Músico abriu as atividades do palco São João com hits dos mais de 30 anos de carreira embebidos de distorção
Pedro Antunes Publicado em 18/05/2013, às 20h21 - Atualizado em 19/05/2013, às 18h33
Antes mesmo de entrar em cena oficialmente, para a abertura do palco São João, na Virada Cultural, às 18h, Lobão já estava com a guitarra nas mãos, destilando seus versos ácidos em uma das mais famosas avenidas do centro de São Paulo. A passagem de som, finalizada apenas 20 minutos antes da performance “para valer”, funcionou como um aquecimento, para ele e para o público, neste fim de tarde frio de sábado, 18.
Ainda assim, quando o show começou de verdade, às 18h03, o som vindo das caixas deixou muito a desejar. Vocais baixíssimos sumiam diante da guitarra estridente do líder e astro do show. A segunda guitarra também parecia inexistente, assim como o baixo. Durante a primeira música inteira, Lobão gesticulou para o operador da mesa de som, para que ele ajustasse a massaroca sonora criada ali.
Lobão testou um solo com o Hino Nacional, antes de embarcar em um set com canções bastante populares. Veio “Bambino”, que ganhou mais força na versão elétrica. Mesmo que a voz ainda soasse fraca, o público respondeu bem.
Lobão é um hitmaker torto. Diferentemente de Lulu Santos, companheiro de banda Vímana, nos anos 70, que enveredou para o pop, o músico seguiu fiel ao rock e construiu, ao longo desses mais de 30 anos de carreira solo, um repertório consistente e cheio de clássicos do rock brasileiro.
É o caso de “Vida Louca Vida”, que foi regravada por Cazuza e fez tanto sucesso na voz do ex-vocalista do Barão Vermelho que Lobão precisou alertar, ao início da execução, que “muita gente acha música era do Cazuza, mas ela é minha”, disse ele. “Mas ele a interpretou de forma emocionante.” E emocionante foi a execução da música na São João, com o público cantando alto e forte.
Do repertório roqueiro, vieram “Canos Silenciosos”, “Decadence Avec Elegance” e “El Desdichado II”. Esta última, Lobão dedicou aos Racionais MC’s, grupo de rappers chamado de “braço armado do PT” por ele, no recém-lançado livro Manifesto do Nada na Terra do Nunca. “Essa música eu dedico ao Racionais MC’s. Eu a escrevi inspirado neles”, disse ele.
Lobão, conhecido por falar pelos cotovelos, ateu-se ao rock and roll puro e deixou a música falar por ele – evitou conversas desnecessárias com a plateia e fez uma apresentação de pouco mais de uma hora encharcada de distorção.
Além de roqueiro, Lobão se mostrou romântico e vulnerável. “A Vida É Doce”, uma das melhores canções do seu repertório, ganhou uma versão fervorosa, seguida por “Das Tripas Coração” e “Vou Te Levar” – dedicada à esposa.
Com “Me Chama”, veio o maior coro da noite. Emocionado, Lobão e banda deixaram o público cantar o refrão sozinho. Lobão, que disse ter sido chamado pelo guitarrista Luis Carlini de “ovelha negra da música brasileira”, finalizou a apresentação com "Blá Blá Blá... Eu Te Amo (Rádio Blá)", em resposta ao pedido do próprio público. “Viva o rock and roll”, gritou ele, por fim.
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