A viúva de Chris Cornell afirma que a banda ofereceu US$ 270 mil para comprar a parte dela na banda
Jason Newman, Rolling Stone EUA Publicado em 18/02/2021, às 09h28
Vicky Cornell entrou com outro processo contra os integrantes do Soundgarden, desta vez, para estabelecer uma disputa sobre quanto vale a participação dela na banda, herdada do falecido Chris Cornell.
De acordo com documentos judiciais obtidos pela Rolling Stone EUA, a última disputa entre a viúva de Chris Cornell e o resto da banda aconteceu depois que o Soundgarden recebeu uma oferta de uma terceira parte não identificada, a qual tentou comprar o catálogo de músicas gravadas da banda.
A oferta valeria supostamente US$ 16 milhões, mas Cornell afirma que a banda ofereceu o "valor vilmente baixo de menos de US$ 300 mil" para comprar a parte de Cornell.
Para colocar esse número em perspectiva, o processo alega que a oferta inicial é bem tímida perto dos royalties que Cornell recebeu em 2018 pelas gravações do Soundgarden - sem incluir os royalties adicionais de publicação.
Além disso, o processo afirma que o Soundgarden apresentou o número por meio de uma "avaliação que é inconsistente com o padrão da indústria, é repleta de falhas metodológicas, desconta ativos valiosos de parceria e desconsidera que, quando um artista icônico do tamanho de Chris morre, o valor da banda aumenta.”
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Marty Singer, advogado de Vicky Cornell, disse em uma declaração à Rolling Stone EUA: “A declaração da banda de que essa disputa não é sobre dinheiro é absurda e hipócrita. Claro que se trata de dinheiro e ganância deles. Eles receberam uma oferta de terceiros para comprar apenas uma parte da participação deles por US$ 16 milhões, no entanto, ofereceram comprar a participação de Chris por meros US$ 278 mil."
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Ele continuou: "E, então, Vicky ofereceu US$ 21 milhões pelas ações deles, que eles recusaram - não porque querem preservar o trabalho da vida deles, mas porque sabem que lucrarão ainda mais com a futura exploração da música escrita por Chris e do legado que ele criou (que tem enchido os bolsos deles por anos).”
Em um comunicado fornecido à Rolling Stone EUA, um representante do Soundgarden disse: “Conforme solicitado pelo patrimônio de Chris Cornell e conforme exigido pelas leis do estado de Washington, os integrantes sobreviventes do Soundgarden ofereceram ao patrimônio de Cornell uma oferta sobre os interesses do patrimônio no Soundgarden há quatro meses, calculada pelo respeitado especialista em avaliação da indústria musical Gary Cohen.
O comunicado ainda diz: "Desde então, os integrantes da banda continuaram tentando resolver todas as disputas com o patrimônio de Cornell e, em das várias tentativas de resolver isso, os integrantes da banda optaram por oferecer mais do que o valor calculado por Cohen. Essa disputa nunca foi sobre dinheiro para a banda. Este é o trabalho da vida e do legado deles.”
No Instagram, Cornell mencionou o novo processo em uma postagem com uma foto de Chris com os dois filhos. “Minha verdade é mais forte do que suas mentiras”, escreveu ela. “Minha vontade é mais forte do que seus motivos. Meu amor é mais forte do que o seu ódio.”
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O processo ainda alega que o Soundgarden negou repetidamente o acesso de Vicky Cornell ao inventário e aos documentos financeiros que permitiriam avaliar adequadamente o valor da parceria com o Soundgarden.
Sem essa informação disponível, o processo afirma que ela se opôs à oferta de US$ 278 mil do Soundgarden com uma oferta de US$ 12 milhões para comprar as participações coletivas de Kim Thayil, Matt Cameron e Ben Shepherd por US$ 12 milhões - ou US$ 4 milhões cada.
Depois que os integrantes sobreviventes do Soundgarden supostamente rejeitaram a oferta, Vicky afirma que aumentou o total para US$ 21 milhões - ou US$ 7 milhões cada, e acrescentou que esse número poderia aumentar se ela recebesse as informações financeiras. O Soundgarden supostamente rejeitou a segunda oferta também.
Devido às divergências sobre a avaliação, Cornell pediu a um juiz para determinar um preço de compra adequado com base não apenas no valor das gravações do Soundgarden, mas também em outros ativos.
O processo afirma que uma “avaliação de boa-fé” também levaria em conta as vendas futuras de mercadorias e “projetos movidos a nostalgia”, como possíveis turnês com um cantor substituto, shows de holograma e “versões falsas dos vocais de Chris extraídos das gravações existentes por inteligência artificial, as quais podem produzir novos sucessos do Soundgarden.”
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