Trio de Goiás trouxe o seu electrobrega para o palco às 5h e encontrou um público disposto a dançar e “fazer uó”
Pedro Antunes Publicado em 19/05/2013, às 07h02 - Atualizado às 21h10
A fria madrugada de domingo, 19, segundo dia da Virada Cultural 2013, no Largo do Arouche, foi aquecida pelo suingue e gingado da Banda UÓ. Uma impressionante quantidade de pessoas se reunia em frente ao palco, 11 horas depois de o evento ter começado. E ninguém parecia disposto a ir embora.
A banda de Goiás subiu ao palco antes do que era o programado, às 4h50, e começou a despejar as músicas-chiclete que integram a diminuta discografia deles, composta por um EP (Me Emoldurei de Presente Pra Te Ter) e um álbum completo (Motel).
Uma recepção calorosa vinha a cada nova canção, em uma resposta e fôlego invejável vindos do público. A comoção era quase tão grande quanto aquela causada por Sidney Magal, que havia se apresentado em um horário mais nobre, às 23h, no mesmo palco. O Arouche, às 5h, estava transitável, mas não menos caliente.
Com letras sacanas, palavras chulas e coreografias devassas, a Banda Uó encaixou-se perfeitamente no clima de fim de festa que se aproximava junto com o sol. Uma vibração capaz de fazer até um roqueiro todo vestido de preto, mesmo que ligeiramente bêbado, dançasse até o chão, seguindo animado a dança protagonizada por Mel Gonçalves.
A banda varia a frequência das batidas por minuto, sem esquecer a temática baseada em corações partidos e sexo. “Castelo de Areias”, “Não Quero Saber”, “O Gosto Amargo do Perfume” e “Show da Rita” formam uma sequência arrebatadora ao vivo, diante de um público fiel e barulhento.
Em “Shake de Amor”, um dos maiores sucessos do trio, o público delirou a ponto de começar a invadir a área de imprensa e convidados localizada na frente da banda e, mais ainda, passaram a escalar as caixas de som para subir ao palco. Um primeiro garoto foi pego na metade do caminho, enquanto dava as mãos para Davi Sabbag, vocalista e compositor da Uó. Já um segundo foi bloqueado ainda antes. Mas um terceiro conseguiu escapulir da segurança e subiu ao palco. O rapaz simplesmente decidiu que era o seu momento de brilhar e passou a fazer as coreografias de forma até jeitosa. A banda, sem saber o que fazer, deixou o rapaz lá. E nenhum segurança reparou (por alguns minutos, é claro) que o rapaz não era da equipe de dançarinos oficiais.
Com “Faz Uó”, Sabbag, Mel e Mateus Carrilho terminaram a apresentação no Arouche e deixaram o ambiente bastante diferente daquele que eles encontraram: o frio foi substituído por calor humano e suor.
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