“A percepção que eu tenho ao final do dia é que esse período teve eventos para muito além do esperado”, afirmou, durante entrevista coletiva de imprensa
Lucas Reginato Publicado em 19/05/2013, às 18h29 - Atualizado às 18h56
Depois de cancelar uma entrevista coletiva que deveria ter ocorrido na tarde deste domingo, a Polícia Militar divulgou os números oficiais de ocorrências: foram quatro pessoas baleadas (uma delas morreu), seis esfaqueados, 12 furtos registrados e 28 indivíduos presos em flagrante.
Além da morte de Elias Martins Morais Neto, 19 anos, que foi assassinado com um tiro na cabeça após reagir a um assalto na avenida Rio Branco, por volta das 5h da madrugada deste domingo, 19, houve mais uma morte. Outro rapaz, Jonatan Santos Nascimento, 21 anos, sofreu uma parada cardíaca em decorrência de overdose e não resistiu. Ambos foram atendidos no hospital Santa Casa.
Virada Cultural 2013: Senador Eduardo Suplicy é furtado.
Virada Cultural 2013: polícia assiste a arrastão na Praça da República sem tomar atitudes.
Em uma entrevista coletiva no final desta tarde, Fernando Haddad (PT) começou elogiando os artistas e aqueles que estiveram envolvidos na realização dos espetáculos, mas reconheceu o grande número de ocorrências violentas. “Em primeiro lugar as atrações ocorreram na mais perfeita ordem, quase impecáveis, com um ou outro atraso”, disse.
O grande tema desta Virada Cultural foi, no entanto, a violência. No período entre 2h e 5h da madrugada, segundo descreveu o prefeito, o número de ocorrências foi além das expectativas. “A percepção que eu tenho ao final do dia é que esse período da madrugada teve eventos para muito além do esperado”, lamentou, mesmo que o número de 3,4 mil policiais militares fosse um recorde para o evento.
Haddad evitou comentar um possível desentendimento entre a prefeitura e a polícia militar e afirmou que a notícia de que a coletiva de imprensa da PM teria sido cancelada a pedido da prefeitura é falsa. O comandante da PM na região central, Reinaldo Simões Rossi, também afirmou que não há nenhum “clima” entre as partes. “Há problemas em situações como essa, sim, mas eu entendo que não podemos esquecer da envergadura desse evento e os efetivos disponibilizados foram adequados”, disse.
O comandante afirmou que a polícia pode não ter agido para evitar complicações maiores e defender a “integridade física” do público em geral, mas que foi orientada a agir com cautela. “A intervenção em um ambiente como este deve ser bastante medida.”
Mano Brown (foto), que se apresentou na tarde deste domingo no palco Júlio Prestes com os Racionais MC's, criticou os infratores. “O rap precisa de gente de caráter, não de malandrão”, afirmou. Leia mais.
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