Almir Sater mostrou clássicos como "Chalana" e "Mês de Maio" na Virada Cultural - Antônio do Amaral Rocha

Virada Cultural - Dois mestres da delicadeza

Organização acertou na escolha de Almir Sater e Renato Teixeira para o palco Barão de Limeira

Por Antônio do Amaral Rocha Publicado em 18/04/2011, às 11h33

No domingo, 17, ao meio-dia e às 2h da tarde, um público estimado em 20 mil pessoas assistiu embevecido ao show de dois mestres da nossa autêntica música de raiz: Almir Sater e Renato Teixeira, que nem de longe se confundem com a pasmaceira tecnológica em que se transformou a música dita sertaneja. Muitos dos nomes da nova safra do gênero musical têm muito que aprender com os dois.

O que aproxima esses músicos é a delicadeza da forma com que tratam os seus temas, que muitas vezes até coincidem. Amizade, solidariedade, solidão, amor, respeito e outros tantos estão presentes no cancioneiro de ambos. Até no que os difere, eles, de certa forma, se complementam. Sater é mais tímido no trato com o público e Teixeira mais expansivo. Ambos são exímios violonistas. Sater é mais cerebral no toque de seus violões e violas fazendo frequentemente jams sessions, algo não usual no tipo de música que produz. Teixeira, mais econômico, se apoia na banda cuja instrumentação cumpre o ritual do acompanhamento.

Nesta Virada Cultural, Almir Sater (voz, viola e violão) se fez acompanhar de uma banda com baixo acústico (com som captado), sanfona, viola, violão, percussão e uma vocalista de apoio. O repertório foi composto de clássicos, a grande maioria escolhida pelo próprio público, que gritava o que queria ouvir, enquanto o músico prontamente atendia. "Chalana", "Mês de Maio". "Um Violeiro Toca", "Tocando em Frente" (sucesso também na voz de Maria Bethânia) estiveram entre as mais aplaudidas.

Sabendo o que vinha logo depois, às 14h, o público não se dispersou. Renato Teixeira acompanhado de dois filhos, Chico Teixeira (viola) e João Teixeira (baixo), mais uma viola, flauta e bateria, estava com o seu set list pronto e aparentemente não o alterou. Falante, contou histórias pitorescas sobre o compositor Paulo Vanzolini e o maestro Elpídio dos Santos, autor da clássica "La no Pé da Serra". E ainda falou de Elis Regina, cantou "Romaria", deixou o filho Chico dar canja e apresentou uma sensível versão de "Father and Son", de Cat Stevens, como "Pai e Filho". Pediu desculpas por cantar "Tocando em Frente", já ouvida no show de Almir, mas o público agradeceu a redundância. O que se assistiu foi o grande acerto destas duas escolhas para este palco. Almir e Renato fizeram shows sinceros e complementares e os seus admiradores saíram ganhando.

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