Músico pernambucano atrasou em 45 minutos o início da apresentação por “problemas técnicos”, segundo anunciou a produção
Pedro Antunes Publicado em 19/05/2013, às 22h18 - Atualizado às 22h59
Otto estava 30 minutos atrasado e o público chiava. A apresentação do músico pernambucano estava marcada para começar às 18h, mas, neste horário, não havia qualquer indício de que as preparações no palco estavam perto do fim. Foi quando um rapaz da produção, sem voz, anunciou (ou tentou anunciar) que “problemas técnicos” impediam o início do show.
E ele também foi vaiado. Quando o relógio apontava 45 minutos de atraso, Otto e a Jambro Band, nome dado ao grupo que o acompanha nesta turnê do disco The Moon 1111, subiram ao palco e fizeram a alegria do público que abarrotava a rua conhecida pelo excessivo comércio.
Diante desse mar de gente, Otto se viu na responsabilidade de pedir por paz, durante a apresentação e depois, já na saída da massa. “Vamos dançar, ou eles [produção] vão diminuir o meu tempo”, pediu o músico. Otto, aliás, falou pelos cotovelos e quase sempre foi interrompido pela própria banda, que dava início à música quando o vocalista se perdia dentro do próprio raciocínio.
Em um dos papos, Otto pediu para que o público deixasse o deputado Marcos Feliciano, protagonista de inúmeras polêmicas nos últimos dias, de lado. “Aquele bunda mole”, disse o pernambucano, para ovação geral. “Vamos ficar com os livros, a música, a maconha...” E mais uma salva de palmas.
Otto não fugiu muito do que vinha mostrando no resto da turnê, desde que The Moon 1111 foi lançado, no fim de 2012. Pelo contrário, a performance melhorou, principalmente nas músicas do disco, como a faixa-título, “A Noite Mais Linda do Mundo (Felicidade)", de Odair José, “Dia Claro”, “Exu Parade”, “Selvagens Olhos, Nego!” e “DP”, esta última um pedido especial do público. As canções ganharam uma sincronia que antes era falha e soava torta.
O músico pernambucano é todo performático no palco, o que ajuda a criar uma empatia com o público – seja pequeno, como no circuito pelos Sesc paulistanos, por onde ele costuma tocar, ou para grandes massas. Ele começou com paletó, colete, blusa de manga longa e terminou de torço de fora, para a felicidade das moças que gritavam por ele.
A apresentação teve a participação especial da cantora paraense Luê, que fora escalada para cantar no início das atividades do palco Arouche, no sábado, 18. Ela cantou com Otto em “Dias de Janeiro”, hit da fase mais eletrônica do músico pernambucano. Depois, com a cantora ainda no palco, eles engataram “Selvagens Olhos, Nego!”.
Otto também executou faixas do elogiado disco Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos (2009), com o qual ele exorcizou os fantasmas de uma dolorida separação com a atriz Alessandra Negrini e ganhou, enfim, o gosto da crítica e público. “Saudade”, “Janaína”, “Crua” e “Seis Minutos”, que integram o disco de redenção de Otto, serviram para fazer o público dançar, cantar e chorar com seus versos. Também funcionaram para que as pessoas esquecessem o atraso que irritou a plateia antes do show. No fim, às 20h12, uma hora e meia de energia e doação no palco, a apresentação terminou, assim como todas as atividades do palco 25 de Março, uma novidade desta edição da Virada Cultural.
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