A cantora defendeu sincretismo religioso e os deuses do samba, e fez milhares de pessoas sambarem diante da estação da Luz
Guilherme Bryan Publicado em 18/05/2014, às 17h10 - Atualizado às 17h45
Não é de hoje que a carioca Teresa Cristina é reconhecida como um dos nomes mais importantes da denominada Geração da Lapa e do novo samba brasileiro. Foi isso que ela comprovou mais uma vez com o ótimo show que realizou no início desta tarde, no palco Luz da Virada Cultural. Se em alguns momentos era possível escutar os gritos de “Timão! Timão!” vindos de dentro da estação de trem, no palco o que se ouviu foram clássicos de compositores como Dorival Caymmi, Candeia, Paulinho da Viola e Geraldo Filme, entre outros.
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Muito simpática, com um vestido branco, Teresa Cristina em muitos momentos brincou e conversou com o público que lotou a frente do palco. Manifestou a vontade de trazer para São Paulo o show que está realizando com o repertório de Candeia, dizendo: “Vão ao Sescs mais próximos de vocês e perguntem se já tem data para o show da Teresa Cristina cantando Candeia”. Declarou-se umbandista “graças a Deus” e citou o juiz federal Eugenio Rosa de Araújo, da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro, que afirmou, na semana passada, que umbanda e candomblé não são religiões, antes de interpretar “Capitão do Mato”, dos versos “Minha bandeira é a fé / Coragem é meu bastão / Eu sou filha de Maria / E de São Sebastião”.
Além da questão religiosa, o show, com direção musical do craque do cavaquinho João Calado e a presença de outros cinco músicos, foi uma grande homenagem a importantes compositores, como Luiz Gonzaga (“Que Nem Jiló”, parceria com Humberto Teixeira), Dorival Caymmi (“Samba da Minha Terra” e “Vatapá”), Geraldo Filme (“Silêncio no Bexiga”), Candeia (“De Qualquer Maneira”) e Paulinho da Viola (“Dança da Solidão”, “Foi um Rio que Passou em Minha Vida” e “Pecado Capital”, dedicada à Fifa – a razão ela deixou subentendida).
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Também apareceram outros clássicos do repertório da artista, caso de “Pedro e Teresa”, “Cantar”, “Candeeiro”, “Pé do Ligeiro”, “Nem Ouro Nem Prata”, “Acalanto” e “O Mar Serenou” (citando Clara Nunes), entre outras. E, no final, ela afirmou que passara o show inteiro com um retorno longe do ideal e finalmente quando, a situação melhorou, o tempo havia se esgotado. Ela pediu para cantar mais uma, no que foi prontamente atendida. A apresentação terminou em clima de festa com “Marinheiro Só” e uma declaração de amor a São Paulo.
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