Autor do livro que inspirou o filme 'Um Sonho Possível', Michael Lewis falou sobre as alegações de Michael Oher, ex-jogador da NFL, contra a família adotiva Tuohy
Redação Publicado em 18/08/2023, às 13h25
Autor do livro que inspirou Um Sonho Possível (2009), Michael Lewis falou pela primeira vez sobre as alegações de Michael Oher, ex-atleta aposentado da NFL, de que Sean e Leigh Anne Tuohy nunca o adotaram, mas sim o manipularam para serem seus tutores e assim lucrarem desonestamente em seu nome.
Em entrevista ao The Washington Post, Lewis revela que Oher negou, desde o início, a receber o dinheiro dos royalties lucrados com o filme de 2009. Embora admita não saber para onde foi o dinheiro que o astro da NFL deveria ter recebido, o escritor garante que não foi para a família Tuohy.
Todo mundo deveria estar bravo com o sistema de estúdio de Hollywood. Michael Oher deveria se juntar à greve dos roteiristas. É ultrajante como funciona a contabilidade de Hollywood, mas o dinheiro não está nos bolsos dos Tuohys."
Lewis afirmou ainda que ele a família Tuohy dividiram o dinheiro da venda dos direitos do livro original meio a meio, e a parcela da família, cerca de US$125 mil, seria dividida entre eles e Oher. No total, o autor acredita que a família tenha feito US$350 mil com Um Sonho Possível.
Lewis ainda lamentou a aparente ruptura entre Oher e os Tuohy. “O que me deixa realmente triste é que assisti tudo de perto. [Os Tuohy] o encheram de recursos e amor. O fato de ele suspeitar deles é de tirar o fôlego. O estado de espírito em que se deve estar para fazer isso - sinto-me triste por ele.”
Um Sonho Possível foi lançado em 2009, e ganhou indicação a melhor filme no Oscar do ano seguinte. O longa está disponível nos catálogos do Prime Video e da HBO Max no Brasil.
Um Sonho Possível (2009) conta a história real vivida por Michael Oher, jogador que chegou à NFL após ganhar a atenção de uma família branca e rica. Nem tudo retratado no filme, porém, parece ter realmente acontecido.
Oher registrou uma petição de 14 páginas no Condado de Shelby, Tennessee, alegando que Sean e Leigh Anne Tuohy nunca o adotaram, mas sim o manipularam para serem seus tutores e assim pudessem fazer acordos em seu nome. A adoção seria apenas uma fachada para promover a fundação e o trabalho de Leigh Anne como autora de uma narrativa motivacional.
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Conforme divulgado pela ESPN (via Variety) nesta segunda-feira (14), Michael contou ainda que os lucros do longa-metragem sobre sua própria história foram para o casal e os filhos biológicos deles. Dos mais de US$ 300 milhões de bilheteria, nenhum centavo chegou aos bolsos de Oher.
Segundo informações do New York Post, Sean Tuohy, patriarca da família adotiva do ex-atleta, comentou o processo em declaração ao Daily Memphian. Além disso, ressaltou que todos da família, incluindo Oher, receberam US$ 14 mil (quase R$ 70 mil na cotação atual) com o filme.
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"Eu sentei com Michael e disse: 'Se você está planejando ir para Ole Miss - ou mesmo considerando a Ole Miss - achamos que você precisa ser parte desta família. E isto nós faríamos legalmente," afirmou. Contatamos advogados e descobrimos que não poderíamos adotar alguém acima de 18 anos.
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