Tony Allen e Seun Kuti & Egypt 80 ficaram a cargo da festa com letras armadas de conteúdo social e político na madrugada deste domingo, 6
Patrícia Colombo Publicado em 06/05/2012, às 10h23 - Atualizado às 11h49
Se o afrobeat atualmente está em evidência no Brasil, o palco da Júlio Prestes foi o local perfeito para os amantes do gênero musical nigeriano ao trazer em sua programação a dobradinha Tony Allen e Seun Kuti com a Egypt 80. As apresentações com clima de festa e mensagens contestadoras aconteceram na madrugada deste domingo, 6.
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O primeiro a subir ao palco foi Tony Allen, à meia-noite. O baterista, atualmente com 71 anos, integrou décadas passadas a banda África 70, capitaneada por Fela Kuti – o todo poderoso criador do afrobeat, morto em 1997 em decorrência da Aids. Todavia, mais do que meramente ter sido membro de um importante grupo, Allen teve participação fundamental na elaboração do referido gênero musical, tendo auxiliado Fela na formatação do mesmo, e traduzindo para a bateria a musicalidade africana.
Na apresentação durante a oitava edição da Virada Cultural em São Paulo, o músico veio acompanhado de um trio de metais, dois guitarristas, um tecladista, um baixista e uma cantora. Entre as canções (que misturam melodia animada e letras de protesto; o conceito de música usada como arma, proposto por Fela), estiveram “Too Many Prisoners”, “One Tree” e “Afro Disco Beat”. Para a alegria generalizada, a noite até contou com um solo de bateria do mestre, que, hipnótico e cheio de suingue, fez o público seguir nos passos de dança.
Seun Kuti e Egypt 80
Além de sua própria música, Fela, nos anos 70, chamou bastante a atenção da sociedade por sua vida pessoal. Entre os pontos curiosos, casou-se com 27 mulheres – dois de seus filhos, Femi e Seun, seguiram os passos do pai na música. Seun, o mais novo, nascido em 1983, resolveu vir ao Brasil acompanhado da Egypt 80 (banda de Fela na década de 70). Saxofonista como seu genitor, Seun realizou apresentação energética que contribuiu para manter o público na praça Júlio Prestes e evitar que ele fugisse do forte frio que fazia na madrugada.
A banda, que subiu ao palco às 2h40, é das grandes: quatro instrumentistas comandando os metais, dois guitarristas, um baixista, um baterista, três percussionistas e duas backing vocals (donas de vozeirões e de poderosos rebolados). Apesar da sonoridade impecável produzida, problemas técnicos prejudicaram a entrada de Seun no palco, já que poucos conseguiram ouvir seu inicial solo de sax devido ao baixo volume do microfone.
Para começar o set list com os pés firmes no afrobeat, a turma nigeriana executou o clássico “Zombie”, de Fela Kuti. Ainda na lista de músicas, estiveram “African Problems”, “Rise” e “The Good Leaf” (esta última em um momento no qual Seun discursou a favor da legalização da maconha). No final da apresentação, o saxofonista valorizou a produção cultural de sua terra e o talento de seus colegas de trabalho. “Vocês escutam essa música?”, disse. “Isso não é highlife, não é afrojazz, não é afropop nem makossa. Não é nenhuma dessas bostas. Isso é música africana original.” Justa observação.
O Afrobeat seguiu pela madrugada com a apresentação do Bixiga 70, marcada no cronograma da Virada para as cinco horas da manhã. A banda brasileira tem o som idealizado por Fela como uma de suas influências musicais. O álbum homônimo de estreia chegou às lojas em 2011.
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