O consumo de música disparou em 2018, mas claramente não foi graças à venda de CDs ou singles
Rolling Stone EUA / Redação Publicado em 04/01/2019, às 08h57
Em 2018, muitas lojas decidiram parar de vender CDs, e essa decisão foi resultado, em grande parte, da decisã das próprias gravadoras de pararem de lançar o produto físico. As duas escolhas são ao mesmo tempo sintoma e causa de uma tendência inevitável: venda de música está despencando tão rápido quanto serviços de streaming estão crescendo.
De acordo com o relatório anual da companhia norte-americana de dados BuzzAngle, a venda de discos caiu 18.2% no ano passado, e a venda de faixas avulsas 28.8%. Ao mesmo tempo, serviços de streaming de vídeo e de música tiveram um crescimento, juntos, de 35.4%. Plataformas digitais voltadas só para música bateram record em 2018, atingindo mais de 534 bilhões de reproduções, 42% a mais que em 2017.
Para se ter uma ideia do declínio nas vendas, 2018 encerrou sem nenhuma música atingir a marca de 1 milhão de vendas. No ano anterior, 14 faixas atingiram essa meta. 36 conseguiram o feito em 2016, e 60 em 2015.
O relatória da BuzzAngle também revela que 77% das músicas ouvidas por moradores dos Estados Unidos no ano passado foram com o uso de plataformas como Spotify e Apple Music, enquanto 17,3% ouviu sua banda favorita comprando o álbum (tanto físico quanto digital) e apenas 5.7% optou por comprar singles digitais. Em 2017, esses números eram, respectivamente, 66%, 24,6% e 9,3%.
As estatísticas e a queda nas vendas podem assutar, mas não devem ser interpretadas como algo necessariamente ruim. Esse resultado nada mais é que a evolução da indústria fonográfica agindo, e isso pode ser concluído a partir do dado também divulgado de que o consumo de música cresceu na casa de dois dígitos pelo segundo ano consecutivo.
A forma como definimos “consumo de música” está permanentemente alterada, e não apresenta sinais de voltar a ser o que era. Novamente: isso se chama evolução.
Veja abaixo a tabela com as porcentagens.
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