer shows se tornou secundário comparado ao tempo que ela passava se preocupando com seu amor; as separações anteriores haviam sido devastadoras para ela, inspirando os momentos mais soturnos de Back to Black, como "Wake Up Alone", uma dolorosa balada tão entristecedora quanto seu título sugere. "Me senti terrível pelo modo como nos tratávamos", ela disse depois do casamento. "Achei que nunca mais nos veríamos. Agora só quero me divertir e ficar com o meu marido." O plano foi por água abaixo: um ano depois, Fielder-Civil foi sentenciado a 27 meses de prisão, acusado de agressão e suborno.

Jornada noite adentro: em 2008, movida a cerveja, chá e pão com banana, Amy Winehouse falava de seu marido preso, do próximo álbum e de sua vida atribulada de popstar.

Amy Winehouse cresceu em Southgate, Londres, uma criança judia de pais trabalhadores criada à base dos clássicos standards do pop cantados por Frank Sinatra e Dinah Washington. Os pais, Mitch, um taxista, e Janis, uma farmacêutica, casaram-se aos vinte e poucos anos e se separaram quando Amy tinha 9. Embora ela e o irmão mais velho, Alex, tenham vivido a maior parte do tempo com Janis, Amy se considerava a garotinha do papai - uma tatuagem em seu ombro direito inclusive carregava a frase "Daddy's Girl". Enquanto estávamos em Toronto, em 2007, Mitch também esteve na cidade por alguns dias, e Amy deixava claro como adorava mimá-lo, fazendo um sanduíche de peru e pepino que ele disse lembrar uma mistura de matzo com banana que ela costumava fazer para ele. "Eu era uma criança bem besta, bem hiperativa", ela disse na época.

Aos 10, Amy formou uma dupla de rap inspirada no Salt-n-Pepa, chamada Sweet 'n Sour, com a melhor amiga, e começou a brincar com o violão do irmão alguns anos mais tarde. "Quando consegui um pouco de dinheiro, comprei um para mim, assim podia tocar sempre que quisesse", ela disse. "Sempre escrevi poesias e coisas do tipo, por isso compor não era algo assim tão espetacular." Ela demonstrou o talento promissor em sua passagem pela Sylvia Young Theatre School, e estudou artes performáticas e algumas outras coisas por um curto período na renomada Brit School, a mesma que Adele viria a frequentar mais tarde. Fez um piercing no nariz, começou a fumar maconha e cabular aula, e largou os estudos aos 15 anos.

Amy começou a cantar com uma banda de jazz aos 16 e a se apresentar sozinha, só ela e o violão, poucos anos mais tarde. Não demorou até que um amigo oferecesse horas gratuitas de estúdio para que ela gravasse algumas demos, mas ela ficou perplexa: "Eu não pensava que saber cantar era algo especial", disse. "E não entendia que podia ir até um estúdio sem pagar nada e escrever o que eu quisesse. Eu simplesmente não entendia o porquê."


Em 2001, ela assinou um contrato de empresariamento com a 19 Entertainment, do criador do American Idol, Simon Fuller, mais um contrato de publisher com a EMI e outro com a gravadora Island. Mais tarde, naquele mesmo ano, foi a Miami gravar seu primeiro álbum com Salaam Remi, que havia produzido músicas para Nas e Fugees. "Ela veio, se sentou e eu perguntei: 'Então, o que você faz?'", recorda Remi, que continuou trabalhando com a cantora até a morte dela. "Ela pegou um violão, começou a cantar 'Garota de Ipanema' e basicamente iluminou a sala toda." Seu jazzístico disco de estreia, Frank (2003), recebeu elogios entusiasmados da crítica e prêmios em seu país, incluindo uma indicação ao Mercury Music Prize e o Ivor Novello Award na categoria composição.

As cinco maiores músicas autorais e as cinco melhores covers gravadas por Amy.

