Ícone do rock paulista abriu a décima edição do evento, no palco Júlio Prestes, e agitou diferentes gerações que dançaram e cantaram em paz
Guilherme Bryan Publicado em 17/05/2014, às 19h42 - Atualizado às 21h20
Depois de sete anos separados, o vocalista Nasi e o guitarrista e vocalista Edgard Scandurra voltaram a se encontrar em um grande palco neste sábado, 17, abrindo a décima edição da Virada Cultural, em São Paulo, no palco Júlio Prestes. Acompanhados pelo baixista Daniel Scandurra (filho de Edgard), pelo baterista Evaristo Pádua e pelo tecladista Johnny Boy, a dupla retomou a banda Ira!, uma das mais emblemáticas do rock brasileiro, e tocou vinte e duas músicas, em mais de uma hora e meia, mostrando a total identificação que possui com o público paulistano.
“É muito bom estar de volta e é consequência do amor de vocês”, disse Edgard Scandurra, abrindo o show com o clássico “Longe de Tudo”. “Muito obrigado por essa volta. Vocês são a razão da nossa volta”, completou Nasi. Em meio aos agradecimentos, os músicos vestidos de preto deixaram de fora o sucesso “Pobre Paulista”, mas revisitaram as mais diferentes fases de sua carreira. Até um dos álbuns mais alternativos, o hoje cultuado Psicoacústica (que faz parte da lista da Rolling Stone Brasil dos 100 melhores discos da música brasileira), foi representado por “Rubro Zorro”, com citações do clássico do cinema udigrudi O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla.
Scandurra e Nasi demonstraram energia rock and roll em clássicos como “Envelheço na cidade”, “Gritos na Multidão”, “Dias de Luta”, “Tolices”, “O Girassol”, “Núcleo Base” e “Flores em Você”, em um novo e eficiente arranjo. Mostraram estar na ativa e prontos para fazerem mais shows e novos álbuns, com a inédita “ABCD”, que tem sonoridade parecida com a da Jovem Guarda. E resgataram faixas menos badaladas da carreira da banda, caso de “No Universo dos seus Olhos”, “O Bom e Velho Rock’n’roll”, “Flerte Fatal” (que, segundo Nasi, ao lado de "É Assim que me Querem", podem ser relacionadas ao consumo de crack, tão comum naquela região da cidade, e que os usuários devem ser tratados com amor) e, para surpresa de muitos, um bis com quatro músicas: “Prisão das Ruas” (dedicada aos ex-companheiros de grupo, caso de Dino, Charles Gavin, Ricardo Gaspa e André Jung), “Coração”, “Como os Ponteiros de um Relógio” (denominada “Lado B dos lados B”) e “Nas Ruas”.
Em meio a discursos em favor do Parque Augusta (“no que depender do poder público, vão construir prédios naquela área”, disse Edgard), a banda fez, de fato, um show para os fãs que não estavam ali apenas para ouvir hits radiofônicos, mas também para redescobrir canções que estavam um pouco esquecidas. “Essa é do nosso disco número sete, para quem conhece o Ira! não por causa do Acústico MTV, mas por causa da nossa história”, deixou claro Scandurra, antes de mandar “Eu Quero Sempre mais”, dividida com a cantora Pitty no tal especial televisivo. Algo totalmente condizente com o que afirmara na edição de março da Rolling Stone Brasil: “Mesmo que tenhamos aparecido como membros de uma cena forte daquela época, nossa música atravessou os anos 1990, entrou nos anos 2000 e ainda mantém um espírito jovem e desafiador, que retira a característica de uma banda de veteranos tocando músicas nostálgicas”, afirmou. “Temos muito ainda para mostrar a uma nova geração, inclusive de artistas.”
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