Alice Caymmi, neta de Dorival e filha de Danilo Caymmi, conquistou o público pela simpatia - Fabricio Vianna

Virada Cultural 2014: Alice Caymmi conquista o público com simpatia aliada ao repertório do avô

Cantora fez releitura de músicas de diversos trabalhos de Dorival Caymmi

Antônio do Amaral Rocha Publicado em 18/05/2014, às 13h22 - Atualizado às 14h58

Nesta edição da Virada Cultural, o palco Rio Branco foi reservado para releituras de discos clássicos por outros artistas. Como o show de Otto recriando Canta, Canta Minha Gente (1974), disco de Martinho da Vila, durou mais do que o previsto, a entrada de Alice Caymmi demorou a acontecer, com um atraso de quase 30 minutos. Mas o público não pareceu se importar muito. A expectativa mesmo era para tomar contato com mais alguém da icônica família baiana.

Aos primeiros acordes de “Suíte dos Pescadores”, a loira com as pernas à mostra e adereços de penas verdes nas costas e cachos de bananas nos ombros, sorridente e afirmativa, começou a destilar, um a um, os clássicos do avô famoso. Quando as canções originais eram baladas, os arranjos escolhidos pela banda da cantora dialogavam com o rock; quando ela refazia sambas, optava por dar uma roupagem samba rock. O grupo que acompanhou Alice merece ser destacado. Composto de guitarra com distorções, baixo, bateria e percussão, eles deram peso à proposta que Alice trouxe à Virada.

O show seguiu com diversos temas de Caymmi, nem todos presentes no disco Eu Não Tenho Onde Morar (1960), que ela pretendia refazer ao vivo. Isso se explica pelo fato de um LP não ter mais do que 30 minutos de duração, daí a necessária inclusão. Ainda assim, mesmo músicas do disco original ficaram de fora, como “Marina”, “Rosa Morena” e “Dora”, por exemplo. Mas as inclusões deram um panorama do universo de Caymmi: fizeram parte do set list “Modinha para Gabriela” (sucesso na voz de Gal Costa), “Maracangalha”, “365 Igrejas”, “A Jangada Voltou Só”, “Vida de Negro”, “Mãe Menininha”, “A Preta do Acarajé”, “Samba da Minha Terra” e até uma que dialoga com Caymmi, mas não é dele – “Iansã” (registrada por Maria Bethânia no disco Drama, de 1972) de Gilberto Gil e Caetano Veloso.

Alice tem forte presença no palco, às vezes escrachada, e pelo que parece não está muito preocupada com a opinião alheia. Corajosa, ela sabia que estava ali para conquistar o público com o repertório do avô. O curto show que durou exatos 49 minutos e ainda teve bis com a repetição de “Suíte dos Pescadores” e “Maracangalha”.

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