Projeto patrocinado pela Nivea escalou a cantora de axé e o rapper para interpretarem clássicos do gênio da soul music brasileira
Lucas Borges Publicado em 08/04/2015, às 09h04 - Atualizado às 14h58
Foi anunciada no início de fevereiro, na quarta edição do projeto da Nivea promovendo a música nacional, uma curiosa parceria entre Criolo e Ivete Sangalo cantando Tim Maia. Logo em seguida, Ed Motta, cantor, compositor, multi-instrumentista, produtor musical e sobrinho de Tim Maia, se pronunciou para "soltar as cobras" contra a ideia.
Criolo é coadjuvante em parceria com Ivete Sangalo para homenagear Tim Maia.
“Uma empresa de creme me procurou para fazer o ‘projeto’ Tim Maia, a grana não era compatível com meu desprazer em fazer isso... Para mim a música do Tim Maia é intocável, fica bom mesmo é com ele, é preciso honestidade e vergonha na cara para admitir isso... Mais do que sacanagem, é um desrespeito por gente que dedicou a vida inteira a isso. Vontade de vomitar, que coisa podre”, manifestou-se Motta pelo Facebook, sugerindo Claudio Zoli e Sandra de Sá como opções viáveis para o tributo.
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A marca patrocinadora negou ter procurado Ed Motta e ele se corrigiu, dizendo que havia sido convidado em outra ocasião.
E, além do intérprete de "Manuel", outro membro da família manifestou insatisfação. O cantor Léo Maia, filho de Tim, atendeu a Rolling Stone Brasil pelo telefone e, a princípio, adotou um tom menos ameno do que o usado para criticar o filme Tim Maia, exibido nos dois primeiros dias deste ano, pela Rede Globo.
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"Vi o filme do meu pai... Nossa, ruim... Contei 18 coisas que não fazem parte da realidade", escreveu o cantor, no Instagram, sobre a versão do longa-metragem exibida na TV.
Em entrevista à nossa reportagem, ele disse: “Acho legal, gosto do Criolo, um artista que conquistou espaço com talento, tem o público dele, representa o movimento hip-hop, e gosto da Ivete. Inclusive, sou amigo dela. É uma cantora de grande massa, ela representa a cultura brasileira, é amada pelo povo".
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“A Nivea vacilou em não ter convidado nem a mim e nem ao Ed Motta. Fazemos parte dessa história musical. Eu participaria com o maior prazer [junto com Criolo e Ivete], seria uma grande honra para mim. Faço shows em homenagem ao meu pai, vivo sendo convidado por prefeituras, empresas, as pessoas curtem meu pai e sentem saudade demais dele. É natural. Mas eu consigo dar vida ao repertório, coisa que acho muito difícil. Requer uma grande habilidade interpretar essas canções”, completou.
O único integrante da família que acabou participando do espetáculo de alguma forma foi Carmelo Maia, outro filho de Tim, detentor dos direitos musicais do pai.
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Em resposta, a Nivea declarou que "está muito feliz em poder reverenciar a obra do inesquecível Tim Maia com o encontro inédito desses grandes artistas... É a homenagem que sonhávamos fazer e a reação do público e da crítica na pré-estreia nos confirmou que ela ficou à altura do homenageado.”
Falando ainda antes da pré-estreia do espetáculo, realizada em 31 de março, no Rio de Janeiro, Léo ressaltou que Criolo assumia uma “responsabilidade muito grande” ao aceitar o desafio e se eximiu de fazer uma previsão sobre o encontro.
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A série de sete shows de Criolo e Ivete Sangalo apresentando repertório de Tim Maia começa no próximo domingo, 12, em Porto Alegre, passa por Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Rio de Janeiro e termina em 28 de junho, em São Paulo. A Rolling Stone presenciou a avant-première, semana passada e conta mais aqui.
Carreira solo
O vínculo com Tim Maia é inevitável e Léo tem cantado, inclusive, no espetáculo Os Filhos dos Caras, ao lado de Luciana Mello e Jairzinho, filhos de Jair Rodrigues, e Max de Castro e Simoninha, filhos de Wilson Simonal.
Além disso, Léo subiu ao palco recentemente com Frejat, fez show com Zezé Di Camargo, participou do disco de 25 anos de carreira da dupla sertaneja Rick & Renner e lançará até o meio do ano o sexto álbum da carreira.
“Já estou entrando em estúdio com a Trama. No repertório, há uma música inédita que foi um presente de Paulo Sérgio Valle, há composições minhas, de outros autores, como Márcio Vocal, um compositor e artista do Rio de Janeiro muito bacana, uma parceria com Rappin' Hood e outras coisas. O produtor é Líber Gadelha. Estamos aqui, na guerrilha”.
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