Músico de Garanhuns morreu neste terça-feira, 23, após seis anos de luta contra um câncer de pulmão
Redação Publicado em 23/07/2013, às 22h15 - Atualizado às 22h27
A ministra da Cultura Marta Suplicy divulgou um comunicado sobre a morte do músico Dominguinhos na noite desta terça, 23. O artista de 72 anos estava há seis enfrentando um câncer de pulmão e foi vítima de complicações infecciosas e cardíacas. Saiba mais aqui.
Vídeos: dez grandes canções de Dominguinhos.
“Perdemos Dominguinhos. Um dos mais talentosos músicos populares que o Brasil já teve, ilustre representante da cultura do Nordeste. Soube manter o legado de Luiz Gonzaga, do qual foi o principal herdeiro, e também construir um caminho próprio, dos mais belos, tornando a sua contribuição inestimável”, diz o texto.
Artistas prestam homenagem a Dominguinhos.
Carreira
José Domingos de Morais nasceu em Garanhuns em 12 de fevereiro de 1941. Era instrumentista, cantor e compositor, um dos maiores nomes da música nacional. Ficou mais conhecido por suas habilidades como sanfoneiro, tendo sido influenciado por baião, bossa nova, choro, forró, entre outros, além de ter tido como mestres nomes como Luiz Gonzaga e Orlando Silveira.
Premiadíssimo e reconhecido inclusive fora do Brasil, recebeu o Grammy Latino em 2002 com o disco Chegando de Mansinho, e o Prêmio TIM, em 2007, com Conterrâneos. Em 2008, Dominguinhos foi o grande homenageado do Prêmio Tim de Música Brasileira; em 2010, o mesmo aconteceu no Prêmio Shell de Música. Ao longo de quase 50 anos de carreira, ele lançou mais de 40 trabalhos, entre álbuns de estúdio, ao vivo e colaborações.
O primeiro disco foi Fim de Festa (1964). Ele foi reconhecido pelo próprio Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, como seu herdeiro artístico. Dominguinhos foi para o Rio de Janeiro aos 16 anos, ao lado do pai, Chicão, que também tocava sanfona, e de um irmão. O objetivo: reencontrar Gonzagão, que havia prometido a Dominguinhos, quando ele tinha 8 anos, uma sanfona de presente. A promessa foi cumprida, e foi o velho Lua quem batizou o sanfoneiro, que antes usava o nome de Neném do Acordeom.
"Moça de feira", de Gonzaga, marcou a primeira gravação profissional de Dominguinhos, em 1957. Anos depois, ele já era seria bastante conhecido pelo Brasil – e reconhecido por artistas de diversas outras searas musicais. Em 1972, acompanhou Gal Costa no show do disco Índia, e não muito tempo depois teve a canção "Eu Só Quero um Xodó", um de seus maiores sucessos, gravada por Gilberto Gil. Esta é, inclusive, uma das aproximadamente 250 composições que Dominguinhos criou ao lado da cantora pernambucana Anastácia, com quem também teve um relacionamento amoroso.
Velório
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Guadalupe Mendonça, mulher de Dominguinhos, disse que vai tentar "tentar organizar um velório em São Paulo para que as pessoas possam se despedir dele e, depois, levá-lo ao Recife para o enterro".
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