Apesar da força, o primeiro álbum mal dava pistas da grandeza de seu futuro sucessor. Em Back to Black, Amy Winehouse passou por uma espantosa transformação: de uma convenientemente bela e promissora artista para uma diva tatuada de cabelo emaranhado em um penteado ao estilo sessentista do beehive (no Brasil, "bolo de noiva"), massacrando canções de amor desesperado. Ela começou a sair com Fielder-Civil em 2005, frequentando seu costumeiro bar em Camden, botando discos clássicos de grupos femininos e da Motown para tocar na jukebox, jogando sinuca, e, especialmente, bebendo. Ela atribuiu a mudança de seu som - do jazz para o R&B carregado nos anos 60 de Back to Black - à transição da maconha para o álcool.

"Eu costumava fumar muita erva", ela declarou à Rolling Stone. "Acho que se você tem uma personalidade propensa ao vício, pula de um veneno para outro. Toda a mentalidade da erva é muito hip-hop, e, quando gravei meu primeiro disco, tudo o que eu ouvia era hip-hop e jazz. A mentalidade da erva é muito defensiva, muito 'vai se foder, você não me conhece'. Enquanto a mentalidade do álcool é muito 'oh, eu te amo, vou deitar no meio da estrada por você, nem me importo se você nunca nem olhar para mim, sempre vou te amar'."

Amy voltou a se reunir com Remi para algumas das faixas de Back to Black, mas o toque de mestre foi a parceria com o produtor Mark Ronson, que havia construído uma reputação como DJ, mas tinha começado produzindo músicas para Lily Allen, Sean Paul e Christina Aguilera. Ronson recrutou os oito membros da big band Dap-Kings para servir de apoio a Amy Winehouse em faixas como "You Know I'm No Good" e "Rehab", transmitindo um ar retrocool autêntico, perfeitamente adequado ao estilo dela. "Era óbvio que ela sabia a diferença entre o que soava bom e o que era ruim", diz Binky Griptite, guitarrista do Dap-Kings, que excursionou com a cantora em 2007 e de quem virou amigo. "Ela tinha bom gosto. Isso é incrivelmente raro. Há muitos artistas cuja coleção de discos não vai além de cinco anos atrás. Você tem de saber um pouco de história, e ela sabia. Por isso estamos aqui sentados falando sobre ela."

Cantoras brasileiras falam sobre as características de Amy Winehouse que mais fazem falta.

Ronson viu a cantora de grande voz e visual de menina má como parte de uma tradição que remetia aos anos 60. "As Shangri-Las tinham esse tipo de atitude: garotas jovens do Queens vestindo jaquetas de motoqueiro", ele declarou à Rolling Stone na época. "Amy tem um visual cool pra caralho, é brutalmente honesta em suas músicas. Faz tanto tempo desde que alguém no mundo do pop deu as caras e reconheceu seus próprios defeitos, já que todo mundo está tentando tanto projetar a perfeição. Mas Amy diria algo como: 'É, eu enchi a cara e caí. E daí?' Ela não é de se autolouvar e não está atrás de fama. Ela tem sorte de ser boa, porque não precisa ser." Quando soube da morte de Winehouse, Ronson expressou seu doloroso choque pelo Twitter dizendo: "Ela era minha alma gêmea musical e como uma irmã para mim. Este é um dos dias mais tristes da minha vida".

A exposição sofrida por Amy Winehouse devido ao crescimento vertiginoso de sua fama e a obrigação de excursionar para divulgar o álbum dela aceleraram o seu declínio. "Ela estava sempre questionando seu próprio talento", diz Dougie Charles-Ridler, um amigo de longa data e proprietário do Hawley Arms, um dos pubs favoritos da cantora. "Ela tomava uma tequila ou uma taça de vinho só para acalmar os nervos. E passou a precisar de mais conforme o tempo foi passando. E perdeu o controle." A vulnerabilidade dela era óbvia para as pessoas mais próximas. "Houve uma vez, durante a turnê de Back to Black, em que o gerente de turnê estava procurando Amy, e ela estava duas horas atrasada", acrescenta Charles-Ridler. "De repente, alguém bateu à minha porta. Abri, e era Amy. Ela correu, pulou na minha cama e se escondeu debaixo das cobertas. Ficou claro pra mim: ela estava com medo."


