Virada Cultural - Velha guarda mostra todo o potencial, Macaco faz show sem grandes hits

Veteranos de vários segmentos da MPB cruzam com espanhóis na madrugada paulistana; saiba como foram os shows de Toni Tornado e Dom Salvador + Abolição, Genival Lacerda e Di Melo

Por Pedro Henrique Araújo Publicado em 17/04/2011, às 14h18

Toni Tornado e Dom Salvador + Abolição, Palco República

A vista era surpreendente: três saxofonistas, dois trompetistas, dois guitarristas, dois percussionistas, quatro cantores nos backing vocals, baixista, baterista, trombonista, o grande Dom Salvador no piano e - ufa! - Toni Tornado, vestindo terno verde e boné azul do Yankees. Apresentado pelo seu filho Lincoln como na gravação da música "Tornado", de 1972, aos 79 anos, Toni subiu no palco para comandar a festa soul por pouco mais de uma hora. No repertório, que teve apenas duas músicas de Dom Salvador, os clássicos "Podes crer, Amizade", "Bochechuda", "BR-3" e uma homenagem a Tim Maia, com "Primavera" e "Sossego", e um arranjo muito bem executado pelo naipe de metais.

Genival Lacerda, Barão de Limeira

Enquanto Genival Lacerda esperava com certa ansiedade para subir no palco, a banda passava o som fazendo o maior bailão. "Enquanto o hômi não chega", como disse um dos músicos. Baixo, zabumba, sanfona, triângulo e cavaquinho acompanharam o cantor paraibano por mais de uma hora. Sempre extravagante, Lacerda quase não precisou cantar: o público emendava a letra na primeira sílaba pronunciada pelo cantor. Foi assim com as humoradas "Severina Xique Xique", cantada pelo filho Pedro Lacerda, "Radinho de Pilha" e "Mate o Véio". Com sua dança característica, o cantor mostrou que mesmo aos 79 anos ainda tem lenha para queimar.

Macaco, Palco São João

O grupo espanhol subiu animado ao graúdo palco da avenida São João. Violão, baixo, guitarra, teclado, bateria e a animação do vocalista Daniel "Mono Loco" seguraram o público, que - com exceção da galera da primeira fila - não conhecia muito bem as canções. A primeira música do show foi a positivista "Aquí Ahora" e a noite correu com "Mama Tierra", a rumba-rocksteady, "Con la Mano Levantá" e a canção gravada com o brasileiro Seu Jorge, "Moving". Encaixado na prateleira de World Music, Macaco segue os passos de Manu Chao e outros compositores que tentam unir sons de vários lugares do planeta no mesmo caldeirão.

Di Melo, Palco República

Di Melo entrou no palco emanando a letra de "Conformópolis" para uma cidade que ainda não havia dormido. Nela, ele canta que "a cidade acorda e sai pra trabalhar", mas muita gente, os que aguentaram mesmo com todo o rigor da lei seca, estavam lá dispostos a cantar com o cantor pernambucano. A jovem banda é formada com bateria, baixo, guitarra, teclado, saxofone e trompete, além da voz adocicada pelo guaco com mel que Di Melo toca no intervalo de uma das canções. "Pernalonga", "Minha Estrela", "Se o Mundo Acabasse em Mel" e "Kilariô" - as duas últimas repetidas no bis - estiveram no repertório da noite. Di Melo andou sumido, mas volta para dizer aos presentes na madrugada paulistana que é "imorrível".

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