Virada Cultural 2013: Wanderléa recria repertório de disco clássico e é chamada de "gostosa" no Theatro Municipal

Aos 66 anos, cantora mostrou todas as músicas do álbum Maravilhosa e exibiu surpreendente forma física

Antônio do Amaral Rocha Publicado em 19/05/2013, às 11h37 - Atualizado às 18h23

Maravilhosa, disco lançado em 1972, marcou o rompimento de Wanderléa com a imagem de “musa da jovem guarda” e trouxe repertório totalmente diferente do que ele havia gravado até então. A capa do álbum, que hoje é uma raridade encontrada em sebos, estampava a cantora com um black power louro, o que também sinalizava uma mudança. Mas é no repertório que essa transformação realmente se deu, incluindo canções que iam de Assis Valente a Jorge Mautner, passando ainda por Gilberto Gil.

O horário era desfavorável (9h da manhã deste domingo, 19), mas Wanderléa deixou o Theatro Municipal na Virada Cultural tomado por um público heterogêneo. Acompanhada de uma banda formada por oito músicos e duas backing vocals, Wanderléa, em impressionante forma fisica, foi aplaudida de pé logo após a primeira música. Em seguida, cantou "Back in Bahia" (Gilberto Gil) e emendou com o clássico "Banho de Lua".

Em uma das poucas vezes que a cantora falou com o público, discorreu sobre o prazer de refazer o mesmo trabalho de 40 anos atrás e respondeu positivamente a um “gostosa” proferido por um engraçadinho. O show continuou com “Deixa” (Hyldon), "Quero Ser Locomotiva" (Jorge Mautner) e "Badalação" (Nonato Buzar). A canção mais romântica da apresentação foi o quase bolero “Mata-me Depressa” (Rossini Pinto). A certa altura, Wanderléa chamou ao palco um quarteto de choro para acompanhá-la em "Casaquinho de Tricot" e "Uva de Caminhão". O show já caminhava para o seu final, momento em que ela fez a apresentação da banda.

Depois de todas as faixas de Maravilhosa, ela ainda cantou "Chuva, Suor e Cerveja", que o público acompanhou de pé. No bis, repetiu "Badalação", sendo ovacionada.

O show teve duração de 60 minutos. após sair do palco, Wanderléa falou à Rolling Stone Brasil sobre a experiência, "Achei incrível o público mais antigo misturado com os mais jovens, todos se deliciando com a música", disse ela. "Por isso eu acredito mesmo que a música tenha uma conexão cósmica."

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