Amy Winehouse voltou brevemente a uma clínica de reabilitação no começo de 2008, depois que o tabloide britânico The Sun publicou um vídeo em que ela aparecia fumando crack, mas posteriormente declarou a Claire Hoffman, da Rolling Stone, que usou drogas durante todo o tempo que passou na instituição. Assim que Amy ganhou seus cinco Grammys em fevereiro, aceitando a premiação via satélite por problemas de visto, o foco começou a mudar do esperado próximo álbum para a expectativa de seu próximo colapso público.

Durante a separação de Fielder-Civil após o encarceiramento do marido, as coisas pioraram. Em um incidente bizarro, surgiu no YouTube um vídeo mostrando uma Amy chapada e o notório ex-vocalista do Libertines, Pete Doherty, brincando com ratos brancos recém-nascidos, as unhas dela cobertas do que parecia ser uma resina preta. Mas ela continuava espantosamente franca, apesar do batalhão de paparazzi acampado em frente à casa dela (e a quem ela ocasionalmente pedia favores). "Para ser honesta, meu marido está longe, estou entediada, sou jovem", declarou à Rolling Stone. "Senti como se não houvesse mais razão para viver. Tem sido uma fase ruim."

Mas, no começo de 2009, Amy parecia estar bem melhor. Ela viajou para a ilha caribenha de Santa Lúcia, onde ficou por vários meses e, segundo consta, se livrou das drogas pesadas. A silhueta ossuda começou a ganhar curvas, e a vida na ilha pareceu reviver seu espírito. Ela criou laços fortes com os moradores locais, em particular com Marjorie Lambert, a proprietária de 57 anos do Marjories Beach Bar & Restaurant, uma graciosa cabaninha feita de bambu e madeira, cuja especialidade é frutos do mar ao estilo creole e ponche de rum. Ocupando quartos no vizinho Cotton Bay Village Resort and Hotel, Amy encontrou um tipo de privacidade que nunca havia conhecido em Londres. Às vezes ela tocava alguma música no piano branco no lobby do resort ou surpreendia os turistas cantando músicas de Back to Black na máquina de karaokê. Amy ficou tão próxima de uma das seis netas de Lambert, uma menina de 8 anos chamada Dannika, que começou a especular sobre adotar a criança. E, quando um amigo de Lambert estava sofrendo por causa de uma hérnia e não podia pagar a operação, Amy se ofereceu para arcar com o custo de US$ 6 mil. "Ela ajudou muita gente aqui", diz Lambert. "Era amiga de todos e amava as crianças. Ela ficava por aí exatamente como a gente, sentada, comendo junto, rindo junto, contando piadas, sabe?"

Amy e Fielder-Civil finalmente romperam no início de 2009, quando ele entrou com o pedido de divórcio, depois do surgimento de fotos dela com um outro homem em Santa Lúcia. Os dois se divorciaram legalmente em agosto (Fielder-Civil voltou à prisão recentemente para cumprir uma sentença de 32 meses por roubo e posse de armas). E no ano passado Amy Winehouse demonstrou mais sinais de avanço, voltando a fazer dupla com Ronson para gravar uma cover do sucesso de Lesley Gore de 1963, "It's My Party", para um álbum de tributo a Quincy Jones, e pareceu saudável e feliz durante a sessão. Ela se manteve ocupada com outras atividades e também fundou um selo, o Lioness, para lançar as músicas de sua afilhada, Dionne Bromfield, uma cantora adolescente de soul, que segue os passos da madrinha. Em março deste ano, ela se juntou a Tony Bennett no Abbey Road Studios para graver o standard do jazz dos anos 30 "Body and Soul" para o futuro álbum do cantor, Duets II. "Ela era uma musicista com uma rara intuição como vocalista", disse Bennett. "Era uma pessoa adorável e inteligente, e quando gravamos juntos, ela nos deu uma performance emocionante e extraordinária."

Por mais que gostasse de Camden, o duro distrito onde Amy havia vivido desde que se mudou da casa da mãe não era um bom lugar para fugir dos maus hábitos. Dias depois da morte, alguns moradores locais dizem que os excessos da artista não eram assim tão ruins, comparados com os deles próprios. "As pessoas normalmente tacham Camden Town como um lugar onde viciados se juntam, almas perdidas", diz Richard Osley, do Camden New Journal. "Havia um carinho dos frequentadores de Camden com relação a Amy. Se ela era uma desajustada, era a desajustada deles. Todos se sentiam do mesmo modo: vizinhos, o jornaleiro local, o café, a casa de kebabs Marathon, onde ela aparecia tarde da noite, e assim vai. É por isso que as pessoas torciam para que ela se recuperasse."

Enquanto planejava uma turnê de 12 datas pela Europa neste ano, Amy Winehouse se internou na clínica Priory, em Londres, para uma avaliação de reabilitação, segundo consta, a pedido do pai. A clínica a liberou uma semana depois, permitindo que ela completasse o resto do tratamento fora da instituição para que pudesse excursionar. Seu representante divulgou uma declaração dizendo que Amy Winehouse estava agora ansiosa por seus shows pela Europa no verão e empolgada para viajar.


"Antes de ela partir, tudo parecia bem - ela fez um show no 100 Club [em Londres], um grande show", confirma Charles Ridler, do pub Hawley Arms. "E ela parecia realmente para cima. A cor de seu rosto estava bem melhor e ela parecia ter ganhado peso, e era como a velha Amy novamente."

Mas o primeiro show da turnê, no Kalemegdan Park, em Belgrado, Sérvia, no dia 18 de junho, foi um desastre. Diante de um público de 20 mil pessoas, uma visivelmente embriagada Amy errava as letras das músicas, perdia suas deixas e ocasionalmente parava por completo de cantar enquanto os vocalistas de apoio prosseguiam. A plateia começou a vaiar, e Amy arremessou um sapato de volta. Em 21 de junho, depois que imagens em vídeo da performance se espalharam pela internet, o representante de Amy anunciou que a cantora estava "se retirando de todas as performances agendadas", cancelando as 11 datas restantes e dizendo: "Todos os envolvidos desejam fazer todo o possível para que ela volte à sua melhor forma e daremos a ela quanto tempo for necessário para que isso aconteça". A última aparição pública aconteceu a menos de uma semana antes da morte, quando Amy Winehouse surgiu no palco durante um show de Dionne Bromfield na London Roundhouse, dançando por perto enquanto Dionne cantava "Mama Said", das Shirelles. Ela parecia sóbria, mas nervosa, menos como uma leoa e mais como uma garotinha.

Para os fãs, um consolo é a possibilidade de que haja mais músicas além das poucas dúzias de faixas lançadas por ela durante a vida. Há sobras de Back to Black que poderiam, talvez, ver a luz do dia. É sabido também que Amy Winehouse estaria trabalhando com Remi, ?uestlove, Raphael Saadiq e outros em um próximo álbum. Quando Hoffman a visitou pela Rolling Stone, Amy descreveu que tipo de disco tinha em mente: "Quando as músicas estiverem prontas, serão todas atmosféricas e legais como estas [de Back to Black]. Elas podem ser como as das garotas que ando ouvindo, como as Shangri-Las".

E ela ansiava por dias melhores. Remi diz que Amy supostamente compareceria ao casamento de seu primeiro empresário, Nick Shymansky, no dia seguinte à morte dela, e que ele, ela e Nas estavam planejando férias juntos em Barbados para celebrar o aniversário do rapper e da cantora, que ocorreriam no mesmo dia, 14 de setembro. "Na verdade, estivemos trabalhando no terceiro álbum pelos últimos três anos aqui em Londres, em Barbados, na Jamaica e em Santa Lúcia", diz Remi. "Nos falávamos pelo Skype regularmente, por duas ou três horas. Ela estava melhor do que há três anos, com certeza, e em outro clima. Ela se foi, mas o que ela fez vai viver para sempre."

Amy Winehouse Back to Black blake fielder civil

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